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Quem dá mais? Até 1.800 euros por uma habitação em andares de luxo

Apesar dos preços, a demanda de moradias compartilhadas com todo o tipo de comodidades segue ao alça nas grandes cidades espanholas atraindo a um público estrangeiro

Ana Siles

Una habitación de un piso de lujo Fotomontaje CG

Compartilhar andar não é algo que se limite ao mais comum dos mortais. Os ricos também o fazem. De facto, a demanda de habitações em andares de luxo está em aumento, especialmente nas grandes urbes.

A grande pergunta é por que pagar por uma habitação 1.800 euros se por esse preço já se podem encontrar moradias mais que decentes para viver sozinhos. Os experientes advertem que é uma tendência ao alça graças aos estrangeiros, principalmente, que chegam a Espanha para trabalhar ou estudar.

Uma solução intermediária

Muitos dos inquilinos que demandam habitações de luxo são pessoas que vão estar em cidades como Madri ou Barcelona por um tempo determinado. "Se vens seis ou nove meses, não vais assinar um contrato tradicional", explica a este meio Carlos Pierre, CEO e Cofundador de Badi.

É por isso que não interessa assinar um contrato de um ano de obrigado cumprimento nem alugar andares que não estejam amueblados. "Um hotel também não é uma solução porque vai sair-te bem mais caro. Isto é uma solução intermediária", acrescenta o experiente.

A localização, um requisito finque

Quando se trata de procurar uma moradia com todas as comodidades, os interessados querem algo para além. Mais especificamente, "uma experiência de vida que combine practicidad, desenho e confort", segundo detalha a este meio Felipe Reuse, diretor geral de Property Partners em Espanha. Neste sentido, a localização é um factor determinante.

As zonas centrais ou estratégicas são as de maior demanda. Ademais, "procuram habitações amplas, luminosas e bem equipadas que lhes ofereçam privacidade, mas também zonas comuns onde poder fazer exercício ou simplesmente socializar", agrega.

Quase 2.000 euros por uma habitação

Agora bem, a comodidade e o luxo tem um preço que só se podem permitir uns poucos. O CEO de Badi recalca que em sua plataforma se podem encontrar habitações que rondem os 1.000 ou 1.200 euros mensais. Uma cifra que sobe até os 1.800 euros no caso de Property Partners.

"A gente paga uns 1.000 euros mas tem acesso a um andar muito bem cuidado, reformado e amueblado, o tens tudo. No preço tens incluído os fornecimentos, de modo que não tens que te preocupar de cadastrar nada e tens um serviço de limpeza semanal com toda a manutenção", argumenta Pierre. "Muitos inquilinos preferem contratos que não lhes atem em longo prazo e com todos os serviços incluídos, o que lhes permite centrar em seu trabalho ou estudos sem se preocupar pela logística do dia a dia", acrescenta Reuse.

A cidades com maior demanda

Um dos principais motivos pelos que está a aumentar a demanda dos andares de luxo compartilhados em Espanha é que oferecem algo mais que um lugar para viver. Procuram lugares centrais sem renunciar às comodidades e sem assumir o custo total da moradia.

"Madri e Barcelona são os grandes protagonistas desta tendência, mas outras cidades como Valencia, Málaga ou Bilbao estão a começar a descolar neste mercado", detalha Reuse. Uma listagem ao que Pierre acrescenta Palma (Mallorca).

'Coliving' de luxo para estrangeiros

O coliving de luxo está de moda nas grandes urbes e em outras cidades espanholas mais pequenas. Uns lugares aos que chegam multidão de estrangeiros a cada ano para trabalhar ou estudar procurando um equilíbrio entre a rotina diária, o sol, a praia e o bom clima. "A cada vez mais, as cidades espanholas atraem a um maior público de estudantes estrangeiros", afirma Pierre.

No entanto, o público objectivo dos andares de luxo compartilhado encontra-se nos profissionais, como "expatriados, empreendedores, nómadas digitais ou executivos", sublinha Reuse. E conclui: "Não se trata de alugar um lugar onde viver, sina de aceder a um estilo de vida mais prático, social e sem ataduras. A demanda segue crescendo, e com ela, as opções para quem procuram algo mais que quatro paredes".