O destino italiano que apaixona tanto aos amantes da arte como aos 'instagramers'

Consumidor Global entrevista a Francesco Tapinassi, diretor de Toscana Promozione Turistica, que revela as chaves para descobrir esta região italiana única

Un pueblo de la Toscana   Toscana Promozione Turistica
Un pueblo de la Toscana Toscana Promozione Turistica

Poucos lugares acordam a fascinación que suscita a Toscana. Um rincão de suaves colinas, praias de água cristalina, povos detidos no tempo e atardeceres de postal que seduzem a milhares de viajantes a cada ano. Um palco onde a arte, a história e a boa gastronomia convivem em perfeita harmonia e arrasam em redes sociais.

Consumidor Global tem entrevistado a Francesco Tapinassi, diretor da agência governamental Toscana Promozione Turistica, para descobrir por que esta região italiana segue sendo um íman irresistible. Tapinassi revela as chaves para percorrer uma Toscana que vai para além dos clichés: rotas menos conhecidas, turismo sustentável e uma crescente paixão pelo vinho.

A Toscana ao natural

A pandemia não só mudou a forma de viajar, também redirigió os focos para uma Toscana menos urbana. Longe das aglomerações, a cada vez mais viajantes procuram perder-se entre colinas, pedalear entre viñedos ou caminhar por caminhos que serpentean povos instagrameables.

"A gente tem redescubierto o outdoor", aponta Tapinassi, ao referir-se à crescente paixão pelas actividades ao ar livre. A região tem sabido adaptar-se a este novo perfil turístico que já não só procura monumentos, também experiências sensoriales na natureza. Um equilíbrio entre cultura e sustentabilidade.

Arte, gastronomia e actividades ao ar livre

Ainda que a Toscana segue atraindo aos amantes dos museus, a cada vez ganha mais peso um turismo que procura autenticidad e foge das multidões. A cozinha local é outro dos grandes reclamos: produtos de proximidade, denominações de origem e provas de vinho e azeite de oliva.

Outros atractivos como os banhos termales públicos também ganham popularidade. "O principal atractivo é a oferta cultural, mas também actividades ao ar livre que têm que ver com a natureza, como caminhar ou ir em bici", sublinha Tapinassi.

Dormir entre viñedos e em fincas históricas

"O turismo rural é importantíssimo. Somos a primeira região de Itália que permite dormir em fazendas agrícolas", explica Tapinassi. Com mais de 5.800 fincas abertas à hospedagem, a Toscana lidera um tipo de viagem mais pausado e inmersivo.

Entre as mais famosas encontram-se as villas Medici, um conjunto de residências campestres que pertencem à família de nome homónimo e foram declaradas Património da Humanidade pela Unesco em 2013.

Apicultura e povos medievales

Para além do vinho e o azeite, outras zonas como Lucca destacam por sua apicultura. Oferece experiências que permitem ligar com a vida local e conhecer processos artesanais como a elaboração do mel.

Entre as paradas obrigadas, Tapinassi menciona Monteriggioni, Siena e San Gimignano. "Três lugares medievales muito bonitos e característicos", recalca.

Para além de Florencia e Calca

A Toscana não se esgota em Florencia ou Calca, ainda que ambas cidades figurem em qualquer guia. Tapinassi reconhece o repto do "overtourism" e defende uma estratégia de descentralização que permita descongestionar os destinos mais saturados. "Há outra Toscana", assegura, e a chave está em saber mostrá-la.

Inclusive em cidades saturadas como Calca, há um património riquísimo para além da Torre Inclinada. Desde museus e arte medieval, até ruas com vida própria que merecem mais de um passeio.

Um turismo em auge

As previsões para os próximos anos são claras. Segundo Tapinassi, todos os estudos apontam que o turismo aumentará, "e na Toscana também". Um aumento que aviva o lume da turismofobia.

Em frente ao visitante exprés que só fotografa os monumentos, a região aposta por viajantes exigentes, que procurem experiências reais e não só souvenirs. O repto será equilibrar promoção e preservação para que a Toscana siga sendo esse lugar onde a beleza respira sem pressas.