O jabón de Myrurgia, criado faz mais de um século em Barcelona, conquista Manhattan
A resiliente perfumación a lavanda, geranio e vetiver deste jabón seduze ao público estadounidense e aos profissionais do sector
À idade de 28 anos, o escultor Esteve Monegal i Prat teve que pospor sua carreira como artista para se fazer cargo da empresa familiar, uma pequena droguería localizada na cale Princesa, canto com Montcada, de Barcelona.
Assim, num momento no que o mercado estava dominado pelos perfumistas franceses, Monegal se inspirou no noucentisme, o art déco e em outras musas para fundar Myrurgia, uma empresa de perfumaria que retrató a esencia do folklore espanhol como nenhuma outra. Corria no ano 1916, e ninguém podia imaginar que, mais de um século depois, uma de suas criações conquistaria Manhattan.
O jabón Maja de Myrurgia
Mal dois anos depois, uma fotografia da bailarina Tórtola Valencia engalanada de maja, com uma peineta e uma longa mantilla de blonda negra, inspirou a capa dos jabones Maja de Myrurgia.

Rapidamente, graças a seu persistente aroma floral e a um desenho castizo, folclórico e rompedor, Maja posicionou-se como um ícono de beleza feminina para além dos Pirineos e o mar Mediterráneo, transportando seu fragancia, que evoca a sedução e a força da mulher espanhola, com as notas doces do geranio, aromáticas da lavanda e amaderadas da planta vetiver, pelo mundo inteiro.
De Barcelona ao mundo
"Durante décadas, foi o jabón de luxo por excelência que podia se encontrar desde Espanha até Suécia, e desde México até Filipinas, mas especialmente em todo Estados Unidos", expõe a este meio Esteban Rodés, neto de Esteve Monegal i Prat e diretor de Myrurgia durante os anos 70.
A diferença dos perfumes, "o jabón não é um produto susceptível à publicidade ou à moda", detalha Rodés.
O segredo do sucesso
O sucesso sustentado no tempo de um jabón "é susceptível a sua qualidade intrínseca, e, no caso de Maja, a uma fragancia especialísima que faz, ademais, que cheire igual quando está inteiro que quando fica uma mini pastillita", prossegue o experiente.

Tanto é assim, que Rodés recorda um comentário acontecido durante uma visita à fábrica de Christian Dior - Roger & Gallet. "O diretor geral disse-me: 'Em nossa empresa fazem-se magníficos jabones, mas nenhum atinge a qualidade do jabón Maja e seu resiliente perfumación de princípio a fim'". Se a essa qualidade acrescentamos-lhe um desenho colorido e original num formato com personalidade…
Um clássico que conquista Manhattan
Recentemente, a editora da revista estadounidense Cultured Magazine, Emily Dougherty, pediu a alguns narizes profissionais que compartilhassem os produtos para o lar, os jabones e outros cosméticos que moldam sua vida interior fosse do laboratório.
"Para mim, é o aroma gravado de um produto que me encanta e que uso a diário. O jabón Maja de Myrurgia com aromas a lavanda, geranio, prego, vetiver e cumarina... um típico helecho", expõe Rodrigo Flores-Roux, perfumista da empresa suíça Givaudan, sobre este jabón, criado faz mais de um século em Barcelona, que segue engalanando as ruas de Manhattan.