Nem Madri nem Cataluña: esta é a comunidade com as portagens mais baratas
Um relatório reflete as amplas diferenças tarifarias em função da região e indica que também há variações segundo a temporada

Para pôr a ponto as estradas espanholas, que ligam o país de ponta a ponta, seria necessário acometer um investimento próximo aos 11.000 milhões de euros. Ao menos assim o estima a Associação de Empresas Construtoras e Concesionarias de Infra-estruturas, que recentemente tem reclamado um "modelo sustentável de financiamento".
Segundo um relatório desta entidade, o atual modelo provoca desigualdade territorial, já que Espanha é o único grande país da União Européia cuja rede de estradas é em sua maioria gratuita. De facto, concentra o 68% dos quilómetros de autovías sem portagem de toda Europa… Apesar de que as portagens são um foco de críticas habitual em verão.
Amplas diferenças tarifarias
Outro estudo, elaborado neste caso por Automovilistas Europeus Sócios (AEA), organização que se centra na defesa dos condutores, põe de manifesto que existem diferenças tarifarias de até um 830% nas portagens, em função de onde e a que hora se circule.

As autopistas de portagens mais caras encontram-se no País Basco e em Cataluña, onde conduzir por alguns trechos custa até 50 céntimos por quilómetro. Mais especificamente, a portagem mais cara de Espanha encontra-se nos Túneis de Artxanda, nas inmediaciones de Bilbao, que tem um trecho de 3 quilómetros. Neste ponto, o preço ascende a 50 céntimos por quilómetro percorrido.
De Cataluña a Galiza
Depois deste trecho, a medalha de prata ao trajecto mais caro é para o túnel del Cadí (47 céntimos), seguido do de Vallvidrera (30 céntimos), a autopista de San Cugat a Manresa (29 céntimos) ou a autopista de Castelldefels ao Vendrell (23 céntimos), todas elas em Cataluña. Não obstante, existem bonificaciones que rebajan esses preços.

Pelo contrário, as portagens mais baratas encontram-se em Galiza. Entre eles figuram os do trecho Puxeiros a Baiona, em Pontevedra (6 céntimos), ou o da Corunha-Carballo (7 céntimos), ambos em Galiza. Também destaca o de Arrigorriaga-Santurtzi (Vizcaya) ou a circunvalación de Alicante, com um custo de 10 céntimos, ainda que neste último caso está bonificada pelo Governo e resulta gratuita.
O problema do horário ou no dia
Por outra parte, o relatório de AEA destaca que em 9 das 32 autopistas de portagem os preços se encarecen nos horários de maior afluencia de tráfico, se estabelecendo importantes diferenças em função do dia, a hora ou no mês do ano no que se utilize a infra-estrutura.
Assim, um automovilista que circule de madrugada (entre as 23.00 e as 07.00 horas) pela AP-71, no trecho León-Astorga, pagará quase três vezes menos que nas dezasseis horas restantes do dia. Também há autopistas que fixam suas tarifas em função da temporada de utilização, de forma similar ao que ocorre com o preço dos hotéis.
Mais caro em verão
Assim, durante os meses de junho a setembro e em Semana Santa, utilizar a AP-7 desde Alicante a Cartagena custa um 76,3% mais que o resto do ano. O mesmo que ocorre na AP-7 desde Málaga a Estepona, na que o recarrego por temporada alta supera o 62,5% da tarifa normal.
Em frente a isso, há autopistas (as que estão em mãos do Estado) que são gratuitas pela noite: AP-7 (Cartagena-Lado), AP-7 (Circunvalación de Alicante), R-2 (Madri-Guadalajara), R-3 (Madri-Arganda), R-4 (Madri-Toledo), R-5 (Madri-Navalcarnero), M-12 (Aeroporto de Baralhas), AP-36 (Ocaña-A Roda) e AP-42 (Madri-Toledo), ou com bonificaciones se pagam-se com dispositivos eletrónicos (Via T).