O preço da luz baixará… Em primavera!
O 'pool' elétrico encara nos próximos meses com uma queda de preços próxima aos 40 euros por megavatio hora, segundo os experientes

Faz vários anos que a factura da luz é um autêntico pesadelo. Esta situação poderia mudar com a chegada da primavera.
E é que os experientes asseguram que o pool elétrico encarará a primavera com uma queda de seus preços até os 40 euros o megavatio hora -uma terceira parte dos preços atuais-, ante a "possível relajación" de Europa no objectivo de enchido de suas reservas de gás.
O preço da luz em primavera
Segundo explica o diretor geral da consultora Tempos Energia, Antonio Aceituno, "a situação atual no mercado de futuros não oferece nenhum incentivo económico para que os operadores de armazenamento injectem gás, pelo que, se se impõe uma relajación no target de 90% em curto prazo, próximos três meses, será bem-vinda pelos mercados".

Para o experiente, "a questão dos níveis de armazenamento de gás europeu tem cobrado especial importância devido ao regulamento de armazenamento de gás que a União Européia adoptou em junho do ano 2022, no que se especificava que os países devem garantir que as reservas atinjam o 90% de sua capacidade para o 1 de novembro deste ano".
Um tema de máxima preocupação
Devido à cercania de data-a limite do regulamento, a diminuição dos inventários de gás tem passado a ser "um tema de máxima preocupação".
Segundo aponta Aceituno, "uma combinação de um clima mais frio, uma baixa geração de vento e uma perda de fornecimentos russos tem provocado que as reservas tenham caído de forma mais rápida neste ano, se encontrando por embaixo do 45%, o que se traduz em mais de 20 pontos percentuais menos que no mesmo período anterior e uma cifra inferior à média dos últimos cinco anos de 60%".
Como influirá no preço da electricidade?
Desde Tempos Energia assinalam que, neste contexto, o gás tem baixado "de maneira importante" nas últimas sessões, "influído principalmente por duas especulações, a relajación no cumprimento dos objectivos de armazenamento anteriormente mencionada e retomada dos fluxos através de Ucrânia".
Por outro lado, a Agência Internacional da Energia aponta que Europa poderia precisar ao redor de 45% mais de gás este verão para cumprir com os estritos objectivos de armazenamento. Em caso que as retiradas mantenham-se ao ritmo médio dos últimos cinco anos durante o resto do inverno, as necessidades de inyección poderiam ascender a uns 55 milhares de metros cúbicos para o período de inyección compreendido entre abril e outubro.
As sanções a Rússia
Nesta linha, Rússia também não conta com garantias de que se levantem as sanções ou de que se retome o trânsito de gás face ao próximo trimestre.
Ademais, não se confirmou nenhuma rebaja dos objectivos de armazenamento e a própria Comissão Européia (CE) tem advertido que já há suficiente flexibilidade, incluída uma tolerância para um desvio de 5%, junto à possibilidade de estender o requisito por um mês.
Futuros elétricos
Com respeito à situação dos futuros elétricos, a "montanha russa do gás" propagou-se de diferente forma aos trimestres elétricos, "tendo especial incidência naqueles que são eminentemente gasísticos", segundo têm exposto desde a consultora energética.

Desta forma, o terceiro e quarto trimestre têm atingido máximos de 94,65 e 94,50 euros o megavatio hora, experimentando uma queda de 7,15% e 5,25%, respectivamente. No entanto, o segundo trimestre segue apantallado por bem expectativas que oferecem as renováveis, se mantendo acima dos 50 euros o megavatio hora, com oscilações máximas de três euros. Por sua vez, o primeiro trimestre de 2026 cai ligeiramente, em torno dos três euros o megavatio hora.