Renfe resiste-se a pagar por atrasos de 15 minutos: estas são as indemnizações vigentes
A companhia pública procura "fórmulas jurídicas" para não aplicar a emenda aprovada no Congresso, que recupera as antigas e mais generosas compensações por impuntualidad
A batalha pelas compensações por atrasos na alta velocidade tem dado um giro inesperado. Renfe está a estudar activamente a fórmula jurídica para não aplicar uma emenda aprovada na passada quinta-feira no Congresso dos Deputados, dentro da Lei de Mobilidade Sustentável.
Dita emenda, introduzida pelo PP no Senado e ratificada no Congresso com o apoio de Vox, ERC, Junts e Podemos, obriga a Renfe a voltar a sua anterior política de indemnizações, bem mais estrita com a pontualidade. O PSOE e Somar votaram na contramão.
Em "inferioridad de condições" em frente a Ouigo e Iryo
A companhia pública sustenta que esta exigência, que só aplicar-se-ia a ela, deixá-la-ia em "inferioridad de condições" em frente a seus competidores diretos, Ouigo e Iryo, que operam baixo um regime de compensações menos exigente.

Fontes da operadora têm sido claras: "Quer penalizar à empresa pública que oferece serviço fundamental a milhões de pessoas e que é fundamental para a vertebración de Espanha".
Que indemnizações de Renfe estão vigentes agora?
O núcleo do conflito está na mudança de política que Renfe aplicou o passado 1 de julho, precisamente para alinhar suas condições às de seus novos competidores.
Actualmente, e enquanto Renfe estuda como responder à nova lei, estas são as compensações vigentes para AVE, Avlo, Alvia, Euromed e Intercity:
- Atraso superior a 60 minutos: devolução de 50% do bilhete.
- Atraso superior a 90 minutos: devolução de 100% do bilhete.
Que exige a emenda aprovada?
A nova norma aprovada pelo Congresso procura forçar a Renfe a recuperar seus critérios anteriores ao 1 de julho. Se a companhia não consegue o frear legalmente, deveria aplicar estas devoluções:
- Atraso superior a 15 minutos: devolução de 50% do bilhete.
- Atraso superior a 30 minutos: devolução de 100% do bilhete.
O Ministério o tacha de "populismo" e avisa de custos
O Ministério de Transportes, dirigido por Óscar Ponte, tem carregado duramente contra a emenda, qualificando-a de "operação demagógica e um brindis ao sol populista" que, asseguram, "não vai ter impacto sobre os utentes" (dando a entender que procurarão a forma de que não se aplique).
Desde Transportes defendem a postura de Renfe. Se quer-se regular "de forma séria", dever-se-ia obrigar a todos os operadores (incluindo Ouigo e Iryo) a devolver o dinheiro com menos de 60 minutos de atraso. No entanto, lançam uma advertência: "isto pode ocasionar uma subida de preços para pagar as multas, que também se saiba". Segundo cálculos da companhia, a antiga política (a dos 15 minutos) custou-lhe a Renfe 42 milhões de euros em 2023. Com a política atual (a de 60 minutos), esse custo ter-se-ia reduzido a sozinho 12,5 milhões.

