Giro radical : esta cor na embalagem pode indicar que o alimento tem perdido propriedades

Em Consumidor Global revelamos-te como funciona uma nova geração de etiquetas inteligentes que permite detectar o estado dos alimentos sem abrir a embalagem, melhorando a segurança e reduzindo o desperdicio

Movimiento de contenedores en un puerto canario. IMAGEN DE LA RED (1500 x 1000 px) (66)
Movimiento de contenedores en un puerto canario. IMAGEN DE LA RED (1500 x 1000 px) (66)

Num mundo onde a tecnologia avança a passos agigantados, inclusive algo tão quotidiano como uma embalagem de alimentos se está a transformar numa ferramenta de alta precisão. As embalagens inteligentes têm chegado para mudar a maneira em que entendemos a frescura, a qualidade e a segurança dos produtos que consumimos a diário.

A diferença dos envoltorios tradicionais, estas embalagens não só protegem os alimentos: também oferecem informação em tempo real sobre seu estado. Já seja alertando sobre uma ruptura na corrente de frio ou indicando se um alimento ainda é apto para o consumo, estes sistemas permitem aos consumidores tomar decisões mais seguras e responsáveis.

Etiquetas que mudam de cor: aliadas para manter a frescura

Em resposta à crescente necessidade de garantir a qualidade dos produtos perecíveis, pesquisadores da Universidade de Pequim desenvolveram etiquetas inteligentes em 2014 que mudaban de cor segundo o estado dos alimentos, sem necessidade de abrir a embalagem.

Etiquetas que cambian de color: aliadas para mantener la frescura/clusteralimentariodegalicia.org
Etiquetas que mudam de cor: aliadas para manter a frescura/clusteralimentariodegalicia.org

Estas etiquetas actuam como indicadores visuais da deterioração, reagindo ante variações de temperatura que poderiam comprometer a frescura ou segurança do produto. E é que a temperatura é um factor crítico na corrente alimentar, já que seu mau manejo acelera processos de descomposição. Estas novas etiquetas permitem detectar essas mudanças e alertar ao consumidor de forma singela e eficaz, reduzindo assim o risco de consumir alimentos em mau estado.

Além de melhorar a experiência de compra, esta tecnologia pode contribuir a reduzir o desperdicio alimentar, optimizando a conservação e o aproveitamento de produtos como carnes, pescados e lacticínios desde a corrente de produção até o expositor do próprio supermercado.

Embalagens inteligentes: Como funciona esta tecnologia na indústria alimentar?

Para detectar mudanças no estado dos alimentos, as embalagens devem ter certo grau de interacção com o conteúdo ou com o espaço interno da embalagem. Através desta conexão, os sensores e indicadores integrados podem monitorar aspectos finque como a temperatura, a humidade ou a presença de gases, alertando se algo não está em ordem.

Indicadores de humedad y estado de descomposición/clusteralimentariodegalicia.org
Indicadores de humidade e estado de descomposição/clusteralimentariodegalicia.org

Os sistemas mais comuns incluem indicadores visuais, sensores químicos e suportes de dados digitais, a cada um com aplicativos específicos. Esta inovação cumpre três funções essenciais:

  • Proteger ao consumidor

  • Prolongar a vida útil do produto

  • Melhorar a traçabilidade na corrente de distribuição

1. Indicadores de tempo e temperatura: guardiães da corrente de frio

O indicadores tempo-temperatura são pequenas ferramentas visuais que permitem verificar se um alimento tem sido exposto a temperaturas inadequadas durante seu transporte ou armazenamento. Estas exposições podem acelerar processos de descomposição ou comprometer a segurança do produto.

Indicadores integrados (ITT)

Registam a história completa de temperatura do alimento. Funcionam mediante uma escala visual, onde a cor avança em função do calor acumulado. São ideais para detectar danos invisíveis provocados por um mau manejo do produto.

Indicadores de temperatura crítica (ITC)

Activam-se ao ultrapassar uma ombreira térmica específico. Por exemplo, permitem saber se um pescado tem sido descongelado acidentalmente, o qual afecta directamente sua textura e segurança.

Integradores tempo-temperatura crítica (ITTC)

Não só detectam uma mudança pontual, sina que registam a exposição acumulativa ao calor. São muito úteis para produtos nos que se activa a actividade microbiana ao superar certa temperatura.

2. Indicadores de atmosfera: quando o ar também conta

A maioria dos produtos frescos se envasan em atmosferas modificadas (MAP) para reduzir a deterioração. No entanto, qualquer alteração nessa atmosfera —já seja por uma fuga ou por uma má selladura— pode comprometer o alimento.

Os indicadores de estanqueidad actuam como sentinelas ante a presença de oxigénio não desejado. Um exemplo é o uso de pigmentos sensíveis ao CO₂, como o desenvolvido por Insígnia Technologies, que muda de cor ao abrir a embalagem e expõe a frescura real do produto depois do primeiro uso.

Outro caso é o de TellTab™, de IMPAK Corporation, que muda de cor se detecta oxigénio, e pode reverter seu estado se volta a condições seguras. Ainda que ainda não é uma ferramenta ao alcance do consumidor média, oferece enormes possibilidades no controle de qualidade.

3. Indicadores de humidade: inimigos invisíveis ao descoberto

A humidade é um dos grandes inimigos dos produtos secos. Para isso, existem etiquetas capazes de reagir ante sua presença. Utilizando compostos como cloruro de cobalto ou cloruro de cobre, estes indicadores mudam de cor quando detectam humidade dentro da embalagem, alertando sobre riscos de mofo ou deterioração prematuro.

Indicadores de frescura: o "sexto sentido" da embalagem

Estes sensores estão desenhados para oferecer pistas sobre o estado real do alimento embalado, sem necessidade de abrí-lo. Por exemplo, detectam gases como as aminas voláteis —geradas durante a descomposição do pescado ou a carne—, ou registam mudanças de pH associados ao crescimento bacteriano.

Um dos métodos mais prometedores consiste em sensores que mudam de cor conforme o alimento perde frescura. Estão especialmente indicados para produtos com rápida evolução, como carnes, frutas e vegetais.

Para uma nova era de alimentos mais seguros

O avanço destas tecnologias promete uma experiência de compra mais confiável e alimentos melhor conservados. À medida que as embalagens inteligentes integrem-se no dia a dia de supermercados e consumidores, não só teremos mais garantias sobre o que comemos, sina que também reduzir-se-á o desperdicio de alimentos.

Graças a sensores de alta precisão e sistemas de alerta visual, a comida já não terá secretos para nós. No futuro próximo, bastará com observar uma pequena mudança de cor para saber se nosso almoço ainda é seguro… ou melhor o deixar passar.