Como evitar o 'dating-déjà vu': a maldição de anteriores relações que destroça tuas citas
Em Consumidor Global contamos-te tudo sobre a tendência amorosa que se está a viver tanto na vida real como na vida virtual e que parece lhe pôr a zancadilla a todos os que querem encontrar casal

Parece que ecossistema amoroso das citas segue propondo uma falta grave de oxigénio. E é que no vasto e muito caótico universo de encontrar o amor – já seja de forma virtual ou na vida real- segue apresentando problemas estruturais de base.
Soa-te familiar o "dating déjà-vu"? Este não parece ser outro termo moderno mais no dicionário de falhanços amorosos e relações que se avariam. Este fenómeno propõe uma definição a uma tendência comum e ao alça: todos repetimos padrões.

Que é o "dating déjà-vu", a tendência que está a truncar milhares de relações
A Universidade de Toronto parece ter arrojado algo de luz com seu últimos estudo sobre como muitas pessoas estão a hipotecar seu coração sem se dar conta, procuram casais semelhantes a seus ex, ainda que essas relações tenham terminado em vínculos tóxicos ou autênticas decepções.
O resultado é claro: a impossibilidade para sair do círculo vicioso que perpetua erros e frustraciones elegendo o mesmo tipo de pessoas.
Como romper o círculo para abandonar os velhos padrões
Talvez nos estamos a condenar a nós mesmos a este triste destino? Sabemos que o mais poético seria dizer que sim e acabar o artigo aqui, te deixando em companhia dessa estranha sensação de inquietação e incerteza com a que tanto jogam os vídeos cápsula de redes sociais.

Mas a dizer verdade, o verdadeiro é que os padrões sim que se podem mudar. Ainda que tens de saber que mudar nossas próprias dinâmicas requer de muito esforço e autoconciencia. O mais difícil sempre será olhar para o interior, pelo que se estás neste ponto do artigo, parabéns, já sabes que algo não vai bem e que é hora do mudar. O importante é aprender de teus erros, sem entrar no castigo mental da culpa.
Aprender a perdoar-nos para sanar nossa conduta
Ilaria Merici, psicóloga e psicoterapeuta, explica assim: "A chave está em recuperar o direito a equivocar-se", explica a Dra. Merici. "Os erros não são crimes, senão experiências. Todos fazemos o melhor que podemos com as ferramentas que temos num momento dado", comenta sobre a necessidade de não te fustigar pelo passado.

É natural reflexionar quando algo não vai bem, mas não te convertas em teu próprio verdugo. Conheceste a alguém que parecia incrível e depois resultou ser um desastre? Não te culpes por confiar, nem pelo comportamento dos demais quando têm querido ir de tua vida.
Abraça tua vulnerabilidade
Após uma ruptura, é normal sentir-te ferida, mas este momento também pode ser uma oportunidade para olhar para adentro. Identifica padrões repetitivos e reflexiona com honestidade sobre tuas eleições e daí história contaste-te a ti mesmo.

"Tomar consciência de quem és, de teus desejos, necessidades e automatismos inconscientes é chave para crescer no terreno sentimental", assinala a psicóloga sobre os pontos básicos que vão servir para que comeces a abonar a terra árida na que sentes que estão tuas emoções depois de uma ruptura.
Não te precipites para voltar a encontrar casal
Sabemos que aplicativos como Tinder ou Bumble podem resultar muito gulosas para quem têm o coração rompido, porque a mente procura distracções cómodas para não pensar no dano próprio. E é que os aplicativos de citas podem ser um arma de duplo fio, já que provocam bicos altísimos de dopamina que se nutrem da validação externa que nos proporciona esses likes arteiros a nossas melhores fotos.

O verdadeiro é que estas apps são muito criticadas por estimular o visual, o rápido e o superficial, quando na verdade são só um meio mais para conseguir conhecer a uma pessoa nova. E ainda que o atractivo físico tem sua importância, não é suficiente para construir uma relação sólida, para isso é necessário saber te vincular de forma sã.
Cuidado com as idealizaciones e os medos
"Todos apresentamos uma versão idealizada de nós mesmos ao princípio. Mas conhecer a alguém em profundidade requer tempo e paciência. Dá-lhe espaço ao processo", comenta a experiente em psicologia sobre a necessidade de conhecer de forma lenta e pausada à outra pessoa para saber se esta é realmente a pessoa que queres para tua vida.

Pode ser tentador ficar-te a conhecer a alguém que te brinda uma relação mediocre para evitar transitar a solidão, mas essa não é a única solução. Tolerar comportamentos inadequados só reforça a ideia de que mereces pouco.
Recusa as crenças limitantes
"A passividade atrapa-nos na crença de que pouco é melhor que nada. Mas nada é melhor que pouco, porque o pouco afecta nossa autoestima. Centrando em nosso valor, podemos romper esta corrente e atrair relações que realmente nos façam felizes".

O "dating déjà-vu" não tem que ser tua realidade perenne. É importante deixar de repetir-nos que somos um falhanço no amor ou que só atraímos a pessoas nocivas. Com um pouco de introspección, paciência e amor próprio, podes dar um giro a tuas experiências amorosas e encontrar uma relação que não seja um eco de teus falhanços. Se ao presente o desproveemos de nosso passado mais doloroso, tudo adquire uma frescura bem mais esperanzadora.