Confirmado por utentes: os resúmenes da IA de Google geram números de telefone fraudulentos

O perigo dos resúmenes da IA de Google: utentes denunciam fraudes por números de telefone falsos no buscador

Movimiento de contenedores en un puerto canario. IMAGEN DE LA RED (1500 x 1000 px)   2025 09 29T175510.192
Movimiento de contenedores en un puerto canario. IMAGEN DE LA RED (1500 x 1000 px) 2025 09 29T175510.192

Nos últimos anos, a inteligência artificial integrou-se em quase todos os aspectos da vida digital: desde assistentes que respondem correios e geram relatórios, até sistemas que recomendam que comer, que ver ou como treinar. A tendência é clara: a cada vez mais pessoas delegan decisões e tarefas na IA. Mas esta comodidade propõe um debate urgente: que passa se terminamos dependendo demasiado dela? Ou pior… Que passa se nos fiamos por completo dela?

A prova está em como os resúmenes gerados pela inteligência artificial de Google a cada vez são mais consumidos pelos internautas, que sem necessidade de mergulhar nos motores de busca, com um primeiro vistazo a IA promete respostas instantâneas e soluções sem necessidade de abrir enlaces. Úteis e velozes, não são infalibles: nas últimas semanas tem vir# à tona um incidente nos que esses extractos automatizados mostraram números de telefone fraudulentos que levaram a utentes a perder dinheiro e dados pessoais.

O lado escuro dos resúmenes de IA em buscadores: números falsos, fraudes e como te proteger

As capas de IA que resumem resultados não criam informação «do nada», se agregam e condensan dados extraídos de múltiplas páginas site. Quando alguma dessas fontes contém informação incorreta —ou directamente maliciosa— o resumo pode a reproduzir com aparência de autoridade. Isso é o que tem passado em casos documentados recentemente: pessoas que procuraram o telefone de atenção ao cliente de uma companhia viram em ecrã um número que parecia oficial, o chamaram e acabaram sendo vítimas de estafadores.

Una persona realiza una llamada telefónica fiándose de la IA de Google / PEXELS
Uma pessoa realiza um telefonema telefónico fiando-se da IA de Google / PEXELS

Um dos exemplos amplamente difundidos é o do empresário imobiliário Alex Rivlin, que, depois de chamar a um número mostrado nos resultados, compartilha seus dados e detecta depois cargos não autorizados em sua conta. Outro caso grave relata a um homem de 65 anos que perdeu mais de 3.000 dólares depois de confiar num número de atenção a clientes (de uma empresa de partilha) obtido via buscador.

Como funciona a fraude de "serviço de atenção falso"

A engenharia da fraude costuma seguir um padrão sistémico:

  1. Registro do engano no site: os atacantes colocam reseñas ou páginas com altas valorações que incluem um número de telefone falso, o apresentando como o contacto oficial.

  2. A IA recolhe o dado: os algoritmos de resumo agregam esse número ao snippet ou quadro informativo do buscador.

  3. Contacto e ganho de confiança: quando alguém lume, o estafador simula ser suporte técnico ou atenção ao cliente, fazendo perguntas plausibles para inspirar credibilidade.

  4. Redirección e controle remoto: convida-se ao utente a visitar um enlace ou introduzir um código; com frequência descarrega-se um software que outorga acesso remoto à equipa.

  5. Exfiltración e fraude: com controle sobre o dispositivo ou os dados, os atacantes roubam credenciais, informação financeira ou segredos comerciais.

Os objectivos costumam ser tanto particulares —dados bancários, identidades— como empresas: informação financeira, propriedade intelectual, listados de clientes e outros ativos valiosos.

Outras fraudes potenciadas por IA a ter em conta

Un hacker modificando datos oficiales de una web/ PEXELS
Um hacker modificando dados oficiais de um site/ PEXELS

A inteligência artificial não só facilita a propagação de números falsos; também potência técnicas mais sofisticadas:

  • Deepfakes emocionais: telefonemas ou vídeos que parecem ser de um familiar em apuros, com vozes clonadas ou imagens geradas por IA para pedir transferências urgentes.

  • Lojas e anúncios falsos: sites e anúncios com imagens hiperrealistas e reseñas inventadas que impulsionam compras fraudulentas.

  • Phishing mais creíble: correios e mensagens que usam tons e dados pessoais gerados por IA, ou inclusive chamadas com vozes sintéticas do provedor legítimo.

  • Ataques automatizados para decifrar senhas: modelos que analisam teu rastro digital (redes sociais, respostas a perguntas de segurança) para gerar ataques dirigidos.

  • "Apps gratuitas" que são malware: ferramentas supostamente gratuitas (modelos IA, versões premium pirata) que, ao as descarregar, instalam troyanos ou ransomware.

Medidas práticas: como reduzir o risco (checklist tecnológico)

  1. Não chames números que apareçam sozinho em reseñas: procura sempre o contacto no site oficial da empresa ou em seu perfil verificado.

  2. Contrasta fontes: comprova mais de um lugar oficial (site corporativo, perfil em redes verificado, app oficial). Se um número não aparece em nenhum, desconfia.

  3. Comprova o domínio de destino: dantes de descarregar ou introduzir dados, olha que a URL tenha HTTPS e que o domínio seja o legítimo (não variantes com guiões ou sufixos raros).

  4. Nunca concedas acesso remoto a tua equipa a não ser que a solicitação prova/provenha de um canal verificado e tu a tenhas iniciado por um número ou correio oficial.

  5. Ativa autenticação de dois factores (2FA) em serviços críticos e usa gestores de senhas para criar chaves robustas e únicas.

  6. Usa cartões virtuais ou métodos de pagamento com limitação de respaldo para compras on-line ocasionas.

  7. Mantém o sistema e o antivírus actualizados e evita instalar software fora de lojas oficiais ou páginas de confiança.

  8. Verifica telefonemas suspeitos: pendura e lume ao número oficial que figura no site corporativo. Não uses o que te deu o telefonema entrante.

  9. Educa à equipa: se trabalhas numa empresa, instrui a empregados para que não sigam instruções de suporte não solicitado.

  10. Reporta incidentes: denuncia números e páginas fraudulentas à companhia afectada e às autoridades locais ou plataformas onde encontraste a informação.

Que pode fazer a indústria?

Os buscadores e provedores de IA devem melhorar filtros de qualidade de fontes, priorizar dados verificados (perfis oficiais, APIs corporativas) e facilitar sinais ao utente sobre a confiabilidade do conteúdo resumido. Do lado empresarial, manter perfis oficiais e canais de contacto actualizados, o que ajuda a reduzir a janela de oportunidade para os estafadores.

A conveniência dos resúmenes de IA é innegable, mas sua velocidade não substitui à verificação humana. Em era-a da informação automatizada, a primeira linha de defesa segue sendo o cepticismo informado e algumas boas práticas tecnológicas. Mantém a guarda e usa os atalhos digitais com cautela.