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O imparável negócio das assinaturas: o Netflix dos livros, cafés, flores ou voos

Este modelo, ainda que exista há muito tempo, espalhou-se e chegou a determinados setores pela primeira vez

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Há apenas uma década, as assinaturas estavam reservadas a serviços muito específicos: cursos por correspondência, catálogos de livros ou imprensa. Mas, nos últimos anos, este modelo de negócio revigorou-se e passou a estar presente em âmbitos muito variados. Assim, muitos setores têm encontrado na assinatura uma forma de revolucionar a sua relação com os consumidores.

Este sistema consiste em comercializar o acesso a um serviço ou a um produto com uma periodicidade, que costuma ser mensal. Desta forma, os comércios garantem uns rendimentos recorrentes. Ainda que as plataformas de séries e filmes sejam alguns dos modelos de assinatura mais conhecidos, hoje em dia é possível subscrever e receber em casa todo o tipo de bens e serviços: desde cosmética, roupa, café, vinhos, flores, produtos de bebé e inclusive bilhetes de avião.

De fraldas a flores

Na actualidade, se pensar em qualquer produto é muito provável que já se possa consegui-lo por assinatura. Existem empresas, como a Pequebox, que enviam todos os meses fraldas e outros produtos para os bebés para casa. Entretanto, por 23 euros, é possível encher o lar de flores com a empresa Colvin. Mas isso não é tudo, pois este modelo de negócio também chegou aos transportes: pode-se ter um carro desde 199 euros com a Bipi ou ter acesso a um bilhete de avião mensal desde 200 euros com a SurfAir ou a Viva Air.

A assinatura, além dosso, chegou a setores tradicionais como o da moda. "As clientes recebem cinco peças eleitas por um pessoal shopper, bem como conselhos sobre como as combinar", explica a este meio Eduardo Iracheta, porta-voz da Lookiero. A comodidade de não ter que ir à loja física e de não pagar pelo que não gosta são os seus pontos fortes, na opinião de Iracheta. Mas se se optar pelo setor da beleza, desde 10,95 euros por mês também se pode receber em casa uma caixa com produtos personalizados. Para Àlex Vallbona, presidente da Birchbox Europa, este modelo permite descobrir novas marcas de maquilhagem , cuidado facial, corporal ou capilar e experimentá-las de forma totalmente segura em casa.

Fidelizar o consumidor

"O objetivo básico da assinatura é conseguir a fidelidade do utilizador para garantir a viabilidade do negócio", explica à Consumidor Global Luis Cerdà, diretor do Mestrado em Investigação de Mercados da Universidade Internacional da Rioja (UNIR). Ao basear-se em pagamentos mensais recorrentes, as empresas garrantem uma facturação constante e fixa ao longo do tempo, uma grande vantagem "pois ajuda a reduzir a incerteza, e mais ainda na situação atual", enfatiza Cerdà. Além disso, quando um utilizador subscreve a um serviço, "é mais reticente a se desvincular, e inclusive alguns pagam sem o usar, como ocorre em ocasiões com os ginásio", acrescenta este especialista.

Entre as vantagens para os clientes encontram-se a personalização do serviço e a poupança de tempo. Além disso, segundo o produto, cumpre-se também a função de reposição do que já se consumiu ou gastou. É o caso da DietBox, uma caixa de assinatura que inclui entre sete e doze alimentos saudáveis. Para Carlos Neila, diretor desta empresa, a sociedade mudoua forma de cobrir suas necessidades e a instabilidade económica fez que se priorize o consumo flexível. "Os clientes pagam enquanto consomem, mas podem desvincularem-se se deixam de fazê-lo", acrescenta. Da mesma forma, as caixas desta marca espanhola servem para descobrir e degustar novos produtos e "provar mais por menos dinheiro", acrescenta.

Assinaturas em grupo

Além disso, uma variante deste sistema é a assinatura em grupo. "A partilha da quota entre várias pessoas permite ter acesso a mais serviços a um preço inferior e de maneira legal", conta a este meio Marco Tadei, diretor e fundador de Together Price, uma plataforma para gerir planos em grupo. Assim, os utilizadores têm a oportunidade de experimentar o serviço que lhes interessa e adquirir uma assinatura individual no futuro. Este especialista assegura que as assinaturas partilhadas têm crescido desde março, sobretudo para ferramentas profissionais com o aumento do teletrabalho.

Mas nem tudo são vantagens neste modelo de negócio. Fixar um preço atraente para os clientes, mas que garanta cobrir os custos supõe um repto para algumas empresas. "Há muita insegurança sobre a procura, pelo que há que procurar, identificar e fazer um grande esforço promocional em captar clientes", explica Cerdà. Outro repto ao que se enfrentam as empresas é a obrigação de reinventar-se de forma constante. "Procurar ter certa exclusividade, com mudanças e renovações frequentes", enfatiza o especialista da UNIR. É o caso das plataformas de filmes e séries, que acrescentam com frequência novas estréias para contribuir um valor extra aos seus subscritores e os manter fidelizados, conclui este professor.

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