Consumo processa a Aluguer Seguro por realizar práticas abusivas contra os inquilinos

A companhia defendeu-se assegurado que cumpre com a lei, afirma não ter nada que ocultar e ser "claros e transparentes"

Pablo Bustinduy (1)
Pablo Bustinduy (1)

O Ministério de Direitos Sociais, Consumo e Agenda 2030 tem aberto um expediente sancionador à empresa Aluguer Seguro por possíveis práticas abusivas contra inquilinos na gestão do aluguer. Ademais, está a pesquisar a outras companhias similares por cobrar comissões ilegais e obrigar aos inquilinos a contratar serviços não solicitados.

O procedimento sancionador parte da investigação que Consumo iniciou em outubro e que também pode salpicar a outras imobiliárias. Chega após que Facua denunciasse a Aluguer Seguro ante Consumo em novembro de 2023.

Cobranças injustificados

Segundo esta entidade, a companhia obrigava aos inquilinos a abonarles o equivalente a um mês de renda mais o 21% de IVA, cobrança que justificavam na prestação de um "serviço de atenção ao arrendatario".

Inmobiliarias Tecnocasa y Alquiler Seguro en Madrid / JESÚS HELLÍN - EUROPA PRESS
Imobiliárias Tecnocasa e Aluguer Seguro em Madri / JESÚS HELLÍN - EUROPA PRESS

A reacção da companhia não se fez esperar: o conselheiro delegado de Aluguer Seguro, David Caraballo, tem indicado que desde a companhia estão a analisar o expediente sancionador e tem assegurado que a companhia de gestão de aluguer cumpre com a lei.

Colaboração com a administração

"Levamos cumprindo a norma 17 anos a rajatabla e estaremos encantados de mostrar-lhe como trabalhamos a quem no-lo solicite", tem recalcado Caraballo num audio remetido aos meios. No mesmo, tem indicado que desde a companhia têm auditados todos os processos e contestarão à administração aclarando o que lhes requereram.

"Não temos nada que ocultar e ao invés gostamos de ser claros e transparentes", tem sublinhado o empresário, que tem assegurado que desde Aluguer Seguro não se obriga a "ninguém" a contratar um seguro.

Denúncia de práticas abusivas

O ministro de Direitos Sociais, Consumo e Agenda 2030, Pablo Bustinduy, tem animado aos inquilinos a denunciar as práticas abusivas que se possam encontrar por parte das imobiliárias à hora de alugar uma moradia. Ademais, tem afirmado que seu Ministério se vai encarregar de que "nenhuma ilegalidad fique impune".

Una persona entrega a otra dos llaves / FREEPIK - El presidente y consejero delegado de Alquiler Seguro Asset Market (ASAM), Sergi Gargallo
Uma pessoa entrega a outra umas chaves / FREEPIK

Por sua vez, a Organização de Consumidores e Utentes OCU tem apontado num comunicado que, se as irregularidades fossem conceituadas muito graves, "o regulamento contempla que o custo da sanção possa atingir entre seis e oito vezes o benefício ilícito obtido. E é que este tipo de práticas abusivas contribuem a aumentar as atuais dificuldades de acesso à moradia em aluguer".