Qual é a diferença entre um plátano de Canárias e uma banana?

A preciosa fruta espanhola, mais pequena e com pontos negros, tem muitos menos pesticidas que as variedades latinoamericanas, entre outras diferenças destacables

bananah
bananah

O plátano de Canárias diferencia-se das bananas de outros países por seu sabor e sua textura, dois elementos que vêm dados por uma forma única de produzir esta fruta, reconhecida na União Européia (UE) como indicação geográfica protegida (IGP).

O plátano canario, da variedade Cavendish, tem forma alongada e algo curvada, além de uma polpa de cor branca e uma pele lisa amarela, com seus característicos pontos negros, que se desprende com facilidade. Seu sabor é mais doce, sua textura resulta menos harinosa e o tamanho é menor que a banana procedente de zonas tropicais pelos diferentes tempos de maduración e pontos de corte.

Diferentes tempos de maduración

Em Canárias as piñas de plátano precisam mais tempo para desenvolver-se, uns seis meses em frente aos três das bananas, e a fruta só demora dois dias em chegar em barco até a península Ibéria, enquanto as de países terceiros têm que se cortar um mês dantes de entrar no mercado pelo transporte.

Diferencias entre ambas frutas / FACEBOOK
Diferenças entre ambas frutas / FACEBOOK

Em frente às grandes explorações dos países latinoamericanos, as plantações canarias têm em media um hectare de superfície pela orografía, de maneira que é difícil manter a homogeneidade e o trabalho deve fazer-se de forma manual. E, a diferença da denominação de origem, o plátano de Canárias é uma IGP porque este selo de qualidade sim permite ter uma fase fosse do lugar de origem, neste caso a maduración.

Trabalho artesanal vs pesticidas

As flores da planta tiram-se uma a uma com uma faca, sem arranhar o fruto, no que se chama o desflorillado, um processo artesanal que exercem com maestría os produtores. Quando cortam a flor, por exemplo, caem umas gotas de látex e ao cicatrizar se evita a entrada de fungos, algo que em América não faz falta porque directamente fumigan desde o ar.

Os produtores canarios devem levar a cabo a gestão integrada de pragas, um princípio que segue sem aplicar para a produção de alimentos exportados por terceiros países à União Européia, os quais podem utilizar até 60 matérias ativas, o triplo que em Canárias, e muitos de seus pesticidas estão proibidos na UE.

Empregos e produção

Mais de 7.300 agricultores encarregam-se de sua produção em mais de 8.600 hectares, gerando mais de 12.000 empregos a tempo completo, e quase uma centena de operadores realizam o empacotado, aparte dos centros de maduración localizados nas ilhas e a península. Em 2022 produziram-se umas 350.000 toneladas de plátano de Canárias, das que a metade procediam de Tenerife, seguido de Grande Canaria (26 %) e A Palma (22 %).

Cada piña, que produz uns 40 quilos, costuma ter umas 14 mãos ou bichas de plátanos, um número que em América Latina inclusive se reduz para que a banana seja de maior tamanho. Uma vez extraídos os plátanos de Canárias, introduzem-se em câmaras de maduración e contribui-se etileno, uma substância que produzem todos eles, para que madurem ao mesmo tempo e possam chegar mais ou menos homogêneos aos supermercados.