O Grande Hotel Taoro, considerado o primeiro grande estabelecimento de luxo em Espanha, tem voltado a abrir suas portas oficialmente. Sua história começou em 1890 no Porto da Cruz (Tenerife), que emergia como o destino de saúde predileto da aristocracia européia. O clima do Vale da Orotava atraía à elite, e o Taoro, fundado por empresários britânicos e alemães, converteu-se em seu remanso.
Por seus salões e jardins passaram figuras da talha do rei Alfonso XIII, o káiser Guillermo II e a célebre escritora Agatha Christie, quem encontrou neste enclave a inspiração para algumas de suas obras.
O fechamento das portas do Grande Hotel Taoro
No entanto, o auge do turismo de massas no sul da ilha provocou que o modelo de elite do Taoro ficasse obsoleto. O hotel fechou suas portas em 1975 e foi reconvertido em casino, uma função que manteve até 2006, dantes de cair no abandono.
Depois de décadas de espera, esse passado glorioso fez-se oficial este 27 de outubro. O Grande Hotel Taoro apresentou-se em sociedade depois de uma extensa reabilitação de 35 milhões de euros, concebido para voltar a ser um referente da hotelería européia. E fá-lo com uma aposta gastronómica de primeiro nível, liderada por chefs que somam quatro estrelas Michelin.
Uma cozinha de altura com 4 estrelas Michelin
O renacido resort, gerido pelo operador de luxo My Way Hotels & Resorts (vinculado à canaria Tropical Hotéis), tem confirmado que a gastronomia será um de seus pilares fundamentais. Contará com cinco restaurantes e seis espaços gastronómicos.
Aposta-a é clara: atrair ao visitante através do paladar. Para isso, o hotel tem fichado a dois dos grandes nomes da cozinha espanhola:
- Ricardo Sanz, pioneiro da alta cozinha japonesa em Espanha e criador da aclamada fusão japo-mediterránea. Acumula duas estrelas Michelin e cinco Sóis Repsol. Sanz assinará o restaurante OKA, que fundirá o produto local com o alma mediterránea.
- Erlantz Gorostiza, reconhecido chef com outras duas estrelas Michelin, dirigirá dois espaços: Lava, um restaurante de cozinha de autor, e Amalur, um bistró gourmet de cozinha sofisticada e acessível.
O ícone neoclássico de 199 suites
A reabilitação, impulsionada pelo Cabildo de Tenerife, tem sido meticulosamente liderada pelos arquitectos Virgilio Gutiérrez e Eustaquio Martínez, com o objectivo de manter vivo o espírito original do edifício respeitando sua arquitectura neoclássica.
O interiorismo, projectado pelo estudo tinerfeño Dishot, é de inspiração "colonial moderna", utilizando materiais nobres e uma paleta cromática cálida. O resultado é um resort de 5 estrelas com 199 habitações e suites, um exclusivo wellness center e um potente centro de congressos de 625 metros quadrados com capacidade para 650 assistentes, que o posiciona também no turismo Mice, aquele centrado na organização de eventos profissionais.
"Símbolo da nova etapa turística de Tenerife"
A apresentação oficial contou com uma visita institucional à que assistiram a presidenta do Cabildo de Tenerife, Rosa Dávila, e o vice-presidente insular e conselheiro de Turismo, Lope Afonso. Dávila sublinhou que "o Taoro volta a brilhar como símbolo da nova etapa turística de Tenerife, uma etapa que aposta pela sustentabilidade, a inovação e a identidade". Qualificou o investimento de 35 milhões como "uma declaração de intenções" para gerar emprego qualificado e preservar o património.
Lope Afonso destacou que a reapertura "atrairá a um perfil de cliente de qualidade" e contribuirá decisivamente a "a melhora da rentabilidade turística no norte de Tenerife", reafirmando ao Porto da Cruz como um referente de qualidade. Por sua vez, o prefeito de Porto da Cruz, Leopoldo Afonso, mostrou sua satisfação pela culminación de "um desejo de toda a ilha" e uma "aposta decidida por esse turismo de qualidade".