O café é o novo azeite: assim tem disparado seu preço em sozinho dois anos
Um vídeo publicado em TikTok em outubro de 2023 revela que o custo quase se duplicou em correntes como Consum ou Alcampo

O preço dos alimentos disparou-se nos últimos anos. Segundo a Organização de Consumidores e Utentes (OCU), apesar de moderación do custo de alguns artigos nos últimos meses, o preço dos alimentos segue sendo um mais 36% caro que faz três anos, o que erosiona enormemente a economia doméstica de milhões de lares apesar dos bons dados macroeconómicos dos que presume o Governo.
O episódio inflacionista, tal e como o define CaixaBank Research, se iniciou em 2021, com a saída da pandemia, e se intensificou em 2022, como consequência da guerra em Ucrânia. Assim, entre dezembro de 2019 e agosto de 2024, o produto que mais se disparou foi o azeite de oliva, que atingiu e chegou a rebasar a prohibitiva cifra de 10 euros por litro. Seguiam-lhe produtos básicos como o açúcar (66,5% de encarecimiento nesse período) e as batatas (subidón de 57,4%).
O café molido mistura sobe um 74%
O café não figurava entre os produtos que mais tinham subido de preço no ranking de BBVA Research, mas nos últimos 12 meses tem experimentado uma alça brutal. Mais especificamente, segundo o Observatório de preços de alimentação e droguería da Organização de Consumidores e Utentes (OCU), o café molido de mistura acumula já um incremento de 74% no último ano.

"Até o ano 2020 existia certa estabilidade nos preços que nos permitiam absorver as subidas, mas sim que é verdadeiro que em 2024 nos vimos obrigados a subir os preços", reconheceu recentemente Álvaro Marco, Diretor Geral de Cafés Orús. Esta situação afecta a produtores, revendedores e consumidores, quem vêem como sua xícara de café matutina se encarece dia depois de dia.
Condições climáticas adversas
Entre as razões do encarecimiento do café destacam as condições climáticas adversas, com más colheitas nas principais regiões produtoras, como Brasil, Colômbia e Vietname, que têm sofrido secas e inundações; um notável incremento da demanda em Chinesa e uma série de problemas logísticos provocados por conflitos geopolíticos.
Em Espanha, este subidón de preços também se nota nas cafeterias e os supermercados.
Subidas a mais de 1 euro
Assim o atestigua um vídeo de TikTok publicado em outubro de 2023 por @precioahorro que se converteu agora num recurso interesantísimo para estabelecer comparações, já que recolhe quais eram os pacotes de café mais baratos do supermercado.
@precioahorro 👉 Café molido mistura 250gr. ☕️ preço em diferentes superes. #coffee #cafe #consum #bonarea #auchan #lacompra #precioahorro #poupo #gastar ♬ som original - Precioahorro
Por exemplo, o pacote de 250 gramas de café molido mistura de Consum custava então 1,60 euros, uma cifra que agora quase se duplicou: custa 2,85 euros, tal e como se indica no site. Na mesma linha, o pacote do mesmo tamanho de café molido mistura tem passado de custar 1,19 euros em Alcampo a vender-se por 2,28 euros.
Críticas em redes
Em redes sociais, alguns utentes já têm protestado por este encarecimiento. "No ano passado, o azeite. Agora, o café. A foto é de um supermercado mais especificamente, mas dá igual ao que vás, o preço é similar. Faz poucas semanas já me espantou o ver a 4,95 euros...", dizia uma internauta em X que anexava uma imagem. "Assustávamos-nos dos 10 € do livro de azeite, mas, e os demais produtos? É uma puta loucura", corroboraba outra.

Um terceiro apontava que "o quilo de café natural mundano, seja molido ou em grão, em torno dos 11 euros desde faz meses, a quase o duplo do que vinha custando". Também há quem, mais irónicos, recordam o custo de faz só uns anos. "Pagava o café molido a 1'1 em pandemia e agora está a 2'8 euros. A usura não estava proibida?", perguntava-se um consumidor enfadado. Por último, outro detalhava que sempre comprava dois pacotes de Café Marcilla Natural de 2250 gramas. A cada um lhe custava 3,49 euros, e no outro dia pagou 4,79 por exactamente o mesmo produto. "É uma passada", denunciava.