Estes são os três lugares em Madri conceituados 'paranormales' onde viver um Halloween de medo
Entre lendas, ruínas e acontecimentos inexplicables, a Comunidade de Madri guarda palcos que parecem suspensos entre a história e o sobrenatural: descobre os 3 melhores lugares misteriosos onde passar a Noite dos Mortos Viventes

O outono traz consigo noites mais longas, nevoeiros temporões e uma desculpa perfeita para se deixar seduzir pelo lado mais enigmático da Comunidade de Madri. Com a chegada de Halloween, muitos procuram experiências diferentes, lugares que acordem a curiosidade e o escalofrío a partes iguais.
A poucos quilómetros da capital existem rincões onde o tempo parece detento: um povo abandonado fundado por um marqués, um hospital militar esquecido na serra e um anticuario que desconcertou inclusive à Polícia Científica. Três palcos onde a fronteira entre a história e o paranormal se desdibuja, se convertendo em destinos de peregrinación para navegadores urbanos e amantes do mistério.
O Alamín: o povo fantasma do Marqués de Aspas
A menos de hora e meia de Madri, para perto de Villa do Prado, esconde-se O Alamín, um povo que nasceu nos anos 50 por iniciativa do Marqués de Aspas, com o propósito de alojar aos trabalhadores de seus fincas agrícolas. Em seu momento, foi um modelo de vida rural autosuficiente, com moradias, igreja, escola e praça central.
No entanto, a mecanización do campo e a queda do emprego agrícola provocaram seu abandono progressivo. No final dos noventa, as últimas famílias marcharam-se e as casas ficaram vazias. Desde então, as ruínas cobertas de maleza e os ecos do silêncio converteram-no num destino de culto para navegadores urbanos e aficionados ao paranormal.
As lendas sobre luzes estranhas, vozes que ressoam na antiga igreja ou a sombra de um sacerdote que nunca se marchou alimentam sua fama de "povo maldito". Pese às vallas e advertências de acesso restringido, muitos curiosos seguem acercando-se para comprovar por si mesmos se o tempo realmente se deteve… ou se algo mais segue ali.
O hospital dos Molinos: ecos do passado militar
Em plena Serra de Guadarrama, rodeado por bosques e ar frio, alçam-se as paredes vazias do antigo Hospital da Armada dos Molinos. Foi inaugurado em 1943 como sanatorio para militares doentes de tuberculoses, numa época na que o isolamento era a única cura possível. Durante décadas, centos de pacientes passaram seus últimos dias entre essas paredes, procurando alívio no ar puro da montanha.

O centro fechou definitivamente em 2001, e desde então sua história misturou-se com o mito. Navegadores, curiosos e caçadores de fantasmas asseguram ter escutado vozes e passos nos corredores vazios, ou ter visto sombras com uniforme militar junto às velhas camas oxidadas.
O edifício, a mais de 8.000 metros quadrados, tem sido palco de psicofonías, sessões de espiritismo e reportagens de investigação, ainda que hoje encontra-se em estado ruinoso e com acesso proibido. Seu ambiente —nevoeiro, árvores retorcidas e janelas rompidas— basta para arrepiar a pele de quem acerque-se.
A prefeitura dos Molinos, preocupado pelos acidentes e a deterioração, tem tentado dar um novo uso ao espaço, mas por agora o sanatorio segue sendo um esqueleto imponente, testemunha das histórias que muitos preferem não comprovar de noite.
O Baúl do Monge: o anticuario que desconcertou à Polícia
Não faz falta sair da capital para encontrar um caso digno de um expediente X. No número 3 da rua Marqués de Monasterio, em pleno centro de Madri, funcionava no final dos noventa um anticuario chamado O Baúl do Monge. O que parecia um negócio mais do bairro de Justiça acabou se convertendo num dos episódios paranormales mais documentados da cidade.
Segundo os registros, naquele local tinha morrido anos atrás um advogado em circunstâncias pouco claras. Desde então, os novos proprietários começaram a notar fenómenos inexplicables: relógios detidos que voltavam a funcionar, muebles que se moviam sozinhos, mudanças bruscas de temperatura e um cheiro intenso a queimado que aparecia sem causa aparente.
Alarmado, o dono contactou com o Grupo Hepta, uma equipa de pesquisadores do paranormal dirigido por Pomba Navarrete, conhecidos por suas colaborações no programa Quarto Milénio. A visita do grupo foi gravada e, segundo os presentes, produziram-se manifestações que "desafiavam as leis da física". Inclusive a Polícia Científica analisou o caso sem encontrar explicação lógica ao sucedido.
Alguns experientes falaram de anomalías electromagnéticas, outros do telefonema impregnación energética, fenómeno segundo o qual os objetos antigos podem "reter" a energia de acontecimentos passados. Seja qual for a causa, o verdadeiro é que o anticuario acabou fechando suas portas. Hoje, o local é uma moradia privada e seus atuais ocupantes asseguram viver ao todo normalidade… ainda que o eco do mistério persiste entre quem recordam aquela história.
Três histórias, uma mesma atração: o mistério
Madri esconde entre suas ruas e montanhas uma segunda cara, menos conhecida mas igual de fascinante. Estes três lugares, diferentes entre si, compartilham um fio comum: o peso do tempo e a impressão invisível de quem alguma vez habitaram-nos.
Enquanto uns procuram respostas científicas e outros preferem se deixar levar pela emoção do mistério, o verdadeiro é que O Alamín, Os Molinos e O Baúl do Monge continuam sendo palcos perfeitos para os amantes do insólito.
Quiçá o verdadeiro encanto destes rincões não esteja em se há fantasmas ou não, sina nessa sensação de cruzar a linha entre a história e a lenda, onde Madri revela seu lado mais escuro… e mais irresistible.