Adeus a viajar a Nova York: a proibição de andares turísticos dispara o preço dos hotéis
Idealista assegura que, em algumas zonas de Manhattan, o custo já tem superado os 800 dólares por noite

Nova York não é só um destino que está na mente de milhares de viajantes: é um eco resonante no imaginário coletivo, cujo atractivo bebe de um sinfín de filmes, séries, livros e canções. Quem não recorda cenas de Café da manhã com diamantes, Táxi Driver ou Manhattan nas que a cidade é protagonista?
Não obstante, tal e como alertam desde Idealista, a cidade estadounidense se enfrenta a uma transformação "que poderia afastar aos turistas com orçamentos ajustados". Tudo se deve à Lei Local 18, que está em vigor desde o 5 de setembro de 2023 e "restringe drasticamente os alugueres de curta duração". Foi Sinatra quem cantou aquilo de I wanna wake up in that city, that doesn't sleep, mas agora serão muitos os viajantes que não poderão se permitir passar a noite na cidade, já que o preço dos hotéis tem subido de forma muito notável.
Escassez de moradia
Em teoria, a regulação pretendia abordar a escassez de moradia asequible para os residentes neoyorkinos, já que a proliferación de alugueres em curto prazo sacava propriedades do mercado residencial em longo prazo.

E teve quem sacou tajada: tal e como publicou Cinco Dias, o veto a Airbnb supôs "uma bênção para a indústria hoteleira, que tem visto como tem desaparecido a concorrência de um plumazo e como ao mesmo tempo os preços têm subido com força".
Subida de preços
"Nos últimos 3 anos, o preço médio de uma habitação de hotel em Manhattan tem passado de 320 dólares a quase 500 dólares, o que significa um incremento a mais de 50%", expõe Idealista. Segundo a plataforma, dependendo a temporada e o tipo de hotel, os preços já superam os 800 dólares por noite em muitas zonas de Manhattan.
Já em setembro de 2024, um ano após que a medida entrasse em vigor, Airbnb varreu para casa e alegou que a medida não tinha suposto melhoras nos principais objectivos que se propunha: os preços dos hotéis tinham subido, e também o tinham feito os preços do mercado imobiliário livre.

Eco em Espanha
Estas restrições têm tido certo eco em Espanha. Em novembro de 2024, Airbnb enviou uma carta ao prefeito de Barcelona, Jaume Collboni, pedindo-lhe que reconsiderasse "as políticas restritivas em matéria de VUTs" (moradias de uso turístico) dos governos municipais dos últimos 10 anos, e afirmou textualmente que a moratoria para obter licenças tinha tido um efeito nulo.
A plataforma alegou que nenhuma destas medidas tinha sido eficaz ante os problemas de acesso a moradia e de turismo de massas que enfrenta Barcelona (e Nova York, acrescentou) "e que serviram como desculpa para sua posta em marcha".