Uma viagem a Roma é sempre uma boa ideia, a não ser que se faça asneira. Judith A. e Daniel C. são um casal que decidiu ir à capital italiana no dia 6 de março. Para procurar alojamento confiaram na Booking, mas o resultado foi decepcionante.
Pagaram 250 euros por um apartamento em Roma no qual nunca chegaram a alojar-se. O anfitrião obrigava-os a fazer o check-in num horário que o casal não podia cumprir pelos horários do voo.
A negativa do anfitrião
Judith A. e Daniel C. planearam a sua viagem a Roma de 6 a 11 de março. Para a sua estadia na capital italiana, reservaram através da Booking um apartamento chamado "affittacamere san pietro resort".
“No Booking, quando reservas um apartamento, há sempre a opção de colocar a hora de chegada”, disse Judith A. à Consumidor Global. ‘Colocámos que chegaríamos por volta das oito ou nove da noite, porque o nosso avião aterrava em Roma por volta das seis e meia da tarde’, acrescentou. O anfitrião respondeu dizendo que o check-in deveria ser efectuado entre as 14:00 e as 18:00 horas do dia 6 de março.
Sem explicação alguma
Os inquilinos recalçaram que eles não podiam chegar a essa hora devido aos horários do voo. Mas o proprietário continuo a insistir de que as horas de entrada eram inamovíveis sem dar mais explicações. E por isso o casal decidiu procurar uma solução.
Apesar de que tinham pago 250 euros pela habitação, optaram por pagar outro alojamento para passar a primeira noite. Assim poderiam fazer o check in no horário estabelecido pelo anfitrião um dia depois, 7 de março. No entanto, o proprietário não estava de acordo. "Continuava a insistir que o check-in se devia realizar na quinta-feira 6 de março das duas \ás seis da tarde", recalça a afectada.
Reclamação à Booking
O casal, cansado da teimosia do anfitrião, contactou a Booking. Embora a agência de viagens não tenha conseguido uma solução, pelo menos obtiveram uma explicação. O proprietário do apartamento argumentou, pela primeira vez, que não tinha ninguém para registar os hóspedes depois das seis horas.
Uma desculpa que não convenceu o casal afetado. “Se não há ninguém para fazer o check-in, a primeira coisa que me perguntam é se devemos ou não cancelar a reserva. Nós não a cancelamos”, sublinha Judith A.
Andar disponível
A última gota de água aconteceu no dia 6 de março. O casal chegou a Roma e só tinha reservado um alojamento para a primeira noite. “Fomos ao Booking e o anfitrião tinha disponibilizado o apartamento para toda a nossa estadia, exceto para a noite de 8 para 9 de março”, conta a vítima.
Imediatamente, contactaram com a agência de viagens, já que segundo as explicações do proprietário, não tinha ninguém disponível para fazer o check-in para além das seis da tarde. "Mas o alojamento tinha disponibilidade para essa mesma noite e, por isso, ia ter que fazer o check-in. Sim tinha disponibilidade para outras pessoas mas para nós não", sustenta.
“Uma intenção clara de defraudar”.
Gerardo Ruiz, advogado especialista em consumo da Legálitas, explica à Consumidor Global que muitas vezes a informação publicada no Booking é correta, mas o anfitrião apresenta problemas. No entanto, neste caso “o principal problema é que estamos a lidar com um anfitrião que não está em Espanha e, portanto, qualquer tipo de reclamação tem de ser feita através de instituições italianas”, explica o advogado.
Acrescenta ainda que “há uma clara intenção de defraudar”, em relação ao truque do proprietário de voltar a oferecer o apartamento durante os dias que o casal tinha reservado. “E estamos a assistir cada vez mais a este tipo de situações”, sublinha o advogado.
Devolução do dinheiro
É preciso não esquecer que este casal pagou 250 euros por um apartamento que nunca chegou a habitar. Para além disso, tiveram de pagar antecipadamente outro alojamento para passar a primeira noite e de procurar, a contrarrelógio, um outro lugar para ficar durante o resto da viagem.
E como se isso não bastasse, depois de ter de lidar com a teimosia e as mentiras do anfitrião, o casal só conseguiu recuperar 100 euros dos 250 euros inicialmente pagos. “Acho que ele deve ter tido más experiências com espanhóis e viu a oportunidade perfeita. Ele não nos quis defrontar”, conclui Judith A..