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Ignacio Araluce, Foro Nuclear: "Há um clamor sobre por que vamos fechar as centrais nucleares"

Este experiente assegura que a energia nuclear contribuiu firmeza ao sistema, mas não foi suficiente e se produziu o blecaute em Espanha

El presidente de Foro Nuclear, Ignacio Araluce FERNANDO SÁNCHEZ EP
El presidente de Foro Nuclear, Ignacio Araluce FERNANDO SÁNCHEZ EP

O presidente de Foro Nuclear, Ignacio Araluce, assinala que o "lógico" seria repensar o calendário de fechamento das centrais nucleares depois do blecaute do passado 28 de abril.

Ademais, o experiente recalca que as centrais não foram uma "rémora" durante o blecaute e destaca que "a cada vez há mais gente se perguntando por que vamos fechar as centrais nucleares".

Por que vamos fechar as centrais nucleares?

"O que estou a ver nestes dias é que começa a ter um clamor sobre por que vamos fechar as centrais nucleares. Noto-o no bar de defronte, no partido. A cada vez mais há mais gente perguntando-se por que vamos fechar as centrais nucleares", recalca Araluce na apresentação do relatório anual Resultados nucleares de 2024 e perspectivas de futuro.

O presidente de Foro Nuclear também faz questão de que as centrais "não foram nenhuma rémora" durante o blecaute, em referência às palavras do presidente do Governo, Pedro Sánchez, que disse que as nucleares tinham sido "um problema" e não uma solução. "Contribuíram firmeza ao sistema, que não foi suficiente e por isso o sistema caiu".

"As centrais alimentaram-se com geradores diésel"

Neste sentido, também puntualiza as palavras do presidente, que indicou que tinha sido necessário destinar grandes quantidades de energia aos reactores.

Araluce explica que as centrais se alimentaram com geradores diésel que podem estar ativos durante vários dias e que, quando se repôs a potência elétrica, a cada unidade nuclear utilizou 20MW para arrancar. "Esse consumo é bajísimo. Não tenho entendido muito bem isso de que no arranque foram uma rémora porque teve que desviar muita potência às centrais", critica.

Por outro lado, tem posto em valor que se tenha aberto um diálogo entre o sector e o Ministério para a Transição Ecológica e o Repto Demográfico (MITECO), ainda que tem destacado que os diálogos estão "para que todo mundo ceda algo". Em línear gerais, tem pedido "mais tecnologia e menos ideologia" no debate sobre as nucleares.

O 28 de abril, quatro reactores nucleares (Almaraz II, Ascó I e II e Vandellós II) encontravam-se em funcionamento dantes do blecaute, enquanto três unidades estavam paradas: Trillo por recarrega de combustível e Almaraz I e Cofrentes por razões de mercado. De acordo com Foro Nuclear, Rede Elétrica não tinha requerido seu funcionamento por parte de Rede Elétrica por restrições técnicas.

Como consequência da perda de fornecimento elétrico exterior a raiz do blecaute, os reactores em funcionamento pararam de maneira automática e se iniciaram os sistemas de segurança necessários para manter a parada segura. Ante perguntas dos jornalistas, Araluce tem explicado que algumas centrais têm demorado algo mais em se pôr em marcha por razões técnicas-- porque talvez aproveitaram para realizar manutenção e o arranque lhes pilló com algum elemento desmontado, por exemplo.