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As lojas de alimentação fincam com sua Amazon de bairro

Os pequenos comércios lançaram-se ao 'on-line' como um prego ardendo para paliar a crise, mas os consumidores associam estas lojas à compra presencial e tradicional

carnicero
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Fazer compra-a nas lojas de bairro significa encher-se do bullicio da rua, das conversas dos vizinhos e dos aromas da cada parada ou posto. Esta experiência, por sorte, ainda existe graças à sobrevivência dos pequenos comércios que, dia depois de dia, desafiam aos supermercados ao alçar a persiana.

No entanto, se a concorrência já é feroz, as lojas de bairro têm tido que fazer frente a outra grande muralha, a da pandemia do Covid. Por isso, para salvar o negócio muitos se lançaram de cabeça a oferecer um serviço on-line. Mas, passados já 12 meses, os comércios mais pequenos reconhecem que seus Amazon de bairro ou lojas em linha apresentam algumas dificuldades.

O "levo-to a casa" de toda a vida

Os comerciantes sublinham que as entregas a domicílio, a diferença das vendas on-line, já era um serviço que ofereciam dantes da pandemia. "Estava destinado aos clientes de maior idade ou aqueles mais asiduos", detalha a este médio Azucena González da pescadería A Estrela de Mar de Madri . "Para nós oferecer este serviço implica abandonar a loja ou contratar a alguém para realizar o transporte. Daí que dantes do confinamiento não se publicitara como tal, sina que o fazias como um favor", reitera Jesús Mauri da frutería Mau de Barcelona. Nesta mesma linha, os comerciantes consideram que o envio a domicílio se vai manter, mas a uma escala menor, para fidelizar a relação com o consumidor.

Pelo contrário, o serviço de e-commerce que alguns comércios arrancaram em 2020 não sempre tem tido o tirón esperado. A Confederação Espanhola de Detallista da Carne confirma que, durante abril de 2020 tiveram um 50 % mais de vendas on-line, mas já em dezembro essa cifra se reduziu e a ascensão foi de 34 %. Isto mesmo passou na loja de frutos secos e cereais o Gra de Graça da capital catalã que criou uma app para facilitar o processo de compra em linha, mas como afirma Yamila Utermark, uma de suas empregadas, "a gente vai mais à loja física".

A digitalização: muito ruído e poucas nozes

O confinamiento deixou clara a importância de ter mecanismos telemáticos de relação com o cliente, já seja um site, um perfil de Instagram ou um grupo de WhatsApp. E neste sentido, as pequenas lojas têm dado passos agigantados para digitalizar-se e pôr à altura dos grandes revendedores. Não obstante, fontes da Confederação Espanhola de Comércio apontam ao Consumidor Global que, para além de uma necessidade imperante, o comércio por internet das pequenas empresas é algo coyuntural. Longe de ter um crescimento exponencial, o comércio on-line posicionou-se como um serviço extra para os consumidores habituais.

Jaume Gasch, do talho que leva seu nome, explica que agora o modelo que impera em seu negócio de Barcelona é o de chamar ou fazer um pedido por WhatsApp e o ir procurar à loja. Desta maneira, seus clientes evitam as bichas e compram de uma maneira mais rápida. Assim mesmo, Neus Costumar, professora de Economia da Empresa e experiente em marketing da Universidade Oberta de Cataluña (UOC), assinala que, em frente à frialdade de uma compra on-line, os consumidores preferem um contacto mais pessoal para realizar seus pedidos. "A gente prefere métodos directos e mais personalizados", acrescenta.

Un cliente realizando la compra online / FREEPIC
Um cliente realizando compra-a on-line / FREEPIC

 

Menos bares e mais compras no bairro

O fechamento dos bares tem feito que a gente consuma mais e de maior qualidade. Isto tem significado para alguns pequenos comerciantes uma bombona de oxigénio, apesar da crise e o contexto actual. "Estou convencida de que os rendimentos que tenho tido neste ano não voltá-los-ei a ter", explica Sabina Marín, proprietária de Adega Mallorquí em Barcelona. Neste sentido, o sector varejista alimentar sofreu um crescimento do 1,6 % durante 2020, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Os comerciantes assinalam que este empurre tem estado originado pelo fechamento dos bares e o fim do éxodo da gente da cidade aos povos durante o fim de semana. "Isto se notou, sobretudo, nos bairros adinerados, onde dantes todo mundo se ia a sua segunda residência", acrescenta Marín. Não obstante, após a tormenta chega acalma-a e ainda que o sector da alimentação varejista facturar mais no passado ano, em janeiro de 2021 observou-se uma leve queda do 0,4 % com respeito ao mês anterior. Esta cifra pode dever-se à temida custa de janeiro ou à volta de um consumo mais habitual e próprio de uma situação pré-pandémica.

A fidelidade não é coisa de espanhóis

Outro aspecto que assinalam os comerciantes de bairro é a escassa fidelidade do público espanhol em frente aos estrangeiros que vivem no país. Segundo eles, os consumidores de fora de Espanha têm uma maior consciência à hora de comprar no pequeno comércio. "Temos mais pinta de caros que de bons, por isso a gente não nos valoriza", sentença Marín. Enquanto, Gasch comenta que o consumidor mais agradecido em seu talho é o americano. "Alucinam com o modelo que temos aqui", sublinha.

Marín explica, ademais, que a fidelidade do público espanhol não atende a nenhuma idade. E recorda que, quando abriu uma grande corrente ao lado de sua loja, alguns passaram à concorrência directamente, mas este comportamento não o viu na freguesia estrangeira.

 

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