Os riscos para a saúde de dormir com a porta fechada em verão
As concentrações de CO2 superiores a 900 ppm são daninhas para a saúde e podem provocar problemas respiratórios, entre outras patologias

Com o calor sofocante do verão, muitos optam por fechar portas e janelas para que o ar acondicionado ou o ventilador sejam mais eficazes. Mas este costume, que parece inofensiva, pode acarretar consequências para a saúde.
O Conselho Geral da Arquitectura Técnica de Espanha (CGATE) e UnaBiz uniram-se para concienciar sobre a crucial importância da qualidade do ar interior e suas repercussões diretas na saúde e bem-estar.
Como nos influi a qualidade do ar
A qualidade do ar interior é um elemento finque para garantir a saúde e o confort nos edifícios. Um ar viciado com elevadas concentrações de contaminantes, como pode ser o CO2, afecta a nosso sistema respiratório, aumentando os episódios de doenças como o asma ou a proliferación de alergias.

Também impacta directamente a nível cognitivo (incrementa o risco de padecer demências), circulatorio (relacionado com embolias) e, inclusive, pode provocar problemas de descanso e falta de sonho.
Ventilar é fundamental para a saúde
Ademais, a salubridade do ar está condicionada pela ventilación e as actividades que se realizam nos espaços interiores, sendo o período noturno o que costuma registar as maiores concentrações de CO2.
Um recente estudo prático levado a cabo pelo CGATE e UnaBiz numa moradia de Madri tem posto de manifesto a drástica diferença na concentração de CO2 em função da ventilación noturna. Para este estudo utilizou-se um sistema inteligente baseado na tecnologia Sigfox 0G, capaz de monitorar os níveis de CO2, temperatura e humidade em tempo real.
Quando se especifica mais CO2
Ao analisar durante sete dias consecutivos, observou-se que a pessoa que dormia com a porta fechada no primeiro dia experimentou um aumento da concentração de CO2 a um ritmo quatro vezes superior em comparação com o segundo dia, no que dormiu com a porta aberta. Isto se repetiu durante a semana confirmando esta correspondência.

"A concentração máxima de CO2 durante o período de pernocta, com a porta fechada, chegou a ser três vezes superior em comparação com a noite em que a porta permaneceu aberta. Durante os períodos de ocupação (com uma média de estadia de 8 horas e 50 minutos), todas as médias de concentração superaram as 1000 ppm, atingindo inclusive 2500 ppm durante nueves horas continuadas", explicam desde o Conselho.
Um 84% de moradias superam a ombreira de CO2
Estas medidas corroboran os dados obtidos em 2022 pelo CGATE e recolhidos no estudo de Qualidade do ar interior. O documento pôs de manifesto que um 84% das moradias avaliadas superavam as ombreiras de concentração de CO2 recomendados (menos de 900 ppm) e um 10% se situava acima das 2.500 ppm durante os períodos de descanso.
"Estes resultados foram um telefonema de atenção clara sobre a necessidade de tomar medidas para melhorar a qualidade do ar em nossos lares, inclusive com gestos tão singelos como abrir uma porta", afirmam desde o Conselho. Ante estes dados, o Conselho Geral da Arquitectura Técnica faz questão da necessidade de levar a cabo uma ventilación adequada dos espaços interiores, renovando o ar e reduzindo a concentração de partículas nocivas para a saúde.