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"Vende-se andar okupado": o fenómeno que mais preocupa ao sector imobiliário

Em 2024, os casos de usurpación e allanamiento de morada aumentaram um 7,4% atingido a terceira cifra mais alta desde 2010

Un bloque de edificios con calefacción central  PEXELS
Un bloque de edificios con calefacción central PEXELS

O auge das moradias okupadas que se põem à venda é uma questão que preocupa ao mercado imobiliário espanhol. Esta realidade não só gera preocupação aos proprietários, também aos compradores e profissionais do sector.

Actualmente, o número de moradias okupadas à venda em Espanha ascende a 20.464, segundo os dados de um relatório de Idealista publicado em março de 2025. Uma cifra que equivale a um 2,6% do total de moradias disponíveis no mercado.

Aumento dos casos de usurpación

Os dados do Portal Estatístico de Criminalidade do Ministério do Interior confirmam esta tendência ao alça. As estatísticas oficiais revelam que em 2024 se registaram mais de 16.400 casos de usurpación e allanamiento de morada.

Un bloque de viviendas con el precio a la baja / PIXABAY
Um bloco de moradias com o preço à baixa / PIXABAY

Isto supõe um incremento de 7,4% com respeito a 2023 e a terceira cifra mais alta da série histórica, que se iniciou em 2010. Pese a um ligeiro descenso nos anos 2022 e 2023, a tendência geral ao longo da última década aponta claramente a um aumento sustentado dos casos de okupación.

"Um problema de grande envergadura"

Ricardo Gulias, CEO e fundador de RN Tua Solução Hipotecaria, adverte que "estamos ante um problema de grande envergadura que requer uma resposta contundente e coordenada por parte de todos os agentes implicados".

E acrescenta: "A okupación não só constitui uma vulneración do direito fundamental à propriedade privada, sina que também gera um clima de insegurança jurídica que tem um efeito disuasorio sobre o investimento e dificulta o acesso à moradia, especialmente para os coletivos mais vulneráveis".

As cidades com mais moradias okupadas em venda

Girona encabeça a lista de províncias com maior proporção de moradias okupadas em venda. Um 8,8% do total de seu mercado imobiliário concentra-se na capital e um 3,8% no conjunto da província.

Outras cidades e províncias que apresentam uma alta proporção de moradias okupadas em venda são Múrcia cidade (5,5%), Sevilla cidade (4,7%), Almería (3,9%), Málaga (3,8%) e Barcelona (3,5% na cidade).

Un abogado revisa una documentación relacionada con una okupación / FREEPIK - azerbaijan_stockers
Um advogado revisa uma documentação relacionada com uma okupación / FREEPIK - azerbaijan_stockers

As cidades com menos moradias okupadas em venda

No lado contrário, algumas zonas do território nacional mal registam este fenómeno. Logroño é a cidade que apresenta menor proporção (0,2%), seguida da província de Soria (0,1%). Resulta também significativo o facto de que Madri e Alicante, apesar de ser dois das principais cidades do país, se situem por embaixo da média nacional, com um 2,3% e um 2,1% respectivamente, tanto na cidade como na província.

A análise dos números absolutos de moradias okupadas em venda também revela diferenças substanciais entre províncias. Barcelona encabeça a lista com aproximadamente 8.883 moradias, seguida de Madri (1.960), Múrcia (1.230), Alicante (1.160) e Málaga (1.130).

Cataluña, a comunidade que acumula mais denúncias por okupación

Cataluña é a comunidade com mais denúncias por usurpación e allanamiento de morada. Segundo os dados do Ministério do Interior, em 2024 registaram-se 5.077 casos nesta comunidade, sendo a província de Barcelona a que concentra a maior parte deles.

Ademais, Cataluña experimentou um aumento interanual das denúncias de 12%. "A área metropolitana de Barcelona é um dos pontos mais críticos relativo à okupación de moradias. Os municípios de Badalona, L'Hospitalet, O Prat, Esplugues e Sant Boi sobresalen claramente acima do resto quanto à oferta de moradias nesta situação", assinala Gulias.

Fachada de la Casa Orsola en Cataluña, una de las CCAA con más viviendas okupadas / Lorena Sopêna - EP
Fachada da Casa Orsola em Cataluña, uma das CCAA com mais moradias okupadas / Lorena Sopêna - EP

O caso de Barcelona

Só no último trimestre de 2024 e o primeiro de 2025, se contabilizaram uns 780 anúncios de moradias okupadas em venda na cidade de Barcelona. Isto representa cerca do 3% da oferta total na cidade.

Uma cifra que, segundo o experiente, "faz imprescindível analisar em profundidade as causas subjacentes a esta elevada incidência da okupación e adoptar medidas contundentes e eficazes para proteger os direitos dos proprietários e garantir a convivência cidadã".