Há artimañas comerciais que saltam à vista inclusive para o consumidor menos atento. A última de Zalando é um bom exemplo: tentar vender como chollo o que, em realidade, é uma tomadura de cabelo.
A plataforma duplicou o preço das Crocs All Terrain -de 30 euros no final de outubro a 59,99 euros em novembro- para depois aplicar-lhes um suposto 20% de desconto durante o Black Friday e dias posteriores. O resultado: um preço final de 47,99 euros, quase 18 euros mais caro que mal umas semanas dantes. Consumidor Global tem revelado o caso depois da denúncia de uma cliente que se percató da jugarreta.
Não só é uma estratégia pouco ética, sina que joga no limite do legal. A Lei de Classificação do Comércio Varejista obriga a manter o último preço dos 30 dias prévios dantes de anunciar uma rebaja. Dito de outro modo, não se pode inflar um preço muito próximo do Black Friday para depois o vestir de desconto generoso.
Consumidor Global tem contactado com a companhia para pedir explicações. A empresa opta por jogar bolas fora. Assinala a Crocs como responsável por marcar o preço e assegura que não tem tido modificação alguma, se tratando tudo de um malentendido.
Segundo sua versão, a cliente que denuncia o desconto fake teria comprado as Crocs em outubro com uma rebaja que, curiosamente, não aparece refletida em seu pedido. A resposta de Zalando soa mais a cortina de fumaça que a explicação. Inflar preços para depois oferecer "descontos" que em realidade não o são é enganar ao consumidor.