Johnson & Johnson deverá pagar 1.271 milhões a uma mulher que teve cancro por seus pós de talco
Indemnização milionária por talco com amianto reaviva a avalanche de demandas contra a farmacêutica em EE. UU
Ouve o artigo agora…
A farmacêutica estadounidense Johnson & Johnson tem sido condenada a pagar mais de 1.500 milhões de dólares (uns 1.271 milhões de euros) a uma mulher que atribui o desenvolvimento de um mesotelioma peritoneal —um cancro pouco frequente— à exposição ao amianto presente aos famosos pós de talco da companhia.
A falha, ditado em Baltimore (Maryland), considera responsáveis tanto a Johnson & Johnson como a duas de seus filiais e a seu escisión Kenvue por não ter advertido à demandante da suposta presença de amianto nos pós de talco. A multinacional, por sua vez, nega que seus produtos contivessem esse material.

Corrente de condenações judiciais
A sentença fixa uma indemnização de 59,8 milhões de dólares (50,7 milhões de euros) por danos e prejuízos, à que se acrescentam 1.000 milhões de dólares (847,6 milhões de euros) em conceito de danos punitivos contra Johnson & Johnson e outros 500 milhões de dólares (423,8 milhões de euros) contra seu filial Pecos River Talc.
Este veredicto soma-se à corrente de resoluções judiciais adversas que tem enfrentado a empresa nos últimos anos pelo talco para bebés, após que fracassasse sua tentativa de canalizar mais de 70.000 demandas através de um tribunal de quebras para forçar um acordo global. Nelas, se acusa à companhia de ocultar os possíveis riscos carcinogénicos do produto.
"Apelaremos de imediato este veredicto atroz e claramente inconstitucional", afirmou o responsável por litigios de Johnson & Johnson, Erik Haas, em declarações recolhidas por Bloomberg, nas que atribuiu o resultado a "graves erros" do tribunal de primeira instância.