Agora ou nunca: Extremadura pede ajuda a Europa para evitar o desaparecimento do sector arrocero
Um representante agrário carrega duramente contra Bruxelas e declara que "não podemos aceitar que se jogue com algo tão estratégico como é a soberania alimentar"
Espanha é o segundo maior produtor de arroz da União Européia, mas nos supermercados é frequente encontrar pacotes nos que este cereal prove/provem de países asiáticos como Birmania (Myanmar), Paquistão ou Camboja. Assim, apesar de que a produção se tenha recuperado de um período de seca, a situação do sector é muito delicada.
Agora, o presidente de APAG Extremadura Asaja, Juan Metidieri, tem sido tajante e tem pedido à União Européia que reaja "já" para evitar o desaparecimento do sector arrocero, que está a sofrer um "afundamento".
"Desaparecimento do sector arrocero"
"Se Europa não reage já, será directamente responsável pelo desaparecimento do sector arrocero e do futuro incerto de milhares de agricultores", tem sentenciado, ao mesmo tempo em que tem lamentado que o "afundamento" do arroz é uma prova "mais" da "inacción" dos responsáveis políticos em Europa.

Assim o expressou numa roda de imprensa na que tem alertado de que a campanha do arroz arranca com preços "afundados", que "não cobrem custos" e que põem em "risco" a sobrevivência das explorações.
Entrada em massa desde a Índia
Nesta linha, Metidieri tem afundado em que enquanto aos agricultores extremeños se lhes obriga a cumprir com normas "a cada vez mais estritas e caras", Bruxelas "permite a entrada em massa de arroz de países como Índia ou de outras zonas de Ásia sem nenhum tipo de exigência fitossanitária nem de traçabilidade".
Assim, tem qualificado esta situação de "concorrência desleal intolerável". Convém puntualizar que a União Européia sim tem um regulamento e controles em vigor, mas os regulares não são equiparables.
Sem resposta das instituições
Ademais, tem indicado que APAG Extremadura Asaja leva meses advertindo desta situação e tem apresentado um documento conjunto com produtores, comercializadores e transformadores, transladado tanto ao Ministério de Agricultura como à Junta de Extremadura, para que se fizesse "pressão" em Bruxelas.

No entanto, a resposta tem sido "inexistente". Entre outras reclamações, o sector aboga por uma cláusula de salvaguarda automática, que se active "sem dilación" quando peligre a produção; bem como por impostos "reais" e não a "vergonha de imposto 0 que destrói o mercado".
"Etiquetado transparente"
Ademais, solicita reciprocidad nas normas e um "etiquetado transparente, que diga claramente de onde procede o arroz e não engane ao consumidor com frases como 'embalado em Espanha' quando vem de Ásia", aponta em nota de imprensa APAG Extremadura Asaja.
Ao mesmo tempo, o responsável agrário incide em que a Lei da Corrente Alimentar, aprovada em 2013 com o "suposto fim de garantir preços justos", tem demonstrado a seu julgamento "não valer absolutamente para nada", já que "os preços seguem pelos solos e os agricultores seguem na mais absoluta indefensión".

Soberania alimentar
"Dizemo-lo alto e claro: não vamos permitir que se feche nem uma exploração mais. Não podemos aceitar que se jogue com algo tão estratégico como é a soberania alimentar. O arroz é vital para Extremadura, para Espanha e para Europa", remarca.
Finalmente, Metidieri lamenta que a presidenta da Comissão Europa, que segundo aponta deveria defender ao sector, "em lugar de calcar a terra, seguem comodamente instalados em sua lentidão e sua falta de compromisso"; e entende que "sua passividade é uma mostra clara de desprezo para o sector primário, a base da pirâmide da que depende todo o demais".
