Continua o calvário com a eDreams Prime: "Vou ter que anular o meu cartão de crédito"
A agência de viagens cobrou duas subscrições anuais a um utilizador que anteriormente tinha anulado a subscrição.

A eDreams continua a irritar muitos utilziadores da Prime, a versão premium da plataforma. A Consumidor Global recolheu alguns dos casos mais relevantes nos quais os internautas relatam as dificuldades para anular a assinatura da agência de viagens.
Num deles, a eDreams roubou duas assinaturas Prime a uma cliente, Susanna Solà, que tinha processado corretamente o seu cancelamento. Uns custos cobrados injustamente e que a companhia deveria ter-lhe devolvido, segundo explica a este meio Alejandro Sanchis, advogado e sócio da AMG Legal.
A armadilha da eDreams
Solà comprou em outubro de 2023 uns bilhetes de avião através da eDreams. A companhia oferece dois preços: o original e um com desconto para os que subscrevam a versão Prime. "Comprei os bilhetes e depois, durante os 15 dias de teste, desvinculei-me", explica à Consumidor Global.
Apesar de ter cancelado a subscrição, a eDreams debitou na sua conta bancária “cerca de 80 euros”, recorda a cliente. A agência de viagens fixa dois preços: 69,99 euros para o Prime e 89,99 para o Prime Plus. Foi a tarifa mais elevada que passou despercebida a Susanna Solà. “Perguntei-lhes porque me tinham cobrado se eu tinha cancelado a minha adesão e insisti que me tinham cobrado uma taxa que não existia... mas nem sequer atenderam o telefone, estive em espera durante uma hora e vinte minutos”, conta.
Apuramento processado
Depois de ter recebido a assinatura, a cliente teve de a anular novamente para evitar mais cobranças indevidas. No entanto, a 24 de outubro, o seu pesadelo com a eDreams reacendeu-se. A plataforma tinha-lhe voltado a cobrar 89,99 euros pela versão Prime.
“Telefonei umas dez vezes seguidas para me queixar”, conta. Por seu lado, a agência de viagens justificou a cobrança alegando que Susanna Solà tinha reativado a subscrição ao premir um simples botão no site. Uma desculpa que a utilizadora nega e garante que nunca mais comprou voos através da plataforma. “Encaminharam-me para um número de telefone público, cerca de dois euros e pouco por minuto, quando eu tinha cancelado a subscrição um ano antes”, insiste. “A mulher afetada exigiu, sem sucesso, ao serviço de apoio ao cliente: “Roubaram-me 90 euros, podem dar-me um número de telefone gratuito?
Solução: anular o cartão de crédito
Uma vez mais, Solà teve que voltar a solicitar a baixa da eDreams Prime, apesar de que nunca a tinha reactivado. No entanto, a cliente teme que a agência de viagens lhe volte a lixar a versão premium em 2025.

“O meu cancelamento foi supostamente bem tratado, mas como já não confio neles, vou ter de cancelar o meu cartão de crédito, que foi o que o banco recomendou. É a única forma de não me voltarem a cobrar”, conclui.
Reembolso do custo
Para que um contrato tenha validade deve ter três elementos: causa, objeto e consentimento e, precisamente, este último é o que não se deu no caso de Solà e eDreams.
De acordo com Alejandro Sanchis, quando faltam alguns destes elementos, o contrato torna-se nulo e sem efeito. “É como se não tivesse existido e, por conseguinte, os serviços devem ser devolvidos. Por outras palavras, têm de devolver o dinheiro das duas assinaturas cobradas”, explica.
eDreams guarda silêncio
Sanchis insiste que é essencial receber uma mensagem de correio eletrónico a confirmar o cancelamento da subscrição. No entanto, casos como o de Susanna Solà mostram quee estas medidas, às vezes, não são garantia.
A Consumidor Global pôs-se em contacto com a eDreams mas a companhia guarda silêncio até ao termo desta reportagem.