Olga Trapero (Vivo): "O consumidor mais exigente é o de faixa média, procura mais por menos"

Consumidor Global entrevista à 'marketing diretor' Iberia da assinatura tecnológica, quem desvela quais são as preferências dos utentes à hora de eleger um telefone móvel

Olga Trapero, 'marketing director' Iberia de VIVO   CEDIDA
Olga Trapero, 'marketing director' Iberia de VIVO CEDIDA

Desde faz mais de uma década, o móvel converteu-se nesse complemento que sempre nos acompanha. De modo que não é de estranhar que tenham aparecido uma grande quantidade de marcas. E todas elas prometendo aos consumidores experiências únicas e revolucionárias.

Consumidor Global tem conversado com Olga Trapero, marketing diretor Iberia de Vivo. A assinatura tecnológica chinesa aterrou em Espanha faz só cinco anos depois de conquistar o mercado asiático. Seus preços competitivos junto a outras características tecnológicas têm feito desta marca um referente que vai caminho de competir com outros gigantes.

--Como tem evoluído Vivo nos últimos anos?

--É uma companhia que tem mais de 15 anos de experiência na fabricação de smartphones, apesar de que leve pouco percurso em Europa. Nasceu com o propósito, como costumamos dizer, de construir a ponte entre a tecnologia e as pessoas. Além do desenvolvimento de móveis, Vivo também tem um longo percurso em patentes. Inovações que, quiçá, normalmente atribuímos a outras marcas. Por exemplo, o sensor de impressões embaixo do ecrã do móvel. Isto foi um desenvolvimento de Vivo.

--Refere-se a Apple? Dantes do FaceID, os iPhones tinham um sistema de impressão digital que funcionava com o botão central.

--Refiro-me a que, efectivamente, o primeiro sensor de impressões foi desenvolvido por Vivo. Na actualidade, também somos um referente a nível mundial no campo da fotografia móvel. Vivo lidera os dois mercados maiores que há no mundo: Chinesa e Índia.

--Qual é o perfil do consumidor de Vivo em Espanha?

--Durante todos estes anos, se nos tem dado muito bem nos fazer oco no perfil da faixa média, o mais exigente. O consumidor de faixa média procura mais por menos. É um consumidor que faz uma compra muito consciente, que está muito educado e procura muito dantes de fazer a compra. Procura o dispositivo que mais prestações tem ao preço mais ajustado. Também nos focamos nos early adopters, gente que conhece muito bem a inovação, que a aprecia e que a põe em valor. Entusiastas da fotografia que valorizam o ter uma câmara potente, que sabem o que têm nas mãos.

--A que se refere?

--Desde faz anos, Vivo tem a nível global um co-desenvolvimento com Zeiss. É um fabricante de lentes referente a nível mundial. Tem estado presente a metas muito grandes como, por exemplo, capturar o primeiro passo de nome na lua. Vivo está a aprender do melhor para fabricar as melhores câmaras para seus dispositivos móveis. Ao final, a visão de Vivo é ser o referente mundial quanto à fotografia móvel ou fotografia de bolso, como nós dizemos.

--Um exemplo?

--Neste ano, temos lançado a faixa premium em Espanha com o X200 Pró. É um monstro fotográfico. Muita gente em Espanha, interessados na tecnologia, já levava seguindo esta faixa de Vivo desde tempo. Identificamos que tinha uma massa crítica de consumidores que estavam interessados nestes produtos e por isso temos decidido trazer esta faixa ao mercado. Vivo tem ido devagar mas porque gostamos de ir conhecendo aos consumidores e atender as demandas que fazem.

--Como conseguem se diferenciar de gigantes como Apple ou Samsung e atrair a novos clientes?

--Não te podes pôr ao mesmo nível de marcas que levam anos e anos neste mercado. No entanto, podes-te diferenciar. Por exemplo, nós nos diferenciamos do resto com a parte de Zeiss. É uma vantagem competitiva que, ademais, o consumidor aprecia. A parte fotográfica para nós é uma prioridade absoluta. Também está a relação qualidade-aprecio. Vivo toma-se muito em sério o que são os regulares de qualidade de todos seus terminais e sempre aposta por ajustar os preços para poder democratizar as tecnologias mais avançadas. E, por último, Espanha é um país muito aberto, coisa que não passa no resto de Europa. Há muitas marcas e o mercado está muito segregado, o qual é bom para poder se abrir oco no mercado espanhol.

--Que quer dizer com "democratizar as tecnologias mais avançadas"?

--Zeiss, por exemplo, é um co-desenvolvimento que até faz um ano sozinho estava presente à faixa X, que é a faixa premium de Vivo. No entanto, no ano passado, pela primeira vez, este co-desenvolvimento baixou à faixa UVA, média-alta.

--Quais são esses factores finques que os consumidores valorizam mais à hora de eleger um telefone de sua marca?

--Para mim há três factores. O que está a procurar uma fotografia móvel de alto nível, com isto não temos nenhuma dúvida. Por outro lado, todo o que tem que ver com rendimento. Quase todos nossos dispositivos contam com um ónus rápido e depois a capacidade da bateria e a durabilidade óptima da mesma. Nós asseguramos que a bateria dura até quatro anos como se fosse o primeiro dia. O terceiro ponto, para mim, é o preço. Mas não por descontos senão porque os preços estão ajustados à qualidade que oferecemos.

--Como incorporam a inteligência artificial em seus dispositivos?

-- A nível fotográfico, a inteligência artificial permite-te ter um melhor processamento de fotos, evita-te ter que sair de um aplicativo para ir a outra a editar, te permite fazer a edição do rascunho inteligente que tem Vivo dentro de seus terminais, funciona muito bem. Mas sobretudo, as ferramentas de produtividade. Nós temos muito presente que o móvel já não é só um móvel. É teu colega do dia a dia, tua principal ferramenta para o trabalho. Estas ferramentas de produtividade permitem poupar tarefas que dantes nos levavam verdadeiro tempo. Por exemplo, um escaneo de documentos que com o móvel podes fazer em matéria de segundos.

--Quais acha que são as tendências de consumo que vão marcar o futuro dos smartphones?

--Segundo o que nós entendemos ao vivo, diria que há três coisas que se repetem de forma constante: câmara de alta qualidade, a parte da durabilidade da bateria e o rendimento. O facto de que o telefone aguente com bateria todo o dia é um factor determinante e um driver de compra importantíssimo. Com o uso intensivo que lhe damos aos smartphones, não todos estão preparados para esse rendimento que demandam os consumidores.