O edifício, em toda seu severidad, transborda quietude. Há pouco ruído, a luz é ténue e parece que tenha algo incerto por estrear, ou que as poucas pessoas que percorrem os sobrios corredores do século XVIII compartilhem algum segredo muito precioso. Os vigilantes cumprimentam aos intrusos com sorrisos cúmplices. Quase sente-se um culpado de estar nesse lugar a essa hora.
Também não se antoja fácil imaginar que no passado o edifício foi um hospital ou que, no presente, milhares de turistas abarrotan as estadias convocando uma polifonía que sobe desde a escultura de Roy Lichtenstein do pátio primeiramente até os terraços de Nouvel. Ernesto Sabato escreveu que a solidão de um de suas personagens era "quase olímpica", e algo assim sente um visitante ao contemplar o Guernica praticamente a sozinhas.
Os tours de Voilàrt
A mesma impressão oferece estar adiante de Um mundo, de Anjos Santos; do profético Autorretrato de Alfonso Ponce de León ou de qualquer outra das jóias que alberga o Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS). Essa é a exclusiva experiência que brinda Voilàrt, uma agência de recente criação que oferece tours que são "bem mais que percursos: são portas abertas à contemplación, ao diálogo entre a estética e quem atrevem-se a olhar para além", explicam em sua página site.
Com esta premisa, o tour de duas horas pelo Rainha Sofía, da mão de uma experiente e num reduzido grupo de 6-10 pessoas, custa 250 euros, conquanto a tarifa pode cair, quando se acerca a data, a 150 euros. "A cada relato está cuidadosamente construído para cautivar a todo o tipo de público, desde pessoas curiosas até verdadeiras amantes da arte. Adaptamos-nos a teus interesses e ritmo. Nossos guias, experientes apasionados e rigorosos, transformam a cada visita numa viagem de descoberta", agregam. Também oferecem esta experiência íntima no Museu do Prado.
A visita mais exclusiva ao Rainha Sofía
Julia Betancor faz parte da nómina de experientes que colaboram com Voilàrt. É conservadora-restauradora de arte contemporânea, conta com uma trajectória internacional a mais de 30 anos, tem trabalhado em feiras como ARCO e, ao começar a visita no Rainha Sofía, assusta aos privilegiados visitantes que a acompanham e acedem às 9:00 horas. O Museu abre ao público geral às 10:00 horas, de modo que o grupo (ou o conciliábulo) dispõe de 60 preciosos minutos para saborear as obras seleccionadas.
Betancor, ao início, dá umas pinceladas sobre o passado do edifício, desvela que foi hospital e manicomio e que "às vezes se escutam coisas". Agrega que há quem afirmam que os elevadores às vezes sobem e baixam sozinhos, sem que ninguém tenha pulsado nenhum botão. Seja verdadeira ou não, esta informação impacta mais na intimidem de um grupo reduzido.
Chaves estéticas e técnicas
Depois disto, Betancor desentraña as chaves estéticas e a maestría técnica (sazonadas com alguma jugosa episódio pessoal) do Guernica de Picasso, o Homem com pipa de Joan Olhou ou O grande masturbador de Salvador Dalí.
"Um ou dois dias dantes da visita temos um telefonema com os visitantes. Perguntamos-lhes se há alguma obra específica que desejem ver, quanto tempo faz que não vêm ao Museu… E conforme a essas preferências, a experiente planea o itinerario", conta a este meio Amanda Baratech, que trabalha como assistente de guia em Voilàrt.
"Sentir algo diferente"
Assim, há clientes que lhes pediram "sentir algo diferente" dentro do Museu, "descobrir de uma forma mais divertida" ou "ver o Guernica sim ou sim".
Quanto ao perfil do visitante, Baratech (que precisa que os tours de Voilàrt só levam funcionando um mês) acha que são maioritariamente visitantes espanholas dentre 40 e 50 anos. "Interessam-lhes muito as visitas que propomos", expõe.
Tours personalizados
O objectivo de Voilàrt é ser percebida como uma agência que oferece tours realmente personalizados. "O que gostaríamos é que da gente, quando vinga a visitar os museus madrilenos, nos veja como uma experiência única, diferente ao que te podes encontrar em visitas genéricas nas que passa pela arte muito por em cima", descreve Baratech.
Agora bem, agrega que "o cliente não tem por que saber sobre arte: faz duas semanas tivemos uma visita com uma pessoa que nunca tinha entrado a um museu, mas lhe encantou a visita" por sua especificidade. "Algo que te contam somente a ti ou praticamente somente a ti te permite ligar bem mais". Prova do atraente do serviço de Voilàrt é que o Museu Thyssen se pôs em contacto com eles recentemente. "Acho que interessou-lhes nosso projecto, e museus deste tipo também querem sair do turismo de massas e oferecer algo mais", realça.