Que deve comer uma pessoa que tem HIV: precauções, alimentos recomendados e alguns proibidos
Descobre como é a vida e dieta de uma pessoa com HIV: chaves nutricionais para fortalecer o sistema inmunitario e melhorar as defesas e qualidade de vida em longo prazo
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A recente confesión pública de Eduardo Casanova, que nesta quinta-feira tem compartilhado em redes sociais que vive com HIV desde faz anos, tem voltado a situar o foco mediático sobre uma realidade que afecta a milhares de pessoas em Espanha. "Tenho HIV. Hoje rompo este silêncio tão desagradável e doloroso após muitíssimos anos", escreveu o diretor, anunciando ademais um documentário com o que procura visibilizar sua experiência. Um gesto do que já deu pistas em sua passada visita à revolta (TVE), onde quis contribuir a visibilizar a importância de se fazer provas para o detectar, desmontar preconceitos e recordar que o HIV, hoje, não é o que era faz décadas.
Convém aclarar desde o princípio: o vírus da inmunodeficiencia humana (HIV) ataca ao sistema inmunitario e debilita as defesas do organismo, fazendo-o mais vulnerável a infecções. No entanto, não é o mesmo ter HIV que desenvolver o AIDS, a síndrome de inmunodeficiencia adquirida quando a doença não tem sido detectada a tempo. Graças aos avanços médicos, a maioria das pessoas diagnosticadas e tratadas a tempo não chegam a essa fase e podem levar uma vida longa e ativa. Nesse novo palco, a alimentação joga um papel bem mais importante do que às vezes se crê, pois é a base de tudo.
Viver mais e melhor: o novo contexto do HIV
Nos últimos anos, os tratamentos antirretrovirales têm mudado por completo o prognóstico do HIV. A eficácia destas terapias tem permitido reduzir drasticamente o ónus viral e melhorar tanto a esperança como a qualidade de vida de quem convivem com o vírus. Hoje, o HIV maneja-se como uma doença crónica, o que implica prestar atenção não só à medicación, sina também aos hábitos diários e a que pomos no plato.
Entre esses hábitos, a alimentação ocupa um lugar central. Ainda que actualmente são menos frequentes os quadros de desnutrición grave, seguem existindo situações que podem dificultar uma ingestão adequada: perda de apetito, moléstias ao engolir, diarreas recorrentes ou efeitos secundários de alguns fármacos. Nestes momentos, uma dieta bem adaptada pode ajudar a manter a energia e prevenir complicações.
O papel fundamental da dieta no sistema inmunitario
Comer bem não cura o HIV, mas sim ajuda ao organismo a funcionar melhor. Uma alimentação equilibrada contribui ao correto funcionamento do sistema inmunológico, algo especialmente relevante quando as defesas estão comprometidas. O objectivo não é comer mais, sina comer melhor: combinar alimentos variados que contribuam a energia e os nutrientes necessários.
Não existem dietas milagre nem produtos "mágicos" capazes de substituir ao tratamento médico. No entanto, manter um bom estado nutricional facilita que os fármacos actuem de forma mais eficaz e ajuda ao corpo a responder melhor em frente a infecções oportunistas.
Segurança alimentar: medidas que não se devem descuidar
Quando as defesas baixam, certos microorganismos presentes nos alimentos podem converter num problema sério. Por isso, a higiene na cozinha é fundamental. Lavar-se bem as mãos, limpar superfícies e utensílios e conservar os alimentos em condições adequadas são gestos singelos que reduzem riscos desnecessários.
Também é importante extremar as precauções desde o momento da compra: eleger frutas e verduras em bom estado, evitar produtos golpeados e respeitar a corrente de frio. Os alimentos crus ou pouco cozinhados, especialmente ovos, carnes, pescados e mariscos, convém evitá-los ou consumí-los só se têm sido preparados com total segurança.
Manter uma boa hidratación
O água é essencial para que o organismo funcione correctamente. Manter uma hidratación adequada favorece o metabolismo, a função renal e o bem-estar geral. Alguns tratamentos requerem especial atenção à hidratación para prevenir problemas renales, o que reforça a importância de não descuidar este aspecto no dia a dia.
Actualmente, o HIV não tem uma cura definitiva, mas sim existem numerosos tratamentos eficazes para controlar o vírus e tratar tanto a própria infecção como as doenças associadas e as denominadas infecções oportunistas. Em pessoas com HIV, recomenda-se beber líquidos de forma regular e aumentar a ingestão em situações pontuas de febre ou diarrea, quando as perdas são maiores.
Energia e nutrientes: alimentos que não devem faltar no plato
O corpo obtém a energia principalmente dos hidratos de carbono e as gorduras. Em determinados momentos da infecção, como durante processos febriles, as necessidades calóricas podem aumentar. Se não se cobrem, o organismo começa a perder peso e massa muscular.
Os hidratos de carbono complexos —presentes em cereais, legumes, arroz, massa ou batatas— são uma boa base para manter níveis de energia estáveis. As gorduras, por sua vez, também são necessárias, sempre que se prioricen as de origem vegetal e os pescados ricos em ácidos grasos saudáveis.
Proteínas, vitaminas e fibra: aliados silenciosos
As proteínas são essenciais para consertar tecidos e produzir anticuerpos. Uma dieta que inclua carnes magras, pescado, ovos, lacticínios e opções vegetais garante um contribua adequado. As vitaminas e minerales, repartidos em frutas, verduras e outros alimentos, actuam regulando funciones chave do organismo.
A fibra merece uma menção especial. Presente a frutas, verduras, legumes e cereais integrais, contribui à saúde intestinal e pode ajudar a manejar episódios de diarrea ou estreñimiento, frequentes em algumas pessoas com HIV.
Comer com alterações metabólicas: alimentação consciente
Com os novos tratamentos têm aparecido também reptos metabólicos, como o aumento do colesterol ou os triglicéridos. Nestes casos, a primeira medida sempre é dietética: reduzir o consumo de álcool, açúcares simples e gorduras saturadas, e apostar por uma alimentação rica em pescado, verduras, frutas e legumes.
A visibilidade que contribuem depoimentos como o de Eduardo Casanova ajuda a normalizar o HIV e a pôr o foco no cuidado integral da saúde. A alimentação, longe de ser um detalhe menor, é uma ferramenta poderosa para ganhar bem-estar, energia e qualidade de vida. Porque conviver com o HIV hoje implica, sobretudo, aprender a cuidar-se sem medo e com informação.

