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O preço da moradia atinge seu recorde histórico depois de disparar-se um 12%

O valor do metro quadrado rompe o teto da borbulha de 2008 impulsionado pela falta de oferta e a baixada de tipos

Ana Carrasco González

Una vivienda en proceso de construcción, mientras el precio alcanza su récord histórico José Manu

Comprar uma casa em Espanha nunca tinha sido tão caro. O preço da moradia livre tem acentuado sua escalada no terceiro trimestre do ano com uma subida interanual de 12,1%, situando o custo do metro quadrado nos 2.153,4 euros.

Segundo os últimos dados publicados pelo Ministério de Moradia e Agenda Urbana, esta cifra supõe uma meta sem precedentes: é o maior custo registado em toda a série histórica, que arrancou em 1995. Com este novo empurrão, o mercado supera oficialmente o anterior máximo de 2.101,4 euros/m² atingido no primeiro trimestre de 2008, em pleno bico da borbulha imobiliária.

Adeus aos máximos da borbulha de 2008

O sorpaso aos registros da borbulha confirma a tendência de ascensão dos últimos anos. Se comparamos os preços atuais com os mínimos registados em 2014 depois do estallido da crise (1.455,8 euros/m²), a moradia em Espanha tem-se revalorizado quase um 48% na última década.

Cartaz de uma moradia em aluguer / EDUARDO PARRA - EP

A tendência não mostra signos de agotamiento em curto prazo. Só entre julho e setembro, o preço subiu um 2,9% trimestral, encadeando já três trimestres consecutivos acima da barreira dos 2.000 euros/m².

Que está a empurrar os preços a níveis recorde?

O contexto atual está marcado por um desequilíbrio estrutural: existe uma falta de moradia crónica para atender uma demanda que não deixa de crescer.

Esta escassez está tensionando os preços ao alça e dificultando o acesso à propriedade, especialmente para os jovens. A esta equação soma-se um novo factor reactivador: o progressivo abaratamiento das taxas de juro e de hipoteca-las, que está a animar de novo o mercado de compra.

Moradia nova vs. usada: assim têm subido os preços

O encarecimiento é generalizado, mas afecta com diferente intensidade segundo a antiguidade do inmueble:

  • Moradia nova (até 5 anos): é a opção mais cara. Seu preço disparou-se um 11,5%, atingindo os 2.515,6 euros/m². Encadeia 14 trimestres acima dos 2.000 euros.
  • Moradia usada (mais de 5 anos): subiu um 12,1% até os 2.142,2 euros/m², marcando seu dado mais elevado desde 2010.
  • Moradia protegida: experimentou um aumento mais moderado de 2,4%, situando-se em 1.195,7 euros/m², o valor mais alto desde 2005.

Mapa de preços: assim têm subido os preços nas comunidades autónomas

A localização segue sendo o factor determinante no preço final. No terceiro trimestre, as subidas foram generalizadas em todas as comunidades autónomas, mas duas regiões se desmarcan do resto superando a barreira dos 3.000 euros.

O ranking das zonas mais caras fica assim:

  1. Comunidade de Madri: 3.732,5 euros/m² (+14 % interanual).
  2. Ilhas Baleares: 3.672,4 euros/m² (+14,5 %).
  3. País Basco: 2.866,5 euros/m².
  4. Cataluña: 2.548 euros/m² (+10,6 %).

Quanto à intensidade das subidas, Cantabria liderou o crescimento com um 15,1%, seguida muito de perto pela Comunidade Valenciana e Baleares (ambas com um 14,5%) e Astúrias (14,1%).