Os aplicativos que deves conhecer se praticas o poliamor

A oferta de plataformas para introduzir no mundo da não monogamia se multiplica com um amplo leque de possibilidades para unir

joyceinterfaz
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Existem tantas definições de amor e de sexualidad como pessoas há no mundo. E é que, por sorte, hoje em dia a cada um se autodefine como lhe vem em vontade. Trata-se de uma decisão pessoal e intransferible. Porque onde para uns só cabem dois, para outros cabem três e inclusive quatro: o amor não entende de limites.

De facto, um da cada quatro jovens dentre 18 e 30 anos crê nas relações amorosas com mais de uma pessoa ao mesmo tempo, segundo um estudo da Universidade de Palermo. "Estamos a ver uma explosão de identidades sexuais nas que a cada um se reconhece de forma intermitente e variável", expõe a Consumidor Global o psicoanalista experiente em redes sociais José Ramón Ubieto. Dita explosão tem feito que muitos se decanten por novas formas de se relacionar entre as que se encontra o poliamor. Por isso, os serviços que põem em contacto aos que querem ter relações amorosas com mais de uma pessoa, ainda que são ainda inovadores, vão em aumento.

Apps e plataformas para encontrar o poliamor

"Qualquer ideia de felicidade acaba no mercado", escreveu o sociólogo Zygmunt Bauman no livro Geração Líquida: transformações em era-a 3.0. E isso é o que tem sucedido com o poliamor. "Dentro da comunidade poliamorosa existem coletivos que organizam encontros, mas hoje em dia todo a passa pela rede e os aplicativos", aponta Ubieto. E é que estas soluções on-line centradas em relações liberais não monógamas se multiplicaram nos últimos anos. Nelas, todo o tipo de casais e solteros, já sejam pansexuales, demisexuales, homossexuais, ginosexuales, asexuales ou, simplesmente curiosos, têm cabida.

La foto de una pareja en una aplicación de poliamor / JOYCE
A foto de um casal num aplicativo de poliamor / JOYCE

No dia de San Valentín de 2020 nasceu em Espanha a plataforma de dating Poliamoris. "Tivemos experiências frustrantes nos aplicativos tradicionais e decidimos criar esta startup focalizada na busca de vínculos afectivos poliamorosos", explica Javier Duque, seu fundador, a este meio. E também no ano passado chegou o aplicativo Joyce, na que se pode conhecer a pessoas com as mesmas preferências sexuais, ainda que está mais centrada na busca de uma aventura "e inclusive aprofundar na primeira cita", explicam desde a empresa alemã. Em 12 meses já conta com mais de 35.000 membros. A app móvel Feeld Citas é outra das alternativas para os que procuram introduzir na comunidade poliamorosa e existem, assim mesmo, plataformas de tríos e intercâmbio de casais como Swing'App e 3Somer.

Una persona con la plataforma Feeld abierta, la alternativa a Tinder para el poliamor / FEELD
Uma pessoa com a plataforma Feeld aberta, a alternativa a Tinder para o poliamor / FEELD

OkCupid e Tinder também querem ser plurais

Aplicativos de dating como OkCupid viram o tirón do poliamor e têm funções dirigidas aos praticantes da não monogamia. Mais especificamente, oferecem a opção Couples Linking ou, o que é o mesmo, vincular um perfil com o do casal para procurar a um terceiro. "OkCupid também permite pôr uma descrição mais extensa e, pelo geral, a gente é mais aberta que em Tinder neste aspecto", aponta Sandra Bravo, divulgadora especializada em não monogamia.

La app de Tinder / CG
A app de Tinder / CG

"Tinder não funciona para todo mundo e há gente que quer algo mais amplo. Isto é, aplicativos como Feeld Citas ou Joyce recolhem um pouco essas novas inquietudes", assegura Ubieto. No entanto, alguns casais animam-se a fazer-se um perfil em Tinder de forma consentida para procurar novas experiências, tal e como confessam alguns membros da plataforma.

Pagar para 'poliamar' mais

"A app está bem, mas há que pagar por tudo. A mensualidad de 15 euros não ta tira ninguém", critica um utente do aplicativo Joyce. Ao mesmo tempo, desde a empresa alemã explicam que "temos várias funções livres de pagamento", ainda que a realidade é que seu uso de forma gratuita é limitado. E o mesmo ocorre em Feeld Citas. "Se não pagas não podes ver nada, nem sequer uma membresía de dias te dão", se queixa um utente. Mais especificamente, esta app oferece 7 dias de prova grátis e depois cobra 17 euros ao mês.

Por sua vez, a plataforma Poliamoris pode-se provar de forma gratuita durante meses e permite contactar, solicitar citas virtuais ou chatear sem limites. A membresía, isso sim, custa 9,95 euros ao mês para os utentes premium e inclui o envio de mensagens e fotografias privadas sem limite e de entrega prioritária aos utentes mais populares, videollamadas e navegar em modo invisível, entre outras funções.

Mais solteros que casais

A idade dos utentes deste tipo de páginas dedicadas ou focadas no poliamor costuma rondar entre os 25 e os 45 anos, tal e como asseguram diferentes apps. "Por embaixo dessa idade não há uma proposta de compromisso estável e a permanência neste tipo de fórmulas é complicado. Enquanto, por em cima, é difícil que acedam dado que já têm um bagaje, ainda que sempre há excepções", aponta Ubieto.

Em Joyce, por exemplo, o 85% dos membros são solteros e o 15% são casais. Javier Duque, de Poliamoris, explica que os perfis estão bastante repartidos. "Agora inclusive temos acrescentado a categoria de triejas para os que se propõem acrescentar uma quarta pessoa a sua relação", conclui.