O escritor Ignacio Martínez de Pisón foi menino no Logroño dos sessenta, rapaz na Zaragoza dos setenta e aprendiz de novelista na Barcelona dos oitenta, quando começou a publicar seus primeiros relatos na prestigiosa editorial Anagrama da mão de Jorge Herralde.
Agora que de todo isso faz já quarenta anos, o novelista aragonés volta a vista atrás para retratar os acontecimentos, as personagens e os lugares que lhe marcaram em sua juventude, através da lembrança, em Roupa de casa (Seix Barral, 2024).
O povo idílico vascão que aparece na novela de Ignacio Martínez de Pisón
Na página 223 de Roupa de casa, Martínez de Pisón rememora como, graças à hospitalidade de alguns amigos, se converteu em visitante asiduo do País Basco. Bom, à hospitalidade dos amigos, à beleza de seus povos e lugares, e à boa mesa.
"Situado no coração de Guipúzcoa, Asteasu poderia muito bem representar o povo idílico vascão: o frontón no centro junto à prefeitura, o campanario da igreja presidindo-o tudo desde o alto, as casas de pedra formando dois racimos a um e outro lado da estrada", rememora Martínez de Pisón sobre esta pequena população de 1.500 habitantes, rodeada de verdes prados e montes de conto, localizada ao sul de San Sebastián.
Um lugar com história
E prossegue: "Na parte alta há um antigo e nobre caserón no que, ao que parece, viveu Zumalacárregui", descreve o escritor em referência a Tomás de Zumalacárregui e Imaz, duque da Vitória e conde de Zumalacárregui, um militar espanhol que chegou a ser geral carlista durante a primeira guerra carlista.
E é que a origem da pequena villa de Asteasu se remonta ao ano 1203, tal e como está inscrito no cabo de um selo de bronze com três varas ou blandones, o vestígio mais antigo da população. A Casa Consistorial, com suas amplas balconadas presididas pelo escudo da villa lavrado em pedra, e a igreja de San Pedro, com sua capa románica e o retablo maior barroco, também falam da história de Asteasu.
Onde comer em Asteasu
Para além da história, "Do restaurante de Asteasu, o Patxine, que estava a escassos metros e onde já me tratavam como a um cliente habitual, lembrança com nostalgia a sopa de pescado. Não tenho voltado a comer uma sopa tão boa", sentença Martínez de Pisón sobre o plato estrela desta taberna basca onde fazer um alto no caminho.
Para deleite dos amantes da sopa de pescado, o Restaurante Patxine Jaletxea segue aberto no mesmo local da rua Errementari Kalea, no centro do povo. E a imensa maioria de comensales coincidem: "Se queres comer um menu do dia caseiro e de qualidade, esta é a melhor opção da zona. Come-se como em casa, o trato é como o de casa e o preço é conforme ao que se come", opina um utente em TripAdvisor.
Como chegar
Asteasu está a 20 minutos em carro de San Sebastián. Assim mesmo, o autocarro 08, com saída desde cale-a Praia da Concha (San Sebastián), demora 45 minutos.