Viajar sem pagar alojamento: a guia definitiva sobre o intercâmbio de casas

A cada vez mais utentes animam-se a inscrever-se em plataformas que oferecem a permuta de moradias como uma alternativa aos alojamentos tradicionais

Una familia que intercambia su casa   FREEPIK
Una familia que intercambia su casa FREEPIK

Viajar nunca foi tão fácil e acessível como o é na actualidade. Aos preços competitivos das aerolíneas, há que acrescentar uma extensísima rede de alojamentos. E, neste sentido, não passa desapercibido o intercâmbio de casas.

No entanto, esta forma de viajar gera dúvidas e incerteza entre aqueles utentes que nunca a provaram. Consumidor Global tem tido a oportunidade de entrevistar a Pilar Manrique, porta-voz de HomeExchange em Espanha, uma plataforma especializada no intercâmbio de moradias.

Como funciona o intercâmbio de casas?

O intercâmbio de casas é uma forma diferente de viajar. O funcionamento pode variar ligeiramente em função da cada plataforma mas, no caso de Home Exchange, basta com completar um perfil sobre o viajante e a casa que oferece.

Depois, "há que passar um processo de verificação", explica Manrique. O objectivo é que a equipa possa comprovar que a pessoa registada "é real e essa casa existe", acrescenta a porta-voz. É por isso que se solicitam documentos como o RG e um justificante de domicílio.

Tipos de intercâmbio

O intercâmbio recíproco é o mais comum. Consiste em que dois viajantes ou famílias viajam a casa do outro. Ainda que não tem por que ser na mesma data, tal e como sublinha Manrique. "Eu posso ir a tua casa, por exemplo, em inverno e tu podes vir a minha casa em verão", enfatiza.

Ademais, existe o intercâmbio a mudança de pontos. "É um intercâmbio a três porque tu te vens a minha casa e eu te dou uns pontos com os que podes ir a casa de outro terceiro membro da plataforma", detalha a porta-voz. O único requisito é que todos sejam membros da plataforma.

É completamente grátis trocar casas?

A maioria das plataformas de intercâmbio de casas funcionam baixo assinatura anual. No caso de Home Exchange há uma tarifa de 160 euros anuais que permite aos utentes realizar todos os intercâmbios que desejem durante um ano.

Una casa que se anuncia en la plataforma de intercambio de alojamientos / HOME EXCHANGE
Uma casa que se anuncia na plataforma de intercâmbio de alojamentos / HOME EXCHANGE

Ademais, existe um sistema de pontos chamado Guest Points. "Quando uma pessoa se regista, a plataforma lhe presenteia um pacote de pontos de boas-vindas, que mais especificamente são 1.050 pontos. Com eles poderia fazer um intercâmbio dentre cinco e sete noites na casa que escolham", sustenta Manrique.

Como funciona o sistema de pontos

Para poder conseguir mais pontos, os utentes devem receber a convidados em sua casa. "Pela cada noite que tenhas a essa família em casa, conseguirás Guests Points que proporcionar-te-ão os hóspedes", detalha a porta-voz de Home Exchange.

O próprio site atribui à moradia um valor orientativo de pontos por noite. Esse valor baseia-se na localização da casa, a capacidade e o equipamento. Manrique aponta que a média por noite é em torno de "150 Guests Points, mais ou menos". Um valor que os utentes podem aumentar até 30 pontos. "Para abaixo não há limite. Poderias fazer um intercâmbio a zero pontos e se desejam-no entre as próprias famílias, podem chegar a algum tipo de acordo", acrescenta a experiente.

Que passa se me defraudam?

Um dos maiores medos dos utentes pode ser chegar ao lugar de intercâmbio e que a casa não exista. Ainda que "nunca tem ocorrido", segundo Manrique, em caso que passasse a plataforma conta com uma garantia de não conformidade, que aplicar-se-ia neste suposto.

Se há alguma característica da casa que não seja exactamente igual ou directamente não existe a moradia, a equipa de Home Exchange se compromete a procurar um alojamento alternativo. "No caso de que não se possa encontrar, o que se faz é realocar a essa pessoa num alojamento tradicional, num hotel", acrescenta a porta-voz.

E se roubam-me em casa?

Que uns desconhecidos fiquem em casa durante uns dias pode gerar medo a que nos roubem ou rompam algo de valor. Neste caso, a plataforma também contempla uma garantia de dano ou roubo.

Una casa con el suelo de madera/ PEXELS
Uma casa com o solo de madeira/ PEXELS

"Quando uma pessoa vai viajar e aceita alojarse na casa de outra pessoa, no processo de registros também aceita o compromisso de que se faz responsável pelos danos acidentais que se produzam por embaixo dos 500 euros", sustenta Manrique. Agora bem, se esse dano ou roubo supera os 500 euros, a garantia funciona como um seguro ao uso. "Pede-se a informação correspondente que se precisa para activar esse seguro", enfatiza.

Que fazer se se cancela o intercâmbio

Por último, também existe uma garantia de cancelamento. Trata-se de um seguro que funciona de forma similar à garantia de não conformidade. Segundo a experiente, se o anfitrião anula o intercâmbio por uma causa de força maior como, por exemplo, um acidente ou qualquer outra situação que lhe impeça receber aos convidados, Home Exchange se encarrega de procurar uma alternativa.

Se essa cancelamento produz-se nos dias prévios ao intercâmbio, "oferece-se uma compensação económica para que se possa continuar com a viagem mas num alojamento tradicional", conclui Manrique.