Quantos políticos há em Espanha em 2025 e quanto cobram na cada partido
O orçamento dedicado às nóminas de deputados tem passado de 15,25 milhões em 2023 e 2024 a 15,6 milhões em 2025

Em Espanha há, segundo a Central Sindical Independente e de Servidores públicos (CSIF), uns 100.000 oficiais e assessores políticos. Uns 73.000 são deputados, senadores, vereadores e prefeitos, isto é, trabalhadores públicos que debatem e aprovam leis, tentam com maior ou menor sucesso que seu município ou sua região prospere, tecem relações com organizações nacionais e internacionais...
A estes milhares de políticos profissionais em ativo há que somar uma legión de assessores, que cobram também dinheiro público por ajudar aos da primeira linha a desenvolver seu labor (apesar de que suas tarefas concretas, sua formação e seus salários sejam questões um tanto opacas).
Que fazem os assessores
A maioria destas pessoas são profissionais de perfil técnico que trabalham com discreción, pelo que associar a imagem do assessor com a de gurús como Iván Redondo ou paladines como Koldo seria um erro. Agora bem, é verdadeiro que os políticos costumam eleger a seus assessores a dedo, pelo que sim há verdadeiro amiguismo neste âmbito.

A grandes rasgos, dedicam-se a realizar análises políticas e colaboram no desenvolvimento de estratégias (não só as folhas de rota a seguir durante as campanhas eleitorais, senão planos de gestão de crise e estratégias de comunicação). Ademais, num mundo no que o big data é a cada vez mais relevante, os assessores também trabalham com dados e análises quantitativas para calibrar o efeito das estratégias propostas.
Prefeitos sem remuneração
Agora bem, há que ter em conta que muitos prefeitos de pequenos municípios não recebem emolumentos públicos.
Tal e como detalhava Newtral em 2022, no ano 2020 cerca do 40% dos 6.900 prefeitos de Espanha não cobrava salário público. Isto se deve a que não têm dedicação exclusiva ao cargo, pelo que desempenham suas funções de prefeito de forma parcial, compatibilizando com outras actividades trabalhistas.

Salários de deputados
Neste ano, o solo dos deputados tem subido. Em setembro, a Mesa do Congresso aprovou os orçamentos da Câmara para 2025, que contemplavam um aumento da quantia prevista para abonar nóminas de deputados: tem passado de 15,25 milhões em 2023 e 2024 a 15,6 milhões em 2025, o que supõe um aumento de 2,81%.
O mesmo ocorre com os complementos (indemnizações e pluses em função do cargo), que passam de 7,12 a 7,29 milhões, o que supõe um aumento da partida num 2,38%. A última subida salarial aplicada a suas señorías aprovou-se no passado mês de julho por unanimidade na Mesa e foi para aplicar-lhes o incremento de 2%, mais um 0,5% adicional em função da evolução do IPCA, que se pactuou para os servidores públicos.

3.220 euros de base
Com essa revisão, a atribuição constitucional que recebem mensalmente todos os deputados passou de 3.142,14 a 3.220,69 euros, o que supôs 78,55 euros mais ao mês e um total de 45.089,66 euros ao ano. À cada parlamentar somam-se as indemnizações e complementos que lhe correspondam em função de sua circunscrição e cargo, que também se incrementaram na mesma quantia.
Neste ponto convém mencionar o debate recorrente de se os políticos cobram muito ou pouco dinheiro. Se comparam-se os salários dos políticos com os de profissionais com uma formação similar no sector privado, os primeiros costumam ser inferiores. Ademais, há quem esgrimem que um salário mais competitivo poderia atrair a profissionais melhor qualificados à política, o que a sua vez poderia melhorar a qualidade da representação.
Que políticos cobram mais
Não é possível saber em que partido se cobra mais, porque depende das circunstâncias pessoais da cada deputado (isto é, dos complementos aos que tenha direito). Ademais, alguns partidos têm suas próprias normas (que não sempre se cumprem a rajatabla).

Por exemplo, em seus inícios, Podemos implementou a limitação de salários de seus cargos públicos a 3 SMI.
18,8 milhões para o Partido Popular
Com tudo, sim é um facto que, nesta legislatura, o partido político que tem obtido mais dinheiro (de acordo com o que marca o financiamento dos partidos, que premeia à formação que mais votos recebe) foi o Partido Popular (PP), que recebeu uns 18,8 milhões de euros.
Aos populares segue-lhes o Partido Socialista (uns 14,8 para o PSOE e 2,7 para o PSC), Vox (6,1 milhões), Somar (6 milhões) e ERC (1 milhão).

Que políticos cobram mais
O presidente do Governo, Pedro Sánchez, cobra 103.498,22 euros brutos anuais. Logicamente, é um dos políticos espanhóis que mais vontade, já que suas responsabilidades são as mais altas. Alberto Núñez Feijóo cobra bastante menos (65.184,96 euros).
Santiago Abascal cobra 57.477,98 euros públicos ao ano e Yolanda Díaz 112.081,68 euros, segundo o portal de transparência de Newtral.
Prefeitos
Para além destas duas figuras, há vários prefeitos que ganham mais dinheiro que muitos deputados e inclusive ministros. Segundo Newtral, Madri, Barcelona, Bilbao, Málaga e San Sebastián são as cinco capitais de província cujos prefeitos têm os salários mais elevados.

"Em primeiro lugar está José Luis Martínez-Almeida (PP), com 115.419 euros brutos anuais; em segundo, Jaume Collboni (PSOE), com 104.000 euros; em terceiro, Juan María Aburto (PNV), com 98.108 euros; em quarto, Francisco da Torre (PP), com 95.306 euros; e em quinto, Eneko Goia (PNV), com 94.605 euros", detalham.