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Por que as bebidas energéticas deveriam estar proibidas para menores de idade

O consumo destes refrescos está associado a problemas de saúde como a insónia, o aumento da pressão arterial ou as arritmias cardíacas, entre outros

Ana Siles

Bebidas energéticas Red Bull, Monster y otras marcas UNSPLASH

Rede Bull, Burn, Monster, Prime… A lista de bebidas energéticas é longa. A de seus fanáticos ainda mais. Estes líquidos burbujeantes são todo um sucesso entre os mais jovens. Seu consumo intensifica-se, na maioria dos casos, quando se adentran na adolescência.

Não há dúvida de que não contribuem nada bom à saúde. Todo o contrário. Pioram-na. A cafeína e o açúcar são seus principais componentes. Mas não os únicos. E, ademais, as marcas de bebidas energéticas sabem muito bem como captar aos jovens.

Efeitos em teu corpo

À cafeína e o açúcar há que acrescentar a taurina, um aminoácido. Assim o sublinha a Consumidor Global María Sánchez, eHealth Manager de Cigna Healthcare. "Outras incluem extractos de ervas como o ginseng ou o guaraná, que se acha que têm propriedades estimulantes", acrescenta. O subidón de energia que proporcionam estas bebidas não é baladí.

Bebidas energéticas / UNSPLASH

Um consumo excessivo vem acompanhado de efeitos adversos. "Insónia, aumento da pressão arterial, arritmias cardíacas, nervosismo, dores de cabeça e problemas gastrointestinales", detalha a nutricionista. Doenças como a diabetes ou a hipertensión também se vêem avivadas por culpa das bebidas energéticas.

Seus efeitos em menores

O consumo de cafeína e açúcar afecta directamente ao desenvolvimento dos meninos e adolescentes. A experiente recorda que chegam a causar problemas de sonho, ansiedade, palpitaciones ou transtornos visuais, entre outros. "

Estes efeitos podem ser ainda mais perigosos em jovens com problemas cardíacos subjacentes", recorda.

Uma borrachera inconsciente

Muitos adolescentes misturam as bebidas energéticas com álcool. María Sánchez adverte de que esta combinação diminui a percepção de "intoxicación etílica". Um efeito que, ademais, incita a ampliar o consumo de ambas bebidas.

Outros jovens usam as bebidas energéticas durante as jornadas intensas de estudo. Mas há que ter especial cuidado porque seu alto conteúdo em cafeína pode chegar a conseguir todo o contrário. O déficit de atenção ou hiperactividad que geram pode acarretar dificuldades para o rendimento académico e conduta, segundo a nutricionista.

Uma menor consome uma das bebidas energéticas que há no mercado / EP

Adolescentes, a isca fácil para as marcas

Por que estas bebidas têm tanto sucesso entre os jovens? A resposta pode explicar-se por diferentes factores. O packaging com cores llamativos ou as mudanças nas decisões de compra são alguns assinalados por Itziar Tros, cofundadora de Kitlify. "A mudança de sabores, quando falamos de bebidas focadas a pessoas mais adultas, é bem mais complicado o fazer", comenta a consultora de marketing a Consumidor Global.

Um exemplo concreto que põe a experiente é o caso da Coca-Bicha. Os adultos já têm decidido que gostam da original ou a Zero, e rara vez se vão atrever com a versão Cherry. "No entanto, os adolescentes estão bem mais abertos às mudanças. Às marcas resulta-lhes mais fácil mantê-los enganchados a compra-a desses produtos", conclui.

Um blanqueo de imagem?

Outra questão que afecta ao consumo de bebidas energéticas em menores é a presença destas marcas no mundo desportivo. Rede Bull, por exemplo, é patrocinadora de muitos desportistas. Umas colaborações que induzem a pensar que o consumidor se encontra em frente a uma bebida sã. Mas nada mais longe da realidade. "Deveria ter um equilíbrio à hora de dizer 'pesa-me mais a ética ou tenho que pôr a meus jogadores com este produto para o vender mas que realmente não é saudável?'", propõe Tros.

Detalhe da cor da bebida energética de Rede Bull / CG

Por último, há que fazer menção à falta de educação digital. A experiente em marketing sublinha a importância de que os jovens entendam que todo o que lhes chega por redes sociais não é necessariamente verdadeiro. "Se meu influencer, gamer ou streamer favorito está a consumir um produto, devem saber que é um patrocínio". Tendo em conta os efeitos tão perjudiciales para a saúde, que os jovens são uma mera isca fácil de consumo e que há todo um respaldo publicitário destas bebidas energéticas, não parece descabellado concluir que uma das melhores opções é proibir seu consumo em menores.