Onde me operar se não quero esperar?
Os centros pertencentes ao modelo de gestão mista da Comunidade de Madri são os que menor tempo de demora apresentam para intervenções quirúrgicas

Em Espanha, um paciente espera uma média de 121 dias para ser operado, segundo os últimos dados do Sistema de Listas de Espera (SISLE). No entanto, na Comunidade de Madri (CAM), esta espera reduz-se significativamente, situando-se em 45,78 dias, isto é, 75 dias menos que a média nacional.
Ademais, segundo os últimos dados oficiais do Serviço Madrileno de Saúde (SERMAS), correspondentes ao mês de novembro, em gestão hospitalaria, alguns hospitais madrilenos destacam com médias muito por embaixo, não só da média nacional sina também da CAM. O centro com menor demora para operações não urgentes é o Hospital Universitário Geral de Villalba, com 12,70 dias; seguido pelo Infanta Elena, com 18,68 dias; o Rei Juan Carlos com 19,98 dias; e a Fundação Jiménez Díaz, com 20,31 dias. Todos estes centros compartilham um rasgo distintivo: operam baixo o modelo de gestão mista, o que lhes permite registar tempos por embaixo do mês de espera.
A seguir, em menores tempos de espera em Madri para intervenções quirúrgicas seguem-lhes, o Hospital Santa Cristina (35,35 dias), o Severo Ochoa (36,61 dias) e o Hospital de Fuenlabrada (37,94 dias). Por embaixo da média regional em novembro também se colocaram outros centros como o Hospital Central da Defesa Gómez Ulla (42,28 dias) e o Hospital Central da Cruz Vermelha San José e Santa Adela (43,07 dias).
Nos dados contribuídos pelos hospitais madrilenos destaca que nenhum deles supera a média de espera nacional em LEQ e a maioria registam tempos significativamente inferiores. Inclusive o hospital que mais dias acumula para uma intervenção quirúrgica na CAM, o Hospital Universitário Príncipe de Astúrias, se encontra 45 dias por embaixo da média nacional.
Ademais Madri é, segundo o SISLE, a comunidade líder em menor tempo de espera para quase todas as intervenções quirúrgicas: é a melhor em Cirurgia Geral e Digestivo com 43 dias; ORL (Otorrinolaringología): 52 dias; Traumatología: 48 dias; Urología: 44 dias; Cirurgia Cardíaca: 35 dias; Cirurgia Maxilofacial com 52 dias; Cirurgia Plástica, com 57 dias e Neurocirugía, 58 dias. Também é a primeira, ainda que compartilha posto com Aragón, em Ginecologia com 38 dias.
Pressão asistencial e eficiência na Comunidade de Madri
Ao todo 848.340 espanhóis encontram-se pendentes de uma operação, 28.376 mais que no mesmo período do anos anterior, o que representa uma taxa de 18 pacientes pela cada 1.000 habitantes. Em Madri, 70.286 pessoas esperam para ser operadas e, ainda que a comunidade enfrenta a maior pressão asistencial de todo o território nacional, é a que melhores resultados arroja de toda Espanha. Regista a taxa mais baixa, segundo reflete o SISLE, com 10,06 pacientes pela cada 1.000 habitantes.
O sistema de livre eleição de médicos da CAM e os hospitais de gestão mista têm permitido aliviar o ónus que suportam os hospitais públicos e melhorar os tempos de espera. Em comunidades com uma demanda asistencial similar à madrilena, como são Cataluña ou Andaluzia, a taxa ascende ao 26,6 e 31,6, respectivamente.
As listas de espera quirúrgica (LEQ), ademais, mostram uma boa evolução em Madri. Segundo os últimos dados publicados pelo SERMAS, em novembro, o tempo médio de espera reduziu-se em 3,21 dias com respeito ao mês de outubro e em 14,22 dias em relação a setembro. Em comparação com agosto, quando a demora era de 65,23 dias, a redução atinge os 19,45 dias. Além de encurtar os tempos de espera, a CAM também tem diminuído o número de pacientes pendentes de cirurgia. Em novembro, contabilizaram-se 76.616 pessoas em espera, 1.910 menos que em outubro, quando eram 78.526.
A análise dos dados consolida o modelo de gestão mista na Comunidade de Madri como um factor finque para reduzir os tempos de espera quirúrgica, permitindo que a região se posiciones como líder nacional em eficiência e gestão sanitária. Hospitais como a Fundação Jiménez Díaz, que aplicam o modelo de gestão mista, têm conseguido se posicionar como líderes em eficiência hospitalaria graças à combinação de inovação organizativa e a optimização de recursos público-privados.
Segundo o Monitor do Sistema Hospitalario da Comunidade de Madri, a Jiménez Díaz regista uma despesa em atenção especializada por habitante um 32% inferior ao custo médio dos hospitais da região e, apesar de ser o hospital de referência com o maior número de pacientes, mantém as listas de espera mais baixas de todo o país.