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O barato pode sair muito caro: ração seca para gatos que encurta anos de vida

A falta de água na dieta dos felinos costuma causar graves problemas renais com consequências irreversíveis

Felino mientras come comida para gatos   PIXABAY
Felino mientras come comida para gatos PIXABAY

Os gatos são animais mais selvagens que os cães, disso não há dúvida. Algumas horas com um companheiro felino durante as suas caçadas e horas de jogo bastam para comprovar as suas origens de predador. Comparados aos 30.000 anos que partilhamos com os atuais descendentes dos lobos, os gatos mal nos acompanharam 7.000, uma diferença significativa no processo de domesticação. Esse é um dos motivos pelo quais lidar com um indivíduo da cada espécie é tão diferente, e ao mesmo tempo, por que os seus cuidados podem variar tanto.

E agora que os felinos estão mais na moda que nunca, é muitas investigações deram ênfase à alimentação deste animal. Acontece que os gatos, em especial aqueles que não se relacionam com a natureza, absorvem grande parte da sua dose diária de água através da comida. Isto pode representar um problema quando a sua dieta foi padronizada através da ração seca, um tipo de nutrição que quase não fornece água à dieta. E a ausência deste líquido provoca uma concentração de urina que, a longo prazi, pode levar aobstrucciones renais.

Hidratação na dieta

A falta de água na alimentação dos gatos também se deve aos seus costumes. De forma natural, um felino sempre preferirá beber água em movimento que aquela que esteja parada, pelo que o típico recipiente cheio até as bordas não costuma ser um aliciente para que o animal de estimação compense as carências na sua hidratação. "O ideal é uma dieta que combine a ração seco, com latas ou embalagens de comida húmida numa proporção de 70% e 30% respectivamente", indica Manuel Lázaro, vogal do Colegio de Veterinarios de Madrid.

Este especialista reconhece que este problema não é alheio à indústria da alimentação animal, que tem reduzido e optimizado os ingredientes com substâncias que facilitam a formação de cristais nos rins, como o magnésio ou o potásio. Ainda assim, admite que uma dieta baseada em ração e sem incentivos para que o gato aumente o seu consumo de água provocará a longo prazo uma deterioração do sistema renal e, inevitavelmente, uma redução da sua esperança de vida.

O preço do bem-estar

Se dependesse de algum amante destes animais, toda a mudança na alimentação seria um problema menor para cuidar da saúde do seu gato. O problema chega, como com tantas outras coisas, quando se analisa o seu custo. Um quilo de alimento seco da marca Ultima custa uns 5,50 euros nos principais supermercados. No caso da marca One, 4,58 euros por quilo de comida semelhante, e o da marca Brekkies pode encontrar-se por cerca de 2,60 euros. Pelo contrário, a comida húmida destas mesmas marcas é bem mais cara. No caso da Ultima, ascende até os 9,3 euros por quilo. A da One, 8,82 euros o quilo. E 6.25 euros por quilo a da Brekkies. E este aumento de preço só com marcas de gama média ou baixa, já que no caso de empresas de renome como Hills ou Royal Canin podem disparar facilmente até os 50 euros por quilo.

 

 

"O mais importante é saber o que estás a comprar e o que se precisa. Algumas destas latas não são alimentos completos, mas complementos. Tem que estar especificado", comenta Sandra Luengo, veterinária na cidade de Valência. A profissional admite que propor uma alimentação com uma grande quantidade de comida húmida é um investimento muito maior que a que se conforma com a ração. No entanto, alerta que os cuidados e tratamento de um gato doente costumam superar os custos de uma dieta complementada com estas latas. Ainda que também nem todas levam o mesmo: deve-se procurar ração e latas com ingredientes completos, já que muitos são compostos por subprodutos de porcos, frangos e bezerros que não dão a mesma proteína que a sua carne.

Alternativas económicas

Esta dieta híbrida entre ração e comida húmida é a mais aceite para assegurar uma alimentação equilibrada e com suficiente hidratação para os felinos. No entanto, existem outras formas de conseguir que os animais de estimação ingiram mais água do que o habitual na sua natureza. "Pode parecer uma tolice, mas mudar a taça de água por uma pequena fonte ajuda o gato a beber mais vezes e em maior quantidade. Costuma funcionar muito bem.", explica Maria Luisa Fernández, presidente do Colegio de Veterinarios de Tenerife. Outra opção muito útil é humedecer com água a ração seca, ainda que possa ser recusada por alguns gatos não habituados, além de perder a sua durabilidade característica.

A veterinária garante que acima de tudo, a alimentação de qualquer animal de estimação deve adaptar-se às circunstâncias pessoais da cada um. Todos as rações comercializadas cumprem com os exigentes padrões da União Européia, pelo que até a mais barata deve alimentar de forma eficaz qualquer felino. "Agora, se vemos que o gato não reage bem ou tem problemas físicos que precisam de tratamento, há que investir um pouco mais em comida que possa dar-lhe as condições necessárias para o seu bem-estar", conclui a especialista.

 

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