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Outra aerolínea suspende seus voos entre Espanha e Venezuela por risco de segurança

A empresa cancela a rota entre Caracas e Madri até o 8 de dezembro depois da recomendação de AESA de não sobrevoar o país de Nicolás Maduro

Ana Carrasco González

Dos personas se abrazan en el aeropuerto de Venezuela Ronald Pena R EFE

A aerolínea venezuelana Laser Airlines tem anunciado a cancelamento imediata de seus voos na rota Caracas-Madri-Caracas até o próximo 8 de dezembro, citando "causa de força maior". Esta drástica decisão produz-se a raiz de uma "alta recomendação" emitida pela Agência Espanhola de Segurança Aérea (AESA) aos operadores civis de não sobrevoar o espaço aéreo do país sul-americano.

A suspensão afecta directamente aos voos QL2920 e QL2921 com datas 5 e 8 de dezembro, e ampara-se nos avisos aeronáuticos oficiais (Notam) 89272/25 e B9273/25 de AESA, segundo precisou a companhia num comunicado através de sua conta de Instagram.

Efeito Dominou: Copa e Wingo somam-se às Cancelamentos

O movimento de Laser insere-se num contexto de crescente preocupação no sector aéreo internacional. As aerolíneas Wingo (Colômbia) e sua matriz, Copa Airlines (Panamá), também têm suspendido de forma preventiva suas operações para Caracas depois de experimentar "intermitencias numa dos sinais de navegação" durante suas rotas.

  • Wingo cancelou seus voos Bogotá-Caracas desta quinta-feira e sexta-feira (4 e 5 de dezembro de 2025).
  • Copa Airlines tomou uma decisão similar alegando falhas nos sinais de navegação.
 

Estas suspensões produzem-se meses após que várias aerolíneas internacionais cessassem suas operações em Venezuela, seguindo a advertência do presidente de Estados Unidos, Donald Trump, de que o espaço aéreo venezuelano devia se considerar "fechado em sua totalidade".

Um palco geopolítico a cada vez mais tenso

As cancelamentos produzem-se no meio de uma forte escalada entre Washington e Caracas, marcada pelo despliegue aeronaval estadounidense no Caraíbas. Enquanto Trump justifica a operação como parte de sua estratégia contra o narcotráfico, o presidente venezuelano Nicolás Maduro o interpreta como uma tentativa de promover uma mudança de governo.

Ambos mandatários asseguraram ter mantido uma conversa telefónica dias atrás, ainda que sem detalhar seu conteúdo.

Advertências internacionais e revocação de concessões

A preocupação internacional não é nova. O 21 de novembro, a Administração Federal de Aviação de Estados Unidos (FAA) já tinha pedido "extremar a precaução" ao sobrevoar Venezuela e áreas do sul do Caraíbas, qualificando a situação como "potencialmente perigosa".

A reacção venezuelana não se fez esperar: o Ministério de Transporte e o INAC revogaram permissões de voo a várias aerolíneas internacionais, incluindo Iberia, TAP, Avianca, Latam Colômbia, Turkish Airlines, Golo, Air Europa e Plus Ultra.

Que podem fazer os passageiros afectados?

Ainda que a cada aerolínea está a gerir seus próprios processos de reubicación e reembolso, recomenda-se aos passageiros:

  • Revisar constantemente seus correios eletrónicos e canais oficiais da aerolínea.
  • Evitar ir ao aeroporto sem confirmação prévia.
  • Guardar todos os comprovantes de compra para possíveis reclamações.
  • Verificar alternativas de viagem através de terceiros países (ainda que a disponibilidade é limitada).

Esta nova onda de cancelamentos deixa claro que a rota Espanha–Venezuela atravessa um de seus momentos mais complicados em anos, afectada tanto por problemas técnicos como por um contexto geopolítico carregado de incerteza.