Marc Vallhonesta, fundador de Funos: "Poupamos um 50% no preço de um serviço funerario"

Entrevistamos ao conselheiro delegado do comparador funerario que oferece numerosas vantagens aos clientes nos momentos difíceis

Marc Vallhonesa, fundador y director de Funos, el comparador de empresas funerarias CEDIDA
Marc Vallhonesa, fundador y director de Funos, el comparador de empresas funerarias CEDIDA

Quando nem o abraço dos vivos te reconforta. Quando a mal-estar impera e a pena todo o nubla. Nesse momento, eleger o tipo de madeira para o ataúde, ou entre a urna de latão e a de cerâmica, e fazer as gestões necessárias para o enterro do ser querido, deveria estar proibido. Mas trata-se de um trâmite inevitável, não?

Desde 2021, os espanhóis têm a sua disposição Funos, o comparador de preços de funerarias que oferece a possibilidade de se esquecer de toda esta burocracia, delegarla numa empresa especializada e dedicar o tempo ao realmente importante.

--Para o que ainda não vos conheça, como definirias o que é Funos numa frase?

--É o Rastreator dos serviços funerarios. É a plataforma que te ajuda a comparar, te informar e encontrar a melhor opção (e a mais barata) em matéria de minutos.

--Ao final, Funos é um intermediário entre o cliente e a funeraria. Por que deveríamos contratar os serviços funerarios através de vosso comparador? Que vantagens ofereceis?

--Pois oferecemos várias vantagens. Por um lado, poupamos tempo à família. Se tens de começar a pedir orçamentos a diferentes empresas… Conosco, em menos de um minuto, recheadas o formulário com o tipo de serviço que estás a procurar e automaticamente vês no ecrã as diferentes opções. Por outro lado, poupamos dinheiro. Poupamos em media ao redor de 50% do preço de um serviço funerario de mercado.

--Como conseguis esta poupança?

--Porque negociamos com as funerarias uns preços especiais, umas tarifas de companhia que são bem mais ventajosas que as que poderias encontrar se vais directamente à funeraria como particular.

--Também ofereceis assessoramento personalizado gratuito…

--Temos um assessor que to explica todo e te resolve as dúvidas com total transparência, tanto se contratas através nosso como se não. Acompanha-te durante todo o processo. Ao final, é como um amigo que é um profissional e olha por ti.

--Encarregais-vos de todo o processo, vamos.

--Funos encarrega-se de tudo. Se uma família diz-nos: 'Quero que vos encarregue vocês'. Pedimos-lhe a documentação, encarregamos-nos desde contratar até supervisionar o serviço, para que todo funcione correctamente e a família possa despreocuparse, que já tem suficientes preocupações, e se esqueça de negociar com a funeraria, de comprovar se o preço é o correto, de se o serviço é o que precisa, de toda a burocracia.

--É o match perfeito, não?

--Diz-no-lo muita gente. 'Se tivesse-vos conhecido dantes… Faz três anos enterrei a outro familiar e paguei mais três vezes'. As vantagens que oferecemos são importantíssimas.

--Em agosto de 2023, um serviço funerario custava ao redor de 3.700 euros. Quanto custa agora?

--Pois não bem mais. As funerarias têm aplicado inflação ou inclusive menos. A princípios de anos enviam-nos tarifas novas e a metade não as subiram. A outra metade têm subido entre o 1 e o 3% em função da funeraria. E no ano passado foi parecido: um 1,5% de subida em media. Também afecta o ver os preços através de internet num comparador como Funos, onde há livre concorrência. Se a funeraria A sobe preços um 5%, perderá clientes e levar-lhos-á a funeraria B. Funos exerce essa pressão para que as empresas não subam preços.

--Quantas funerarias estão já em Funos?

--Temos quase 40 funerarias. Quanto a tanatorios, damos serviço em mais de 600. Quanto a províncias, damos serviço em 48 províncias. Temos uma oferta muito potente e em qualquer localização terás várias funerarias para escolher.

--Que inclui um serviço funerario por esse preço?

--É um serviço funerario meio para um enterro ou incineração. Em segundo que localizações, o enterro é mais barato que a incineração. Que inclui? O serviço típico meio: a recolhida da pessoa falecida, levar às instalações da funeraria, fazer os trâmites no registro civil (certificado de morte e solicitar a permissão para enterrar ou incinerar), guarda-se à pessoa na câmara, inclui o ataúde, o arranjo da pessoa (vestida, maquillada, peinada), o velório num tanatorio, uma cerimónia, que pode ser religiosa ou laica, e, finalmente, o destino final: enterro ou incineração. Se falamos de incineração inclui a cremación em si e a urna. O enterro inclui o translado da pessoa falecida ao cemitério e as taxas municipais para enterrar.

--Ainda há grandes diferenças de preço entre províncias. A que se deve?

--Depende basicamente do nível de concorrência que tenha na zona. Se há concorrência, baixa o preço.

--Que províncias são as mais caras e quais as mais baratas?

--Alicante, Pontevedra, o País Basco em general e Cataluña, especialmente Girona, são províncias caras. Em mudança, Málaga, Valencia, Zaragoza e Sevilla são províncias baratas. Ao final, se entras em Funos e há poucas ofertas, os preços tenderão a ser caros. Se vês um montão de propostas, os preços tenderão a ser baratos. O preço é um reflexo da oferta que há no mercado.

--Que diferenças de preço se dão?

--Um serviço típico, quiçá o mais demandado é uma incineração com cerimónia, isto em Alicante estaríamos a falar a mais de 6.000 euros, enquanto o mesmo serviço em Valencia custa entre 2.500 e 3.500 euros.

--O duplo…

--Sim. Isso não tira que através de Funos possamos encontrar este serviço por menos de 2.000 euros em Valencia e em Alicante por 2.500. A poupança que terias é brutal.

--Na cada cidade de Espanha há uma funeraria que monopoliza o negócio?

--Bom, nestas províncias que há pouca concorrência, há poucas funerarias e a quota de mercado destas é mais alta que em outras províncias.

--Não podemos falar de monopólio a dia de hoje?

--Eu não sou quem para julgar isso. Se repartimos o mercado entre dois ou três funerarias, as quotas são muito altas. Se dividimos entre 30, ninguém terá mais de 5% de quota.

--É um sector que não tem estado isento de escândalos: monopólios, sobreprecios, etcétera. Qual é a actualidade do sector?

--A tendência é positiva e o impacto da digitalização vai a favor do utente, da família. Todo mundo pode ver quanto pode custar um serviço nessa zona e isso evita que lhe possam pedir mais dinheiro da conta. A digitalização contribui transparência, vai a favor do consumidor e reduz estas ineficiências que possa ter. Por tanto, quanto mais vá o consumidor a internet a informar-se e a comparar, os preços tenderão a baixar e melhor preço conseguirá.

--Como pode um cliente saber que não lhe vão endossar um sobreprecio pelos serviços funerarios?

--É difícil de saber. Encontramos-nos com um consumidor desinformado. Se vou comprar-me um carro, informar-me-ei previamente. Num serviço funerario, a ninguém lhe apetece se pôr a ler e se informar. Por isso nos encontramos com um consumidor desinformado que tem que negociar algo que não sabe com um vendedor experiente. Há uma assimetria informativa e o consumidor é o prejudicado. Internet facilita balançar este poder entre uma e outra parte. Nosso papel é ajudar a estas famílias que não têm informação. Nós lho explicamos tudo de maneira fácil e evitamos estas situações.

--"Encarregaram-se de todo e desde o princípio teve clareza nos serviços que prestavam e o preço", diz sobre vocês uma cliente. Ao final, nesse momento tão difícil, poder delegar estes trâmites numa empresa de confiança é importante, não?

--O que nos dizem os clientes é isso: 'Oxalá tivesse-vos conhecido dantes. Vou recomendar-vos a todos meus amigos e familiares porque a vantagem do fazer convosco é brutal. Tanto pela poupança como pelo despreocuparme de tudo'.

--Como se podem evitar situações ineficientes ou de abusos?

--Eu daria alguns conselhos. Se podes antecipar-te, se podes pedir os orçamentos dantes de que faleça teu familiar, muito melhor. Porque depois estarás afundado e isso joga em teu contra. Outro conselho seria pedir vários orçamentos por escrito. Nunca ir à primeira. Porque não sabemos se nos está a dar um preço fora de mercado. Saber o preço correto é ter três preços em cima da mesa. Outro conselho que daria é que, em medida do possível, seja um familiar um pouco mais longínquo o que se encarregue do gerir, ou um amigo, alguém que não esteja tão afectado e seja mais objectivo. E, por último, ir a internet.

--Se tanto importa o estado anímico do consumidor, é que as armadilhas estão à ordem do dia…

--Bom, claro. Se tens a uma pessoa muito afectada, é mais fácil fazer coisas que não se devem fazer. Mas, apesar disso, a tendência é que a cada vez se façam menos. As grandes empresas têm códigos éticos que evitam estas situações. As pequenas são negócios familiares arraigados à zona que querem manter sua reputação e não vão enganar aos vizinhos do povo.