O consumo nos lares espanhóis está a viver uma transformação profunda e silenciosa. O que durante anos foi uma alternativa secundária, hoje se converteu no eixo central da compra diária. O avanço imparable da marca branca tem levado a correntes como Mercadona, Lidl e Aldi a atingir cifras históricas de quota de mercado, consolidando um novo equilíbrio no sector da distribuição alimentar.
Segundo os últimos dados disponíveis, estas três ensinas somaram em novembro uma participação conjunta do 47,5 %, em frente ao 45,25 % que acumulavam um ano dantes. O crescimento não só confirma uma tendência sustentada, sina que reflete uma mudança estrutural na forma de consumir, marcado pela busca de preço, confiança e propostas a cada vez mais sofisticadas baixo o paraguas da marca do revendedor.
Mercadona reforça sua liderança absoluta
Dentro deste novo palco, Mercadona continua destacando como o actor dominante. A corrente valenciana não só lidera o mercado com uma quota do 37 %, sina que ademais é a que mais cresce em termos relativos, com um avanço próximo a um ponto percentual no último ano. Sua estratégia, centrada em surtido curto, forte controle de provedores e desenvolvimento constante de marca própria, segue dando resultados.
Por detrás, Lidl mantém uma evolução sólida. Ainda que ocupa a terceira posição no ranking geral, depois de Carrefour, ensina-a alemã tem atingido já o 8 % de quota, depois de somar médio ponto adicional. Aldi, por sua vez, continua escalando posições com um crescimento de quatro décimas, situando-se no 2,5 % e reduzindo distâncias com competidores históricos como Alcampo.
Um mercado a cada vez mais polarizado
Enquanto os grandes impulsores da marca branca avançam, o resto do sector mostra um comportamento bem mais plano. Carrefour conserva sua posição, mas perde ligeiramente terreno e baixa até o 12,4 %. Outras correntes como Dia e Consum conseguem melhoras discretas, com quotas do 4,7 % e 4,5 % respectivamente, ainda que longe do ritmo de crescimento de seus principais rivais.
Esta partilha desigual põe de manifesto uma crescente polarización do mercado, onde as ensinas capazes de oferecer uma marca própria forte, reconocible e percebida como fiável são as que melhor resistem o contexto económico atual.
O Natal acelera o consumo… e as decisões
O último trecho do ano tem voltado a ser chave para o sector. Compra-las vinculadas ao Natal têm impulsionado a demanda desde o outono, especialmente em categorias como carnes, pescados e mariscos, produtos essenciais nas celebrações familiares. No entanto, este aumento do consumo tem estado condicionado por um factor determinante: o preço.
A inflação acumulada e o encarecimiento estacional têm levado a muitos lares a planificar antecipadamente e a procurar fórmulas para conter a despesa. Neste contexto, a marca branca tem reforçado seu atractivo, inclusive em categorias tradicionalmente dominadas por fabricantes.
Subidas de preço e mudança de percepção
Um dado especialmente revelador é que, enquanto as marcas de fabricante têm contido os preços com uma ligeira baixada média, as marcas de distribuição têm experimentado um encarecimiento superior ao 2 %. Ainda assim, têm conseguido aumentar seu peso em valor, o que indica que o consumidor já não as percebe unicamente como a opção barata, sina como uma alternativa competitiva em qualidade.
Esta mudança de percepção é chave para entender o momento atual. A marca branca já não se limita a cobrir o básico, sina que oferece referências premium, platos preparados e propostas gourmet que competem directamente com produtos de maior preço.
Mercadona, Lidl e Aldi reis do Natal graças à marca branca
Os dados do sector confirmam esta evolução. Mercadona, Lidl e Aldi concentram já mais do 54 % do mercado alimentar, um nível nunca visto nos lineares espanhóis. No acumulado anual, a cifra situa-se no 53,5 %, com um crescimento interanual sustentado.
Desde a análise de mercado, aponta-se a um palco complexo para os fabricantes tradicionais. A pressão sobre margens, a necessidade de recuperar volume e a concorrência direta com as marcas do revendedor marcam o início de uma nova etapa para o sector.
Perspectivas económicas do sector da alimentação em Espanha: crescimento estável
Pese ao contexto inflacionário, a gente seguimos comendo. Por isso, gastando. As previsões para o fechamento do ano são otimistas. Desde a patronal das grandes empresas de distribuição estima-se que a campanha navideña poderia fechar com um crescimento próximo ao 5 %, o que situaria o aumento anual do consumo em torno do 3,8 %.
Este avanço explica-se, em parte, pela capacidade do sector para adaptar-se às novas prioridades do consumidor, oferecendo soluções práticas, preços ajustados e uma experiência de compra a cada vez mais alinhada com as expectativas atuais.
O novo podio do supermercado
Correntes como Carrefour, Eroski, Alcampo ou O Corte Inglês seguem na carreira, mas o protagonismo atual recae claramente em quem têm sabido capitalizar o auge da marca branca.
Mercadona, Lidl e Aldi não só dominam em preço, sina também em inovação, conveniência e produtos preparados com um enfoque a cada vez mais gourmet num contexto de mudança de hábitos. Em Espanha o Natal já não se vive igual, agora se procura é abaratar o desembolso total do aprecio final de nossa cesta da compra bem como sortear passar horas e horas na cozinha.
O supermercado do presente já não se define só pelo que vende, sina por como interpreta o bolso e os hábitos de uma sociedade em constante mudança. E, nessa leitura, a marca branca converteu-se na grande ganhadora.