Alex Segura, cofundador de Dapibus: "Transformamos resíduos orgânicos em proteínas"

Esta empresa biotecnológica utiliza insectos para converter os restos da indústria alimentar em ricos ingredientes para mascotas

Alex Segura, director general y cofundador de Dapibus, con algunos de sus productos GALA ESPÍN CG
Alex Segura, director general y cofundador de Dapibus, con algunos de sus productos GALA ESPÍN CG

O consumo de insectos como alimento é a cada vez mais relevante, sobretudo dado o crescente custo e o impacto ambiental da produção de proteínas animais, mas também devido à insegurança alimentar em algumas partes do mundo e o crescimento da população.

A startup barcelonesa Dapibus alimenta a insectos com resíduos orgânicos para biotransformarlos em farinhas e gorduras ricas em proteína para a alimentação de mascotas. No marco do Mobile World Congress 2025 de Barcelona, entrevistamos a Alex Segura, diretor geral e cofundador desta companhia.

--Como definiria Dapibus numa frase?

--Somos uma companhia biotecnológica que transforma resíduos orgânicos em proteínas para alimentação animal.

--Que resíduos orgânicos utilizam?

--O que gera a indústria alimentar: a pele da batata ou a polpa da laranja, por exemplo. O que se denomina subproduto.

--E como tratam estes resíduos?

--Recebemos o subproduto em nossa planta de Abrera, alojamo-lo e aí começa a fase de mistura, triturado e preparação para as larvas.

--Para as larvas?

--Sim, utilizamos a larva Black Soldier. As engordamos com resíduos orgânicos, processamo-lo todo e sacamos uma farinha e uma gordura para alimentação animal e fertilizante para o campo.

Distintos tarros con grasa, harina y pellets proteicos / GALA ESPÍN - CG
Diferentes tarros com gordura, farinha e pellets proteicos / GALA ESPÍN - CG

--As larvas transformam a pele de batata em farinhas e gorduras proteicas?

--Assim é. Os resíduos orgânicos são o penso de nossos insectos, ainda que é um pouco mais complexo.

--Conte-me!

--Da mistura passamos à fase de engorde numa zona automatizada com braços robóticos e veículos automatizados, alojamos em câmaras climatizadas com humidade, ventilación, clima e luz controlada, e, após uns dez dias engordando, sacamo-lo e processamos tudo. Com maquinaria industrial separamos a larva do excremento. A larva acaba sendo farinha, gordura e azeite para alimentação animal, e o excremento o peletizados (pasteurizado) e serve como abono para a agricultura orgânica.

Productos y un cartel promocional en el estand de Dapibus en el Mobile World Congress 2025 de Barcelona / CONSUMIDOR GLOBAL
Produtos e um cartaz promocional no estand de Dapibus no Mobile World Congress 2025 de Barcelona / CONSUMIDOR GLOBAL

--Assim se reduz o desperdicio alimentar…

--Exato, e de uma maneira bem mais eficiente e sustentável porque não geramos nenhum resíduo. Se comparamos-nos com outro tipo de proteínas, somos bem mais eficientes no processo e obtemos um produto de qualidade alta, contribua proteico elevado e boa digestibilidad.

--Que se fazia até agora com os resíduos orgânicos que emprega Dapibus?

--Alguns se voltavam a pôr na corrente alimentar animal, mas a maioria se queimam ou não têm saída e se tinha que pagar para que lhos leve alguém.

--E vossas farinhas e gorduras proteicas onde acabam?

--Dentro de pensos para mascotas. Nossos clientes fabricam pensos, como Affinity, e utilizam nossos ingredientes.

--Diga-me algum cliente de Dapibus…

--Temos clientes de petfood e estamos em conversas com o sector porcino, o das gallinas ponedoras e piscifactorías.

--Que fabricantes de comida para mascotas?

--Não to posso dizer. Fertiberia, por exemplo, compra-nos todo o fertilizante orgânico. Depois temos um contrato com a empresa familiar Quimidroga para distribuir nossas farinhas e gorduras, e estamos em conversas com Purina, Mars e outras.

--Tendes provado vossos produtos como alimento para peixes de acuicultura?

--Aos peixes dão-lhes farinha de pescado. Isto é insostenible e seu preço vai em aumento. Os insectos são algo natural para um peixe. Damos-lhe algo natural com um componente proteico. Temos feito provas com piscifactorías e dá certo o engorde e a prova de cliente final, as provas de gosto. Um 70% dizem que lhes sabe melhor.