Já é oficial, esta é a inesperada tendência deste verão: "Viajar sozinho ou para ver concertos"

As novas tendências de lazer e turismo têm mudado, segundo um estudo de HBX Group, estes são as mudanças no comportamento dos novos viajantes

 (1500 x 1000 px)   2025 07 17T091554.461
(1500 x 1000 px) 2025 07 17T091554.461

A chegada da revolução digital não só tem mudado como trabalhamos ou nos comunicamos, sina também a forma em que descobrimos o mundo.

Com Internet como copiloto, a maneira de organizar e desfrutar nossas férias tem dado um giro radical. Desde o planejamento até o regresso a casa, todo o processo de viajar tem sido redesenhado. A seguir, exploramos as principais chaves desta mudança.

Viajar em era-a digital: nunca foi tão fácil

O momento de planear uma viagem já não se limita a visitar uma agência física ou esperar recomendações de conhecidos. Hoje, basta com uns poucos cliques. Ferramentas como Google Flights, Skyscanner ou Kayak têm feito possível comparar voos e preços em segundos, convertendo a preparação de uma viagem numa experiência acessível para todos.

Graças a estas plataformas, a informação está ao alcance de qualquer, abrindo novas oportunidades inclusive para quem dantes o viam como um luxo.

As novas formas de viajar este verão

Analisar como elegemos nossos destinos ou com quem viajamos nos dá pistas sobre para onde vai o turismo. Segundo dados de HBX Group, este verão virá marcado por cinco grandes tendências que definem aos viajantes de 2025: Escapadas emocionais, contacto com a natureza, busca de bem-estar, turismo consciente e experiências personalizadas. Entre todas elas, dois destacam acima do resto: viajar em solitário ou para assistir a concertos.

Viajar em solitário: o fenómeno "MeMooner"

O turismo em solitário consolida-se como uma tendência potente. Chamam-no "MeMooning": viajar com um mesmo como companhia. Seis em cada dez europeus estão-lho propondo, e entre os jovens, este estilo de viagem já é a norma. O 76 % dos millennials e a Geração Z fizeram ao menos uma viagem sozinhos no ano passado.

Por que o fazem? Para presentear-se uma experiência, reencontrarse consigo mesmos ou simplesmente desligar do estrés. Isso sim, não tudo é tão fácil: o custo elevado e a preocupação pela segurança seguem sendo obstáculos frequentes para estes viajantes solitários.

Quanto estamos dispostos a gastar por um concerto? Viagens com trilha corrente

Faz mal umas semanas, o portal Infobae publicava um llamativo titular:
"260 euros ao mês e ao alça: os jovens da Geração Z se endeudan para assistir a concertos, segundo um relatório realizado em Estados Unidos".

O artigo baseava-se num estudo elaborado por Bank of America, que revelava que os jovens estadounidenses destinaram, em média, uns 300 dólares mensais (aproximadamente 265 euros) em entradas a espectáculos musicais durante 2024, utilizando principalmente seus cartões de crédito.

O curioso é que, em termos gerais, a despesa deste segmento populacional em lazer se situou bastante por embaixo: uns 150 dólares (132 euros) ao mês.

Em Estados Unidos, fala-se de um aumento do 32 % na despesa neste tipo de eventos nos últimos cinco anos. Enquanto, em Espanha, só em 2023, o preço médio das entradas a concertos se disparou um 37 %, segundo cifras do mais recente Observatório da Música ao vivo.

Este encarecimiento responde, em grande parte, a dois factores finque:

  • O repunte da demanda depois da pandemia, com milhares de pessoas voltando aos palcos.

  • A implementação de tarifas dinâmicas por parte de artistas de renome, que ajustam o preço das entradas em função do interesse e a velocidade de compra.

Um fenómeno que já tem gerado polémica, especialmente depois das múltiplas denúncias por suposta fraude na venda de entradas para o concerto de Bad Bunny, onde os preços se dispararam em matéria de minutos.

Com estes dados é normal que a cada vez seja mais comum eleger um destino com a desculpa de um evento: um concerto, um festival ou um final desportiva. E não falamos de pequenas deslocações: em EE. UU., o 65 % dos jovens tem viajado mais de 80 quilómetros sozinho para assistir a um espectáculo. O turismo de eventos vai em aumento, e estima-se que em 2030 este mercado superará os 750.000 milhões de dólares.

Natureza: o novo luxo do viajante moderno

Com um aumento do 34 % no interesse pelo turismo de natureza, a cada vez mais pessoas procuram planos que os afastem do betão e os acerquem ao natural. Avistamiento de animais, rotas vulcânicas, astroturismo ou snorkel em arrecifes são só algumas das experiências que ganham protagonismo.

Um 61 % sonha com ver uma aurora boreal ao menos uma vez na vida. A ideia não é só desfrutar da paisagem, sina ligar com algo maior, mais puro. A natureza, agora mais que nunca, é um destino em si mesma.

Férias sem Wi-Fi: desligar é a nova forma de ligar

Em frente ao constante bombardeio digital, muitos viajantes optam pela filosofia JOMO ("Joy of Missing Out", ou o prazer de perder-se coisas). Este enfoque procura afastar-se da hiperconectividad para centrar-se no descanso real. Retiros de yoga, oficinas de escritura, spas ou simples dias de silêncio estão a converter-se em opções populares.

Um 85 % dos interrogados diz que prefere férias para desligar do tudo. O 70 % procura experiências relajantes. Montanhas remotas, praias pouco transitadas ou povos escondidos estão a ganhar terreno em frente aos destinos mais turísticos.

Hoje, dois em cada três viajantes são conscientes do impacto ecológico de suas decisões ao viajar. Ademais, a mesma proporção declara dar preferência a alojamentos e experiências que sejam respeitosos com a diversidade e a inclusão. O turista moderno procura algo mais que relax: quer que sua viagem esteja alinhada com seus valores.

Como viajaremos em 2026?

Segundo Expedia TAAP, as viagens em casal seguirão liderando as reservas com um 53 %, mas as viagens em solitário não ficam atrás: atingirão o 30 %. Esta mudança obriga às agências a repensar-se sua oferta, apostando por pacotes flexíveis e adaptados a diferentes perfis.

Quanto a destinos, Europa mantém seu íman turístico com Paris e Roma à frente, mas Ásia calca forte. Cidades como Tokio, Singapura ou Bangkok estão a escalar posições, e tudo aponta a que seguirão crescendo em popularidade.

A tecnologia, o novo motor das viagens

Para 2025, a chave será a eficiência. As ferramentas digitais consolidam-se como aliadas indispensáveis. Plataformas integradas, assistentes virtuais e processos automatizados estão a redefinir a experiência do viajante desde o primeiro clique. Expedia TAAP já trabalha para acelerar estes processos, fazendo que o planejamento seja mais ágil e personalizada.

O que vem em 2026

Robin Lawther, vice-presidente de Expedia TAAP, afirma que esta diversificação de interesses é uma grande oportunidade para que os agentes desenhem experiências especializadas e atraentes.

1. Todo incluído, mas com novo enfoque
A Geração Z está redescubriendo os resorts com todo incluído, valorizando sua comodidade e boa relação qualidade-aprecio. Mais do 40 % prefere este tipo de alojamento, segundo Hotels.com. Para as agências, será vital incorporar estas opções em seus catálogos.

2. Escapadas a destinos "fosse do mapa"
O 63 % dos viajantes quer evitar as multidões e explorar lugares menos trillados. Reims (França) ou Santa Bárbara (EE. UU.) surgem como alternativas interessantes em frente aos clássicos de sempre. A chave será oferecer propostas originais, que acordem a curiosidade.