Por que se opõem os supermercados à redução da jornada trabalhista
Asedas tem transladado a Yolanda Díaz sua negativa a este projecto lei argumentando a falta de diálogo e o "desconhecimento da realidade socioeconómica"

A Associação Espanhola de Revendedores, Autoservicios e Supermercados (Asedas) tem anunciado que solicitará a todos os grupos parlamentares nos Cortes Gerais que apoiem as emendas à totalidade do projecto de lei para a redução da jornada trabalhista.
A iniciativa foi aprovada pelo Conselho de Ministros o passado 6 de maio. No entanto, o presidente da organização, Josep Antoni Duram i Lleida, tem transladado por carta à vice-presidenta primeira e ministra de Trabalho e Economia Social, Yolanda Díaz, a "firme oposição" da patronal a dito projecto de lei.
Mal-estar pelo enfoque do Governo
Durán i Lleida tem transladado a Díaz o "profundo mal-estar" de seus sócios por "a maneira na que se apresentou o projecto de lei: como uma iniciativa que vinha a beneficiar, sobretudo, aos milhões de trabalhadores do comércio e a distribuição".
Parece -tem acrescentado- "como se em muitos anos de fructífera negociação coletiva, não se tenham tido em conta suas necessidades, quando os empresários e os representantes dos trabalhadores têm lembrado as melhores condições possíveis para ambos nos convênios vigentes".
Críticas pelo "desconhecimento" do sector
Para Asedas, "os relatórios em que se basearam ditas apresentações indicam um profundo desconhecimento da realidade socioeconómica e trabalhista da distribuição", já que projecta "uma imagem negativa e não justificada" do sector.
Ademais, "ignora o serviço que prestamos à sociedade em nossos estabelecimentos, seus amplísimos horários de abertura ao público e a enorme flexibilidade com a que temos que adaptar às necessidades dos cidadãos aos que servimos", tem acrescentado Asedas.
Falta de diálogo
Esta associação tem lamentado "a falta de diálogo com os representantes dos empresários", que lhes impediu explicar "com detalhe" por que a consideram "inadequada e perjudicial".
Têm recordado que Asedas representa ao 75% da distribuição alimentar espanhola, com um emprego agregado de 340.000 pessoas, e que seu negócio conforma "um dos sectores mais ativos na criação de emprego estável e de qualidade". Têm realçado que nesta patronal também estão representadas 214 pequenas empresas que gerem ensinas de alcance local, com uma plantilla conjunta de 3.000 pessoas.