Parece mentira: o motivo pelo que se prevê um colapso iminente na gestão das pensões

Os Diretores do INSS já têm começado a avisar ao Governo do imenso problema que já está a começar a suceder com a gestão das pensões em Espanha: não terá servidores públicos suficientes para tantos trâmites

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Um dos temas que mais inquieta à sociedade espanhola é o das pensões. Depois de dedicar toda uma vida ao trabalho, muitos se enfrentam a uma aposentação que resulta insuficiente para cobrir suas necessidades ou em frente à dicotomía de si tão sequer tramitar-se-ão o volume total destas. O economista Santiago Menino Becerra tem abordado este assunto referindo-se ao INSS como um "sistema insostenible", destacando o maridaje entre salários precários e futuros incertos com pensões irrisorias.

Un pensionista / PEXELS
Um pensionista / PEXELS

O experiente tem querido desmentir um mito difundido em redes sociais, sobre a problemática jovens cobrem salários reduzidos por causa da quantidade de pensionistas que há e se prevê que terá num futuro: "É completamente falso que os salários baixos estejam vinculados às pensões. As pensões dependem das cotações realizadas: se os salários são baixos, as contribuições serão igualmente escassas", afirmava sobre o assunto.

Crise no INSS: greve e falta de servidores públicos

Uma afirmação que tem deixado à população ativa com o corpo encolhido, máxime quando os Diretores do INSS têm advertido da problemática real da que não se fala desde o governo: Não há servidores públicos suficientes para tramitar todo o volume de petições que chegam aos escritórios do SEPE.

Varias personas entran a una oficina del SEPE/ Marta Fernández - EP
Várias pessoas entram a um escritório do SEPE/ Marta Fernández - EP

Os diretores provinciais e seus adjuntos do Instituto Nacional da Segurança Social (INSS), entidade responsável de gerir pensões e ajudas como o Rendimento Mínimo Vital (IMV), têm manifestado um profundo descontentamento. Num comunicado recente, anunciaram a continuação dos desempregos parciais programados para o 25 e 27 de março, como protesto contra o que consideram um caos administrativo e uma sobrecarga trabalhista insostenible.

Riscos para o sistema de pensões

Finalmente, os responsáveis advertem que a sustentabilidade do sistema de pensões é crítica, desmentindo as afirmações do Governo. Em várias direcções provinciais, a plantilla encontra-se envelhecida: o 75% dos trabalhadores tem mais de 55 anos e o 45% supera os 60, o que presagia uma iminente onda de aposentações. Isto poderia permitir financiar o sistema através de impostos, mas deixará uma escassez de pessoal capacitado para o gerir, uma situação que já se está a fazer evidente.

Un pensionista espera para sacar su paga mensual / Biel Aliño - EFE
Um pensionista espera para sacar seu paga mensal / Biel Aliñou - EFE

Uma deterioração acelerada desde 2020

Desde a implementação do IMV em 2020, o INSS tem experimentado uma deterioração que se aproxima ao colapso. A avalanche a mais de três milhões de expedientes tem recaído em departamentos que careciam da preparação, recursos humanos e materiais necessários para gerir tal volume. Ademais, a tramitação recae em mais de 1.000 servidores públicos interinos, sem a formação específica em segurança social e submetidos a uma alta rotação interna.

El SEPE es incapaz de gestionar la oleada de pensiones que se prevé para los próximos años / PEXELS
O SEPE é incapaz de gerir a onda de pensões que se prevê para os próximos anos / PEXELS

Insegurança normativa e mudanças apressadas

A saturação dos escritórios de atenção ao público tem provocado um notável aumento nos tempos de espera para obter uma cita, dificultando o acesso aos serviços. Ainda que transladaram-se milhares de expedientes entre diferentes direcções provinciais, a medida não tem conseguido solucionar o problema, deixando a milhares de famílias na incerteza sobre seu direito a receber esta ajuda essencial.

Una persona valora si puede solicitar el Ingreso Mínimo Vital / FREEPIK
Uma pessoa valoriza se pode solicitar o Rendimento Mínimo Vital / FREEPIK

As autoridades criticam que, em lugar de estabelecer um marco normativo estável para a incorporação de novas prestações —que implicam uma elevada despesa pública—, o ministério tem promovido de forma precipitada a expansão destas ajudas. As contínuas mudanças nos critérios e requisitos de acesso têm gerado uma insegurança jurídica considerável, derivando em numerosas reclamações e dívidas por cobranças indevidas a famílias vulneráveis.

Desbordamiento na gestão de baixas trabalhistas

O comunicado também denuncia o caos na administração de outras prestações, produto de um excesso de regulamentos e um aumento desmedido de responsabilidades. Realça-se a falta de controle nas baixas trabalhistas, com mais de 150.000 trabalhadores que têm estado de baixa médica durante mais de 365 dias e para perto de 80.000 expedientes de incapacidade permanente ainda sem avaliar.

Ante este panorama, os diretores denunciam que governos anteriores ignoraram as advertências sobre o iminente colapso do sistema. Agora, numa tentativa desesperada, se lançam a convocar oposições com requisitos rebajados e a destiempo. Ademais, assinalam que a estrutura de postos do INSS não se revisou em mais de 30 anos, enquanto se posterga a criação de uma Agência da Segurança Social, entidade conceituada vital para sanear o sistema, cujo atraso se atribui a bloqueios interministeriales e a interesses políticos que afectam directamente aos cidadãos.