Sixt, Hertz, Europcar, Goldcar e Centauro são denunciadas por impor "cláusulas abusivas"
A organização denunciante aponta diferentes práticas irregulares relacionadas com as condições de contratação ou a caução que os utilizadores devem deixar ao alugar um carro.

Centauro, Europcar, Goldcar, Hertz e Sixt foram denunciadas junto da Subdireção Geral de Inspeção e Procedimento Sanatório do Ministério do Consumo por "cláusulas abusivas e falta de transparência" nalgumas das suas práticas comerciais.
A denúncia foi interposta pela Organização de Consumidores e Utilizadores (OCU). Ante estas faltas, a OCU exigiu ao Ministério do Consumo que atue com urgência e assinalou como "imprescindível" que abra uma investigação formal.
Falta de transparência na reserva online
Segundo explicou, a falta de transparência observa-se desde o início, durante o processo de reserva online. Entre outros, assinala que as condições completas do contrato não são fornecidas até a assinatura do contrato no escritório, com a entrega das chaves, o que impede o cliente de fazer «uma avaliação ponderada, e até mesmo compreensiva», se o contrato não for oferecido no idioma do consumidor.
Além disso, afirmou que as informações fornecidas costumam ser «pouco claras», uma vez que não especificam o preço aplicado ao combustível caso seja necessário encher o depósito, nem o seguro incluído (que, normalmente, é o mais caro por defeito).
Direitos do consumidor violados
A citada organização apontou que "não fica claro" quando será devolvida a caução entregue para cobrir eventuais custos adicionais (cujo montante considera «desproporcionado») e que também não costuma ser especificado a que montante se aplica a percentagem de sobretaxa pela recolha do veículo no aeroporto.
Outra irregularidade observada em várias companhias é a obrigação do utilizador em proporcionar dados pessoais antes de receber informação básica sobre o aluguer. Esta prática contraria o regulamento de protecção de dados e transparência, ao mesmo tempo em que viola os seus direitos como consumidor, "ao ter que outorgar o seu consentimento sem que ter a segurança de que se faz um uso adequado dos seus dados pessoais".
Cláusulas abusivas nos contratos do aluguer
A OCU também denunciou a presença de cláusulas claramente abusivas nos contratos de aluguer de carros. Entre elas, a cobrança desproporcionada por elementos que deveriam estar incluídos por razões de segurança e por exigência legal, como as cadeiras infantis ou as correntes para neve.
«Também são inaceitáveis encargos como o do condutor adicional ou a gestão de multas, uma prática que tem sido repetidamente questionada pelos tribunais», acrescentou.
Encargos adicionais para o consumidor
Além disso, denunciou que «o mais grave» é o desequilíbrio total na avaliação de possíveis danos ao veículo, sempre em detrimento do consumidor. "Pretende-se responsabilizar o utilizador por danos não detetados na entrega, mesmo que sejam invisíveis, e obrigá-lo a pagar por supostos danos causados por roubos ou atos de vandalismo, sem provas nem justificação", declarou a OCU.

Em qualquer caso, a organização lembra aos consumidores a importância de verificar na reserva do contrato que figura ao menos a informação básica do veículo e a cobertura do seguro. Finalmente, quando se devolva, insta a solicitar um documento onde se indique o nível de gasolina do depósito e que o carro está livre de danos visíveis.