O preço do ovo volta a disparar-se em plena alerta pela gripe das aves

Governo ordenou precisamente ontem o confinamiento de todas as aves de curral que se crían ao ar livre em todo o território nacional

 Una persona coge unos huevos en un supermercado   Luis Tejido   EFE
Una persona coge unos huevos en un supermercado Luis Tejido EFE

Os dados publicados nesta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) não deixam lugar a dúvidas. Enquanto o IPC geral de alimentos e bebidas não alcohólicas se mantém num 2,4% anual, o ovo joga em outra une.

O alça de 22,5% interanual, somado ao forte repunte mensal de 5,1%, coroa-o de novo como o produto mais inflacionista da cesta básica. De facto, segundo os dados mensais, o incremento dos ovos sozinho foi superado pelo das frutas frescas (+12%). Esta tendência não é nova. O preço do ovo leva subindo progressivamente desde 2021.

O pânico à gripe das aves, no centro do problema

Uma das principais causas que explica esta tensão nos preços tem nome próprio: a gripe aviar. A doença tem estado causando estragos nas granjas de vários países europeus e de Estados Unidos, mermando a produção e encareciendo os custos.

Huevos a la venta en un mercado de Los Ángeles, California, EEUU / ALLISON DINNER - EFE
Ovos à venda num mercado dos Ángeles, Califórnia, EEUU / ALLISON DINNER - EFE

Agora, a ameaça se cierne sobre Espanha. O Governo ordenou precisamente nesta quinta-feira o confinamiento de todas as aves de curral que se crían ao ar livre em todo o território nacional.

Por que se toma esta decisão agora?

A decisão procura prevenir contágios em massa ante a previsão de um empeoramiento da situação devido às migrações de aves silvestres, que são portadoras do vírus.

Esta medida de bioseguridad é uma ampliação do confinamiento que já afectava desde a segunda-feira passada a 1.200 municípios situados em zonas de especial risco e vigilância. O sector teme que esta situação possa tensionar ainda mais a produção e, portanto, o preço final que paga o consumidor.

Outros alimentos que golpeiam o bolso (e alguns que dão um respiro)

Ainda que o ovo é o protagonista, não é o único produto básico que sofre fortes subidas. Segundo o INE, outros alimentos que se têm encarecido notavelmente acima da média são a carne de vacuno (+17,8% anual) e o café, cacau e infusiones (+16,2% anual).

No lado oposto, alguns produtos finque têm dado um respiro ao bolso dos consumidores no último ano, como o azeite (-33,5% anual) e o açúcar (-13,5% anual). Pese a estas baixadas, o grupo de "alimentos e bebidas não alcohólicas" segue sendo um dos que mais pressiona ao alça o IPC geral (que se situou no 3,1% anual). No que vai de ano, a cesta da compra acumula uma subida de 2,5% com respeito ao mesmo período de 2024.