Amazon: das multas pelo controle "excessivo" sobre seus trabalhadores ao despedimento em massa
O gigante estadounidense tem anunciado um novo despedimento em massa que afectará a uns 14.000 empregados do área de administração
Amazon reduzirá sua plantilla corporativa nuns 14.000 postos. A medida procura simplificar sua estrutura interna e redirigir recursos para novas áreas de crescimento.
Assim o anunciou nesta terça-feira, 28 de outubro, a vice-presidenta sênior de Experiência de Pessoas e Tecnologia da companhia, Beth Galetti. O ajuste de plantilla vai afectar principalmente a empregados administrativos e de escritório.
Uma organização "mais ágil"
A redução é menor às estimativas iniciais, que falavam de até 30.000 despedimentos. A plantilla global do gigante estadounidense ascende a 1,5 milhões de pessoas, das quais umas 350.000 trabalham em labores corporativos.
"Estamos convencidos de que precisamos uma organização mais ágil, com menos capas e maior responsabilidade, para avançar o mais rápido possível para nossos clientes e nosso negócio", tem sublinhado Galetti, sublinhando que a IA é a tecnologia mais transformadora que se viu desde Internet e permite às empresas inovar bem mais rápido que nunca.

Sanções por controle trabalhista
O anúncio de despedimentos chega um ano após que Amazon fosse sancionada no França por sua gestão do pessoal. Em 2024, a Comissão Nacional da Informática e as Liberdades (CNIL) impôs uma multa de 32 milhões de euros a Amazon France Logistique (AFL) por implementar um sistema "excessivamente intrusivo" de controle do rendimento dos trabalhadores.
Segundo a CNIL, a cada empregado dos armazéns de AFL dispunha de um escáner para documentar em tempo real suas tarefas, cujos dados se utilizavam para calcular indicadores de produtividade, qualidade e tempos de inactividade.
Objectivo: simplificar níveis hierárquicos em 2026
A companhia tem prometido oferecer apoio aos empregados afectados. Segundo tem informado, disporão de um prazo de 90 dias para optar a novos postos dentro do grupo e dar-se-á prioridade aos candidatos internos.
Face a 2026, Amazon prevê seguir contratando em áreas estratégicas chave, ainda que continuará procurando formas de simplificar níveis hierárquicos e melhorar a eficiência geral da organização.

