Tens que ir sim ou sim: cinco vias verdes para mover-te em bici esta primavera
São rotas de diferente longitude, mas que compartilham a beleza das paisagens e do património cultural

A primavera é uma estação fantástica para desfrutar do desporto em general e da bicicleta em particular. As temperaturas são suaves, as horas de luz aumentam e as paisagens reverdecen. Por isso, é boa ideia apanhar o mapa e revisar os 140 itinerarios de vias verdes que há em Espanha, que acumulam mais de 3.500 km repartidos por todo o país. "De costa, de montanha, urbanas, de longa e curta longitude, para fazer a pé em bici e inclusive patines. Só/a, em família, com amigos e amigas... para todas as pessoas", explicam desde o site oficial, que gere a Fundação dos Caminhos-de-ferro Espanhóis.
São meios a cada vez mais populares: praticar desporto nas vias verdes vai para além do exercício físico, já que permite ligar com a natureza, desfrutar do ar livre e descobrir paisagens com encanto que quiçá de outra maneira não conhecer-se-iam.
Via Verde do Eo
Tal e como explicam desde Consumer, em Espanha há cinco vias particularmente interessantes que vale a pena visitar. A primeira é a Via Verde do Eo, situada entre Astúrias (concretamente, no concejo de San Tirso de Abres) e Lugo.

Discurre pelo traçado de um antigo caminho-de-ferro mineiro entre umbrosos e frescos bosques junto ao rio Eo. Ao todo mede 11,42 quilómetros, que compõem "um itinerario linear que dura aproximadamente 3 horas e meia (ao todo) sem mal desnivel, com sozinho 45 metros positivos", indicam desde Turismo de Astúrias. Neste portal destacam também o valor histórico e cultural da via, que ainda conserva numerosas mostras de património industrial, como uma central hidroelétrica, ou os seis túneis que há repartidos durante o percurso.
Via Verde do Caminho-de-ferro Basco-Navarro
Também no norte se situa a Via Verde do Caminho-de-ferro Basco-Navarro, uma senda bem mais extensa (de até 124,8 km, um total de 9 horas em bici) e algo mais dura devido aos desniveles. Segundo Vias Verdes, "esta longa e bonita rota atravessa paisagens cambiantes e de grande beleza. Na travesía sucedem-se frondosos bosques, planos de cereal e montanhas, rios e gargantas, cidades e populações com encanto".

Assim, a senda passa por cidades tão emblemáticas como a jacobea e monumental Estella-Lizarra ou a verde e cultural Vitoria-Gasteiz. O 31 de dezembro de 1967 o "trenico", como se conhecia a este caminho-de-ferro, fazia sua última viagem. Hoje é possível percorrer este antigo traçado graças ao esforço de recuperação das diferentes administrações que têm participado no projecto.
Em bici até a Costa Brava
Em terceiro lugar figura a Via Verde do Carrilet, que "avança em suave pendente desde Girona até Sant Feliu de Guíxols (15 m) e atinge seu ponto mais alto no termo municipal de Llagostera (149 m)", descrevem em Vies Verdes Girona.

Seguindo o percurso do antigo comboio de via estreita Girona –Sant Feliu, esta rota permite conhecer duas comarcas (Gironès e Baix Empordà) desde a bacia do Ter até o vale do Ridaura, passando pela depressão da Selva. O pavimento é de um material granular tipo sablón.
Via Verde Manacor-Artà
O ambiente mediterráneo também impregna a balear Via Verde Manacor-Artà, que "se serve do antigo caminho-de-ferro que comunicava o extremo este da ilha mediterránea de Mallorca. O resultado é um caminho onde se alternam os campos de agricultura tradicional e o bosque mediterráneo dos cerros que sorteaba o comboio", explicam.

Mede um total de 28,8 quilómetros, é apta para senderistas, ciclistas e pessoas com mobilidade reduzida e conta com uma ponte e três túneis
Via Verde da Serra
Já no sul, uma das opções mais interessantes é a Via Verde da Serra, que decorre entre os municípios gaditanos de Olvera e Porto Serrano. É um percurso de 36 km.

"Esta excepcional rota caminha sempre a orlas de rios e passa por lugares tão espetaculares como o Peñón de Zaframagón, uma das reservas de buitres mais povoadas de Europa. Seu traçado discurre pelos municípios sevillanos de Coripe, Montellano, Pruna e O Coronil; e os gaditanos de Olvera e Porto Serrano", descrevem.