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Jordi Labanda, ilustrador: "Minha profissão está quase tocada de morte pela IA"

O ilustrador tem feito uma revisão de suas campanhas mais populares e como tem influído a moda em seus trabalhos ao colaborar com gigantes como Louis Vuitton

Ana Siles

El ilustrador y diseñador Jordi Labanda, en una entrevista de Europa Press EP

Faz tempo que a inteligência artificial se coló nas rotinas profissionais convertendo numa ferramenta mais de trabalho. No entanto, sua chegada também tem sido, para muitos, o presságio do desaparecimento de determinadas profissões. Uma delas, segundo o ilustrador e desenhador Jordi Labanda, é a sua.

"Acho que vai ser uma das primeiras profissões em desaparecer porque é realmente fácil e exitoso pedir-lhe algo à IA e que to faça bem", explica. E acrescenta: "Minha profissão está quase tocada de morte pela IA",

"Uma espécie em via de extinção"

Labanda descreve o avanço desta tecnologia como exponencial e reconhece que ninguém viu vir seu impacto: "Tem sido como uma convidado surpresa, que ninguém esperava, e em matéria de um ano nos ficámos todos com a boca aberta"."Ponhamos cinco (anos) para ser otimistas. Mas eu acho que num par já veremos. Simplesmente, eu acho que veremos coisas muito bem feitas", insiste.

Acha que os ilustradores são um intermediário entre o empresário e o público e que, com os anos, esse intermediário sobrará porque a IA substituir-lhe-á e porque a demanda de profissionais a cada vez será menor por um tema de custos. "Parece-me horrível que tenha profissões que já estejam a começar a estar proibidas. É como uma espécie em via de extinção", acrescenta.

Sofistificación e hedonismo

Reconhecido por seu característico estilo de ilustração, com um grande protagonismo das mulheres, Labanda assegura que sua inspiração surge de qualquer coisa que seja llamativa, colorida e que envie uma mensagem positiva e otimista: "Acho que já há bastante dor no mundo e bastante escuridão".

Sofisticación e elegancia são as duas mensagens que Labanda quer transmitir ao público com suas ilustrações e, neste sentido, evoca o espírito vital e estiloso dos 90 e princípios dos 2000, bem como seus inícios: "Fiz parte de um movimento estético que ensinou à gente a ter uma vida mais estilosa".

O papel da moda em suas ilustrações

"Eu trabalho o hedonismo. Para mim, o luxo 'per se', também não me interessa. Gosto de mover-me no hedonismo, no desfrute da vida, em sacar o máximo partido a uma experiência. Minhas personagens são animais muito sofisticados", destaca.

Após trabalhar para marcas como Vogue e Louis Vuitton, tem destacado o papel que joga a moda em todas suas ilustrações, e reconhece que gosta do conceito de semiótica da moda e como se vestir é "lançar uma mensagem ao mundo, não para bem nem para mau, sina para se sublinhar a um mesmo".

Algumas das campanhas mais populares

Labanda, que se define como uma pessoa com muitas vidas profissionais, recorda as exitosas campanhas de papelaria e material escolar que fez com Miquelrius a princípios dos 2000: "Cada dia recebo mensagens privadas em Instagram de gente que me diz o importante que todo isso foi para eles. A verdade é que se me cai a baba quando me contam episódios vitais".

Outro de seus projectos foi o cartaz da Copa América de Vela de 2024 em Barcelona ou o que tem apresentado faz tão só uns dias do Grande Prêmio de Espanha 2025; e proximamente fará uma campanha de concienciación com o Hospital Clínic de Barcelona e publicará um livro para colorir: "Não costumo sonhar muito com que gostaria de fazer, porque realmente a vida me deu mais do que eu sonhava".