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Mercadona reduz seus ovos de gallinas em liberdade pelo brote de gripe das aves

A corrente de supermercados explica que se trata de uma situação "pontual" obrigada pelas medidas sanitárias do Governo

Ana Carrasco González

Los huevos que vende Mercadona Luis Tejido EFE

Mercadona tem confirmado que a percentagem de ovos provenientes de gallinas livres de jaula (solo e camperas) se viu reduzido em seus lineares. A causa não responde a uma mudança em sua política empresarial, sina ao brote de gripe das aves que afecta a Espanha e ao resto de Europa.

No entanto, as medidas de confinamiento decretadas para proteger a saúde animal têm obrigado a encerrar às aves, alterando temporariamente a disponibilidade do produto. "A situação é pontual e retomaremos os níveis habituais tão cedo como seja possível", asseguram fontes de Mercadona.

O confinamiento obrigatório das aves

Na semana passada, o Boletim Oficial do Estado publicou uma ordem ministerial que estende o confinamiento às aves de curral em toda Espanha.

Gallinas e galos livres / EP

O motivo? Frear os contágios de gripe das aves. Ainda que a medida já estava vigente em mais de 1.200 municípios, agora não há data de finalização para esta restrição. Isto significa que as gallinas que habitualmente picotean ao ar livre (ovos camperos ou ecológicos) devem permanecer baixo teto para evitar o contacto com aves silvestres migratorias, principais portadoras do vírus.

Que passará com a etiqueta de "Ovo Campero"?

Esta é a grande dúvida dos consumidores: Se a gallina está encerrada, segue sendo um ovo campero?

O regulamento europeu (Regulamento Delegado 2023/2465) contempla estas situações de emergência.

  • A regra das 16 semanas: os produtores podem seguir vendendo os ovos como "camperos" durante um máximo de 16 semanas de confinamiento.
  • Para além do prazo: se o encerro supera esse tempo, perderiam a categoria.

Não obstante, o ministro Luis Planas tem querido enviar uma mensagem de tranquilidade ao sector, assegurando recentemente que as produções ecológicas não perderiam seu selo apesar destas restrições sanitárias excepcionais.

Preocupação pelo preço da cesta de compra-a

O confinamiento das aves não só afecta à liberdade do animal, sina também ao bolso do consumidor. O sector avícola adverte de que manter às aves encerradas aumenta os custos de produção, pois há maior despesa em alimentação, um incremento nos labores de limpeza e desinfecção, e a necessidade de climatización e manutenção de um ambiente adequado em espaços fechados.

A isto se soma que, ao ter menos estímulos naturais e espaço, a posta de ovos por gallina pode se reduzir ligeiramente. A menor oferta e maiores custos, a pressão sobre os preços tende ao alça.

Mercadona mantém seu investimento de 400 milhões

Apesar deste bache sanitário, Mercadona segue firme em seu objectivo de atingir o 100% de ovos livres de jaula, (actualmente já conseguia que o 65% de seus ovos frescos proviessem/provissem de gallinas fosse de jaula). A transformação de sua rede de provedores é um facto e as cifras o avalan.

Uma pessoa recolhe ovos / PEXELS

Até a data, os provedores já têm investido mais de 200 milhões de euros em adaptar suas instalações. Trata-se de um esforço financeiro que não se detém aí, pois se prevê que a cifra total supere os 400 milhões de euros uma vez que a transformação dos sistemas produtivos se tenha completado em sua totalidade.

Ampliações e novas granjas

Exemplos desta aposta são as ampliações e novas granjas de Ovos Guillén em Utiel (Valencia), Gáldar (Grande Canaria), Bullas (Múrcia) e Abárzuza (Navarra), ou as instalações de Avícola Barco com 320.000 gallinas soltas.

Ademais, a corrente exige a todos seus provedores de carne, ovos e leite estar certificados em Bem-estar Animal, garantindo que, inclusive durante o confinamiento, os animais tenham acesso a água, dieta adequada, zonas de descanso e uma boa qualidade do ar.