Os especialistas em Traumatología tratam patologias do aparelho locomotor, que vão desde lesões desportivas até problemas degenerativos. No entanto, os longos tempos de espera habituais para aceder a este tipo de consulta podem afectar à qualidade de vida dos pacientes, ao atrasar tanto o diagnóstico como o início de tratamentos essenciais para preservar a mobilidade e prevenir complicações.
Segundo os dados nacionais do último SISLE (Sistema de Listas de Espera), Traumatología é uma das especialidades mais colapsadas em Espanha (a terça depois de Neurología e Dermatología). Para uma consulta com o traumatólogo há que esperar em media 119 dias. Em Madri a espera reduz-se a 80 dias, isto é, 39 dias menos.
Por embaixo da média de espera nacional
A gestão dos hospitais madrilenos, especialmente os de alta complexidade, joga um papel determinante na optimização das listas de espera, dado que manejam o maior volume de pacientes e os casos mais complexos. Segundo os últimos dados publicados pelo Serviço de Saúde da Comunidade de Madri (SERMAS) correspondentes ao mês de agosto, a maioria dos grandes hospitais de referência da Comunidade de Madri (CAM) encontram-se por embaixo da média nacional para consultas externas de Traumatología. Entre eles destaca especialmente por seus bons dados a Fundação Jiménez Díaz, com 18,21 de espera média. Seguem-lhe em eficácia o Hospital Gregorio Marañón com 41,98 dias e o Hospital Universitário dA Princesa com 57,43. Os demais hospitais de alta complexidade de Madri registam esperas superiores aos dois meses: o Hospital Clínico San Carlos, 79,26 dias; o Hospital Universitário 12 de Outubro, 95,81; e o Hospital Universitário Porta de Ferro Majadahonda, 98,98. Superam os 100 dias de espera o Hospital Universitário La Paz e o Hospital Universitário Ramón e Cajal, com 158,18 e 132,98 dias, respectivamente.
Entre os hospitais da CAM em media complexidade, só o Hospital de Villalba consegue melhorar os tempos da Fundação Jiménez Díaz, com uma espera média de 13,79 dias.
Seguem-lhe, em menores demoras entre os de sua categoria, o Hospital Universitário de Torrejón (28,71 dias), o Hospital Universitário Rei Juan Carlos (31,21 dias), o Hospital Infantil Universitário Menino Jesús (37,05 dias) e o Hospital Central da Defesa Gómez Ulla (54,41 dias). O resto de hospitais em media complexidade apresentam demoras superiores aos dois meses: o Hospital Universitário Severo Ochoa (61 dias), o Hospital Universitário de Fuenlabrada (86,7 dias) e o Hospital Universitário Infanta Sofía (88,83 dias). Acima dos 100 dias de espera situam-se o Hospital Príncipe de Astúrias (106,07), o Hospital de Getafe (107,01), o Hospital Fundação Alcorcón (111,76 dias), o Hospital de Móstoles (114,35 dias) e o Infanta Leonor (122,4 dias).
Grandes diferenças entre comunidades
Segundo o SISLE em Espanha 12,47 pacientes pela cada 1000 habitantes encontram-se pendentes de uma consulta com o traumatólogo e uma percentagem altísimo de pacientes -do 68,3- têm data alocada a mais de dois meses. Ainda que o tempo de espera para ser atendido por este especialista varia consideravelmente entre comunidades autónomas. As que apresentam os prazos mais reduzidos são o País Basco (32 dias), Castilla-A Mancha (41), A Rioja (47) e Galiza (57).
Madri, com uma média de 80 dias, também se situa entre as regiões com menor demora, tendo em conta seu elevado ónus asistencial, já que é a comunidade que enfrenta o maior número de solicitações para uma consulta externa desta especialidad. Ao todo 11.142 pessoas esperam para ir ao traumatólogo, uma taxa de 15,76 pacientes pela cada 1.000 habitantes. Madri assume a maior demanda para todo o tipo de consultas externas com uma taxa de 121,37 pela cada 1000 habitantes. Esta sobrecarga representa um repto para o sistema sanitário madrileno, que deve gerir a demanda crescente e evitar atrasos que possam comprometer a saúde dos pacientes.
O resto de comunidades, ainda suportando uma menor pressão asistencial, superam os 100 dias de espera para uma consulta de Traumatología: Extremadura (193), Andaluzia (168), Cataluña (131), Baleares (130), Canárias (130), Navarra (123), Castilla e León (122), Cantabria (120), Aragón (115), Astúrias (110), Comunidade Valenciana (103) e Múrcia (100).